Oficinas, feira gastronômica e diversos shows musicais, com carimbó, brega, toadas, entre outros ritmos, integram a programação do Festival Boulevarte, que ocorre neste domingo, 20, a partir das 8h, no Porto Futuro em Belém. Serão 16 horas de duração com entrada gratuita. O Festival reúne 60 expositores numa feira de economia criativa, além de dois palcos com 15 atrações musicais. Entre os artistas confirmados, estão o Arraial do Pavulagem, a Banda Fruto Sensual, Edilson Moreno, Lambada Social Club, Orquestra de Carimbó do Pará (OCP), entre outros.
Após cinco edições e um hiato de cinco anos, o evento volta à avenida belenense num formato inédito, em 16 horas de programação, destaca a diretora executiva do Festival Boulevarte, Mary Tupiassú.
“É um evento gratuito, visando a democratização da nossa cultura e toda a família pode participar do Boulevarte. Existe uma premissa nossa que é para que as pessoas ocupem a cidade e, nas vésperas da COP-30, é inflar na população esse sentimento de pertencimento de ‘a cidade é minha, vamos ocupá-la’. É este o desejo e a intenção do Boulevarte: que a cidade seja para as pessoas e o governo do estado junto dos entes públicos que estão preparando a cidade para esse momento da COP-30, que é o maior evento climático do mundo. Então, agora mais do que nunca, a gente tem que incentivar essa autoestima e esse amor das pessoas pela cidade”.
A programação ocorre das 8h a meia-noite, de forma totalmente gratuita, para todos os públicos. “O Boulevarte inicia com sessão de yoga, meditação, tem programação para criança, com teatro de bonecos, oficinas e brinquedoteca. Terão duas feiras, uma gastronômica e outra de empreendedorismo. A partir das 14h, começará a programação mais adulta, com shows de 15 atrações musicais, nos mais diversos ritmos. Os shows viram uma celebração da nossa cultura regional, com carimbó, brega, tecnomelody e shows com roda de lambada, o grupo Ver o Brás, Edilson Moreno, que lançará um grande show de brega dele, além de Edilson Moreno e Arraial do Pavulagem. A gente encerra a noite com o Fruto Sensual. É um grande dia de diversidade de inclusão e de celebração da cultura paraense”, comenta a diretora.
Atrações em dois palcos
Dois palcos trazem diversão, além de artistas escolhidos pelo próprio público em votação popular. Mary Tupiassú diz que tanto ela quanto o diretor artístico Ney Messias passaram por um desafio para fazer essa seleção musical. “Porque a gente está falando de uma região em que se tem muito artista bom e muita coisa boa rolando na nossa cultura e na música, que é um ativo econômico, mas a gente tem o desafio de fomentar. Então, tentamos equilibrar os nomes mais badalados com nomes novos. Tem artistas que o grande público ainda não conhece, por exemplo, o Ver o Brás e a Vitória Brown. O palco principal é o Palco Equatorial, para que esses artistas estejam lá também, além dos headlines que são: Edilson Moreno, Fruto Sensual e Arraial do Pavulagem.
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O segundo palco é formado com novas bandas, escolhidas após seletiva. “Eles mandaram as suas inscrições e vão fazer uma apresentação tendo a oportunidade de expor o seu trabalho para este público que vai estar lá no Boulevarte. É muito importante a gente falar que o Boulevarte só está sendo realizado em função da Lei Semear, com a Equatorial, que é a nossa principal patrocinadora”. Numa seletiva, abrimos votação pública nas redes sociais para que o público escolhesse os artistas que queriam ver no Boulevarte, de Marabá, Castanhal, Santarém, Altamira e de Belém, em cinco regionais. Essa também é uma super atração que a gente está preparando com uma grande banda de forma exclusiva para o público prestigiar artistas do estado todo”, destaca Mary Tupiassú.
CARIMBÓ DA OCP
O clarinetista Jonny Lobato se apresenta com a Orquestra de Carimbó do Pará – OCP, idealizada por ele e inscrita no Festival Boulevarte na categoria “bandas revelações”. “Vai ser muito bom para o público porque a orquestra é um projeto muito novo, embora tenha três anos. É um projeto que está levando muito conhecimento para músicos e principalmente para o público, porque eles nunca ouviram um repertório de carimbó raiz tocado de forma instrumental, é uma novidade. Estivemos na Usina da Paz, onde fizemos um workshop, foi muita gente ao evento, professores, alunos, em busca desse conhecimento e de música”, conta.
A OCP é um grande projeto de salvaguarda não só do carimbó, mas de todo o movimento da cultura paraense, afirma Jonny Lobato.
“Nós trabalhamos também com a cultura de São Caetano, a cultura de Cametá, adicionamos recentemente as guitarradas, mas em vez de tocar na guitarra, é tocada com instrumento de sopro. A gente faz essa catalogação, essa pesquisa até de campo, às vezes, e transforma isso em partitura e, através dela, a gente acredita que a música paraense pode ir muito mais longe. A partitura é uma leitura universal para músicos profissionais, então ela pode ser lida em qualquer outro local do país e do mundo”, reforça o músico, que apresentará no repertório composições dos mestres Verequete, Pelé e Lucindo, além de músicas tema de São Caetano de Odivelas e sambas.
