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Felipe Cordeiro faz turnê por quatro países da Europa

Felipe Cordeiro foi convidado para tocar no festival Psicotrópicos FOTO: MELINA FURLAN/ACERVO GALPÃO
Felipe Cordeiro foi convidado para tocar no festival Psicotrópicos FOTO: MELINA FURLAN/ACERVO GALPÃO

TEXTO: WAL SARGES

Com uma grande inspiração em conectar a Amazônia com o resto do Brasil e o mundo, a música de Felipe Cordeiro atravessa fronteiras e chega este mês até a Europa, onde o artista se apresenta em uma turnê junto com a banda nordestina Ferve. O primeiro show dele será no próximo sábado, 15, no Festival Psicotrópicos, em Berlim, na Alemanha. Ao todo, serão seis shows em quatro países – ainda Portugal, Holanda e França, em diferentes formatos.

Esta é a quinta vez que o cantor, compositor e músico belenense embarca em uma turnê pela Europa, após um convite feito no ano passado pela organização do Psicotrópicos. “O festival Psicotrópicos é um grande festival em Berlim, que este ano acontecerá nos dias 14 e 15 de julho, e está levando vários artistas, entre os quais, a Liniker, a banda Bala Desejo e Tassia Reis, que são incríveis. Eles me convidaram no final do ano passado para fazer este show e então me juntei com uma banda nordestina, a Ferve, que é um coletivo de artistas de João Pessoa e de Natal ligados à sonoridade latino-americana. A gente se juntou porque temos afinidades e estamos fazendo essa turnê juntos aqui na Europa”, detalha Felipe Cordeiro.

O show coletivo promete um grande mix de sons brasileiros e amazônicos, indo do merengue, tecnobrega, lambada, cumbia, coco e pisadinha, num passeio pela história dançante do Brasil de cima. A proposta é mostrar um som ao mesmo tempo ancestral e com traços da modernidade eletrônica.

Cada lugar será uma experiência única, acredita o guitarrista. “Serão quatro países, seis shows. Cada lugar é um show diferente porque às vezes é no festival, outras são em casas de show, outras ainda em ambiente mais clássico, digamos assim, mas basicamente é o mesmo show com repertório meu e da Ferve”, detalha.

Encontro com banda Ferve vai gerar um novo EP

Além da tour, o encontro entre Felipe Cordeiro e Ferve está gerando um EP que vai ser lançado durante a trip europeia com possibilidade de shows também pelo Brasil no segundo semestre.

“Para mim é muito importante voltar para a Europa, onde já venho desde 2012, sendo a última vez em 2018, na ocasião da Copa do Mundo, que eu tinha ido com meu pai [ o músico Manoel Cordeiro] fazer show na Rússia e outros países. Aqui também em Portugal e na Alemanha. Desta vez é muito especial voltar porque teve a pandemia no meio disso tudo, então, com certeza, a emoção é bem intensa”, afirma o músico.

Felipe Cordeiro tem três discos gravados como cantor e compositor e um DVD, além de vários clipes e composições em parcerias com grandes nomes da música brasileira, entre eles, Arnaldo Antunes, Zeca Baleiro, Tulipa Ruiz e o pai, Manoel Cordeiro. Duas vezes premiado no Prêmio da Música Brasileira (PMB) – na edição deste ano, levou o prêmio de melhor canção popular, por “De Amor, Amor”, parceria com Chico César -, a música paraense é sempre sua bússola. “A minha grande causa é a música paraense. Onde eu vou, eu não só discurso, mas tento praticar esse entendimento da música brasileira ligada à Amazônia. A nova música brasileira necessariamente passa por uma assimilação das informações culturais que vêm da Amazônia”, analisa.

Cantor quer mostrar força cultural da Amazônia

Felipe ressalta a importância de ver a Amazônia e a produção artística de uma forma mais contemporânea. “Acho que o Brasil e o mundo irão ganhar muito se entendermos melhor o que dizem as populações amazônicas tanto tradicionais quanto as modernas; de ouvirmos as necessidades tanto nas cidades quanto nas populações ribeirinhas, as populações quilombolas, e essa conjuntura de informações tradicionais e contemporâneas que a Amazônia traz nessa contradição de encantamento e caos. Isso é muito presente na minha música. Aliás, é a grande inspiração da minha música, a minha causa, que é conectar a Amazônia dentro do Brasil, da América Latina e no mundo”, diz o artista que aguarda, por exemplo, a chance de falar da importância da cultura amazônica, aproveitando a realização da COP 30 em Belém. “A gente vai ter uma ‘COP- Belém’ em 2025 e eu estou muito engajado em tentar pautar, dentro do meu limite, obviamente, com a minha voz e meu alcance, a cultura da Amazônia para além da discussão sobre o meio ambiente”.