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Festival de carimbó reúne mais de 20 grupos em Belém

Mestre Damasceno, do Marajó, integra a programação FOTO: GUTO NUNES/DIVULGAÇÃO
Mestre Damasceno, do Marajó, integra a programação FOTO: GUTO NUNES/DIVULGAÇÃO

Texto: Aline Rodrigues

Uma grande mostra de carimbó, com apresentação de mais de 20 grupos e bandas que tocam um dos ritmos mais expressivos da cultura paraense, ocupam o mesmo espaço de hoje, 11, até domingo, 13, das 14h até meia-noite, no I Carimbó ACena Fest, na sede do Ponto de Cultura Associação Cultural e Esportiva de Negros, Negras e Afrodescendentes da Amazônia (ACena), no Conjunto Maguari.

“O festival foi pensado no sentido de trazer mais visibilidade, fortalecimento e oportunidade à comunidade carimbozeira, ao ritmo do carimbó, que é patrimônio cultural e imaterial brasileiro. Através desse evento proporcionaremos espaço aberto para mais de 20 grupos mostrarem os seus trabalhos. E também homenagearemos três mestres. Dessa maneira, a gente está fortalecendo o segmento, dando mais visibilidade, fomentando a cultura do carimbó e oportunizando trabalho para os fazedores dessa cultura”, falou Harles Oliveira, sócio-fundador e produtor do Ponto de Cultura ACena.

Os mestres homenageados são: Mestre Damasceno, oriundo do Marajó, Claudete Tijupá, moradora de Marapanim, e Lourival Igarapé, habitante do Paracuri. “Eu me sinto feliz em estar sendo homenageado e engrandecendo mais o nosso nome, para mim é uma honra em saber que a gente está no meio dos outros grupos e dos outros cantores de carimbó do Pará, a gente se sente feliz de estar no meio, representando”, falou
Mestre Damasceno.

DO PAU E CORDA AO CARIMBÓ ELÉTRICO

A ideia é que durante o festival vários estilos do ritmo passem pelo palco, tanto que, no line-up do evento, estão os grupos Africanos de Icoaraci, Carimbó da Maria, Coletivo Tamborimbó, Grupo de Expressões Parafolclóricas Uirapuru. Ou seja, grupos tradicionais e outros que tocam com instrumentos plugados ou incomuns ao ritmo, como a guitarra e a bateria.

“Vamos promover essa grande roda de carimbó, essa grande manifestação popular do segmento. A comunidade carimbozeira sofreu com esse afastamento provocado pela pandemia e depois de dois anos, a gente está promovendo uma amostra com vários grupos se confraternizando e mostrando seus trabalhos”, pontuou Harles.

Hoje, 11, às 15h, a programação começa com roda de conversa com Mestres; depois, às 16h, tem apresentação do Grupo Sancari; e às 17h, o Grupo de Cultura Regional Iaçá mostra o seu carimbó ao público presente.

“Apresentaremos os nossos carimbós autorais e de parceiros mais fiéis do grupo. Mostraremos canções dos CDs ‘Roda de Carimbó’, ‘Roda de Cores’ e algumas da nova produção, ‘Batuque de Todas as Rodas’. Teremos curimbós (Dulci e Jorge Tandera), flauta transversal ( Luany), maracas e vocal (Madaleine), nos vocais Lulu Castro, Marcos Lopes e Deia Palheta (violao/banjo)”, adiantou Déia Palheta, do Grupo Iaçá.

Já às 18h, é a vez de Mestre Damasceno se apresentar e a noite encerra com a apresentação da Banda Carimbó da Maria.

OFICINAS DE PERCUSSÃO FAZEM PARTE DO EVENTO

Além dos shows e bate-papo, o festival oferece oficinas de percussão e produção cultural. “Não basta ser patrimônio imaterial, é preciso valorizar seus mestres, músicos, dançarinos e dançarinas, os costureiros e o comércio do lugar. Em 2008, quando estávamos no processo de registro do carimbó junto ao Iphan, os espaços para rodas eram mínimos, mas lá no Ponto de Cultura Iaçá, na Travessa Lomas, ficamos por quase seis anos. E ficamos felizes por termos feito parte da história do nosso carimbó. Hoje Belém fervilha carimbó nas praças, na Feira do Açaí, e mais timidamente em espaços próprios”, falou Déia.

Mestre Lourival se apresenta no domingo FOTO: DIVULGAÇÃO

No segundo dia de evento, sábado, 12, a programação abre às 14h, com apresentação do Grupo Pitiú de Cobra e encerra às 23h com a banda Acena. No domingo, 13, último dia do evento, a partir das 14h, tem apresentação dos grupos Os Africanos de Icoaraci, Batucada Misteriosa, As Manas do Carimbó, Mestre Lourival Igarapé e Grupo Queimadas, Águia de Ouro (Cachoeira do Arari), Coletivo Tamborimbó, Grupo de Expressões ParaFolclóricas Uirapuru, Grupo Sabor Marajoara e Banda Carimbó Mururé.

O festival é patrocinado por emenda de Edmilson Rodrigues (em seu mandato de deputado federal), com o apoio institucional da Fadesp, Emufpa, Proex, UFPa e Ministério da Educação. A produção é assinada por Tapajós – Produção e Eventos e o apoio cultural do Coletivo Tamborimbó. O Festival de Carimbó de Belém possui a coordenação geral da professora Lúcia Uchôa, direção artística de Harles Oliveira e coordenação de produção de Francisco Tapajós e Isabel Afonso.