Feriadão em Belém terá festas e shows para todos os gostos

Wal Sarges/Diário do Pará

Da guitarrada ao brega. É o que promete a variedade de estilos musicais que constam na programação que começa nesta Quinta-feira Santa, 6, véspera do feriado, e continua na Sexta-feira da Paixão, 7, em vários espaços de Belém. Layse & as Sinceras se apresentam hoje, às 21h, no Savieira Cultural. No dia seguinte, é a vez do show do projeto Raízes Latinas, no Espaço Cultural Apoena, com discotecagem do DJ Me Gusta, a partir das 20h.

O projeto Raízes Latinas surgiu em 2020 para difundir ainda mais as próprias guitarradas. “Sempre fui muito próximo do Nazaco [Gomes, percussionista] e tivemos a ideia de misturar a guitarra com sons amazônicos e caribenhos, numa proposta que faz parte da pesquisa do Nazaco. A gente busca destacar a percussão junto com vários ritmos diferentes”, explica Gabriel Dietrich, ex-integrante da banda Farofa Tropikal.

O Raízes Latinas é composto por Gabriel, na voz e guitarra, e Nazaco, nas percussões, de forma fixa, e por músicos convidados. Na programação do Apoena, a banda terá Rodrigo Magno (guitarra), Danilo Rosa (baixo) e Rodolfinho (percussão).

Músicas novas compõem o repertório da banda. “A gente adicionou algumas composições novas, inclusive brega instrumental autoral. O show é bem diverso, mas é feito com estilos bem paraenses. Entre os ritmos, estão a lambada, a guitarrada, o brega, o carimbó e o bolero. Terá algumas coisas diferentes que a gente não tocou e que tocaremos pela primeira vez no show, que vai ter discotecagem do DJ Me Gusta. É uma noite para quem gosta de música latina, paraense e gosta de dançar”, dispara o músico.

VOLTA AO PALCO

Músico conhecido na cena nacional, especialmente por sua atuação no Trio Manari, Nazaco Gomes tinha diminuído suas atividades como músico após enfrentar sérias dificuldades de saúde. A situação movimentou, inclusive, iniciativas de artistas locais para ajudar em seu tratamento. Mas Gabriel garante que o percussionista está se recuperando bem em casa.

“Estamos nesse movimento de vê-lo retornar e voltar para o circuito cultural em Belém. Muito em breve será aberta uma turma com aulas de percussão com ele”, adianta o parceiro de palco.

Para o curitibano Gabriel, já são seis anos desde o primeiro contato com o som paraense. Ele diz que o impacto gerado na sua vida foi tão grande que ele não só se apaixonou pela cultura local como se fixou no Pará. “Ainda que seja reflexo de culturas de outros locais, como a música caribenha, a cultura paraense tem um estilo único, assim como o carimbó, o retumbão, o marabaixo, que são coisas que existem só aqui. É papel da gente consumir e ajudar a difundir ritmos mais tradicionais, como são o carimbó, o retumbão, que são coisas extremamente populares, mas não são pop. O consumo dessa cultura depende muito do amor e do fazer dos mestres. Essa é a importância do projeto Raízes: dar fôlego para essa cultura que é tão única”, afirma o artista.

Só as marcantes com Nelsinho

Outro artista que aproveita a véspera do feriado no palco é Nelsinho Rodrigues. E são as marcantes do brega que dão o tom no show que ele faz a partir das 21h, no Gastro Bar, em Belém. Na mesma festa, que conta com discotecagem do DJ Netto, outro astro da música paraense, o cantor Markinho Duran, sobe ao palco na programação dos “Reis da Noite”.

Será apenas um dos três shows que Nelsinho Rodrigues fará nesta quinta-feira. Ele diz que tem que ter um preparo físico para suportar o pique, regado a uma boa alimentação e qualidade em seu descanso. “A festa será os ‘Reis da Noite’, mas para mim, o rei dos reis é Deus. São várias atrações na festa, o Markinho que tem um repertório voltado para o pop rock, e o DJ Netto, que deve agitar com seu set de marcantes, baile da saudade e muitas músicas românticas. Vai ser uma noite tudo junto e misturado, para o povo dançar músicas de diversos gêneros. É motivo de muita satisfação voltar ao espaço, que tem um ambiente muito agradável”, afirma o artista.

São mais de 35 anos de carreira, com músicas que se tornaram a trilha sonora dos paraenses. Entre os clássicos de sua trajetória musical, estão: “Falando Com As Paredes” (O Gererê- 2001), “Me Libera” e “O Meu Amor Já Chegou”, ambas do mesmo álbum. Além de “Caprichos” (1999) e “Voltarei” (2002).

“Antes de entrar no palco, a gente faz uma oração de agradecimento a Deus pelo trabalho, pela família e amigos porque sem ele, acredito que não teria nada. Essas músicas atravessaram gerações e hoje, mesmo depois de três décadas, o público pede sempre nas festas e elas não podem faltar no repertório”, diz o cantor.

HIT

“Gererê”, ele diz, está completando 25 anos desde que foi tocado pela primeira vez. E mesmo com novas canções, o público pede que o artista a toque novamente. “Estamos em São Sebastião da Boa Vista, com o Cabaré do Brega, preparando as coisas para um show. Depois daqui a gente volta para Belém para resgatar essas músicas que o povo gosta de ouvir”, disse o cantor, em entrevista ao DIÁRIO nesta quarta-feira, 5.