Aline Rodrigues
Super Pop, Fruto Sensual, Nelsinho Rodrigues, Keila e Maderito estão entre as atrações musicais do 1º Festival de Tecnobrega e Aparelhagem, que começa nesta segunda-feira, 27, em Belém. Além dos shows no Palácio dos Bares, o evento terá ainda três dias gratuitos de fórum no Palacete Faciola, de hoje até quarta, 29, com seis mesas de debate e quatro oficinas.
“Esse festival é fruto de um sonho que tenho junto com a Psica Produções desde 2020. Consideramos que essa é a maior cena musical do Pará, com seu próprio circuito de festas, uma gama de artistas diversa, um volume de público consumidor gigante, com uma visão empreendedora muito criativa e uma rede de comunicação própria que se reinventa de tempos em tempos. O que a gente deseja é promover encontros valiosos entre as pessoas que fazem o circuito de tecnobrega e aparelhagem acontecer. Trocar experiências com elas e assim contribuir para o fortalecimento dessa cena”, falou o DJ, pesquisador e produtor musical Zek Picoteiro, curador do festival.
No dia 30, o festival ocupa o Palácio dos Bares e leva um palco flutuante para o meio do rio Guamá, com DJs, bandas e aparelhagens. Super Pop Live, a batalha entre o Novo Brasilândia e o Diamantina, e o Luxuoso Tamatá, tocando diretamente da balsa, Fruto Sensual, Nelsinho Rodrigues + Aninha, David Sampler convidando Os Alucinados do Tecnobrega: Keila, Maderito, Marlon Branco, além das DJs Meury, Mayara Barreto, Dyselma Serrão e do Cyber DJ Gil estão na line up do evento, realizado pela Psica Produções e Instituto Regatão, através da Lei Semear de Incentivo Cultural.
.“A programação musical traz uma celebração a essa cultura, com artistas e sistemas de som que marcam pontos importantes de virada deste movimento. Direto do túnel do tempo, teremos um encontro entre as aparelhagens Brasilândia e Diamantina, o Super Pop, que atravessa gerações, e o Luxuoso Tamatá, uma aparelhagem que vem de Vigia e representa a força que esse circuito tem no interior do Pará. Trazendo as primeiras batidas de tecnobrega, Nelsinho Rodrigues e Aninha, depois tem os Alucinados, encabeçados por David Sampler e também a DJ Méury, que já demarca o momento atual do ‘rock doido’”, contou Zek, que tem experiência de quase 10 anos na cena paraense.
“É como se fosse uma linha do tempo dessa história musical que navega pelos nossos rios. Por isso, o local escolhido foi o Palácio dos Bares, uma casa de show consagrada, que passou por várias eras da nossa música e se mantém de portas abertas, ali na beira do rio. Junto ao Palácio, vamos criar uma pista flutuante, dentro de uma balsa no meio do Rio Guamá. Lá a programação começa cedo, às 16h, para que o público possa pegar um pôr do sol ao som das nossas batidas. No fim das contas, o tecnobrega é uma cultura essencialmente ribeirinha”, completou Zek.
Para a cantora Keila, o festival vai focar no maior mercado de música do Pará, que movimenta o mercado financeiramente e também artística, cultural e turisticamente o estado. Ela acredita que já era hora de um evento como esse acontecer.
“Acho que demorou para acontecer, mas estou muito feliz. É um avanço, vão ter rodas de conversas, mesas de discussões, painéis e é importantíssimo para que a gente entenda qual o futuro desse mercado, o que já foi construído, como que a gente pode caminhar. Estou muito feliz e acreditando na vida longa desse projeto”, falou Keila, que participa de roda de conversa onde falará sobre o gerenciamento de carreira dentro do tecnobrega, além de se apresentar na balsa, como uma d’Os Alucinados do Tecnobrega. “Vou cantar algumas músicas que são sucessos do tecnobrega. Escolhi alguns clássicos que foram sucesso nos anos 2000, início do tecnobrega”, destacou.
Marcos Maderito participa da apresentação com a cantora e acredita que o evento vai fazer um resumo da história deles, do “bregão” ao “rock doido”. “O nosso povão vai ter o privilégio de curtir essa jornada em uma noite só, com grandes aparelhagens, top DJs e excelentes cantores que fazem parte da nossa musicalidade”, destacou.