Dez grupos de carimbó participam, neste sábado, 16, do 2º Festival de Carimbó Bico de Arara, na Ilha de São João dos Ramos, vila pertencente ao município de São Caetano de Odivelas, a 40 minutos de barco da sede do município. A programação ocorre durante o dia inteiro e busca destacar a importância de manter vivo o carimbó frente às mudanças culturais e ao mesmo tempo valorizar as contribuições de referências como Mestre Birá, que lutaram para preservar o estilo musical autêntico da região.
“A gente começa o dia finalizando a oficina que a gente vem fazendo há dez dias. Pela manhã, a gente faz a última aula, e após isso, a gente faz uma roda de conversa com os grupos. Às 16h, a gente faz uma confraternização, uma pequena roda de carimbó. Depois, o minifestival com resultado das oficinas de dança, percussão. E a partir das 19h, começa o festival propriamente dito com dez atrações, com três grupos de São Caetano, um de Vigia, um de Colares e outros da Grande Belém”, sintetiza o coordenador do festival, Ivandro Farias.
Entre os destaques, além do próprio Carimbó Pesqueiro Bico de Arara, atuante há 32 anos na vila, também participam do evento grupos como o Tambor Curimbó, ligado ao Ponto de Cultura Acena. “Mas o grande destaque é mesmo a própria comunidade”, diz Ivandro.
É por isso que, de acordo com o coordenador, o festival saúda as vivências culturais da comunidade. “A comunidade de São João, ela vive a cultura popular. Temos boi de máscara, carimbó. Para a comunidade, o festival é uma realização. É um reconhecimento do grupo Bico de Arara pelo que ela faz o ano todo”, diz Ivandro. “Eles contribuem muito com o grupo. Ano passado, fomos para o Festival do Folclore de Olímpia, em São Paulo, e a comunidade se organizou para que a gente conseguisse custear a viagem. As apresentações eram ao vivo, pelo YouTube, e a comunidade se encontrava na praça para assistir. Nosso festival acaba sendo uma forma de agradecer à comunidade tudo que ela nos faz”, completa o coordenador.
A programação também tem um cunho social, explica o coordenador. “A gente promove o festival, mas os ambulantes, as comidas típicas, tudo é a comunidade que vende, então fomenta a geração de renda”, lembra.
A expectativa é alta pelo público para prestigiar o festival. “A ilha, desde hoje (sexta) já foi um dia corrido, muitos barcos atravessando. A gente vê que o povo está se movimentando. Acadêmicos também se organizaram para vir. A gente percebe chegar, além dos grupos, amantes do carimbó, fotógrafos… o público é bem diversificado e interessante”, avisa Ivandro.