Aline Rodrigues
Faltam menos de 15 dias para a Rainha do Pop, Madonna, se apresentar no Brasil, num show inédito e gratuito em Copacabana, no Rio de Janeiro, celebrando seus 40 anos de carreira. O show será no sábado, 4 de maio, a partir das 21h45, num palco montado em frente ao hotel Copacabana Palace, como acontece no Réveillon carioca. No total, serão 16 torres para equipamentos de iluminação, vídeo e áudio. E tudo será transmitido pela TV Globo, pelo canal Multishow e pela plataforma Globoplay.
E os fãs paraenses já se mobilizaram e estão com a ansiedade a mil. O analista de RH Edson Vieira, de 45 anos, é um deles, e está com tudo pronto para assistir ao vivo a única apresentação da cantora no Brasil, encerrando a “The Celebration Tour”.
“A expectativa está enorme. Ansiedade lá no alto, contando os dias. Estar presente nesse show, para mim, é a homenagem a um ídolo que acompanho desde muito jovem. Estar lá é um presente, como fã, e uma forma de agradecimento e respeito por uma carreira cheia de inovações, de mudanças, de não seguir as regras, de fazer o que acha que é o certo sem se preocupar com a opinião alheia, de defesa de uma minoria, enfim, são tantas mensagens boas dentro de uma única artista”, destaca Edson.
Esse será o terceiro show de Madonna que ele assistirá ao vivo. Anteriormente, acompanhou as duas turnês que vieram para o Brasil. Mas garante que essa será mais uma experiência inesquecível.
“Sem dúvida, por ser o último show da carreira, e por ser tão grandioso em números. Tenho uma admiração enorme pela Madonna por tudo que ela representou e representa até hoje na formação de muitos, assim como eu, que não tinham noção de como se ‘encaixar’ em uma sociedade que trata o diferente de maneira preconceituosa. E ela nos fez representados. Defendendo, acolhendo, lutando por uma causa de liberdade. Isso há 40 anos, olha o quão moderno e revolucionário para a época”, lembra.
E quem é fã, sabe um pouco sobre a trajetória da diva e o impacto de suas ações.
“Ser fã de Madonna, a rainha, é a valorização de inúmeras mudanças na sociedade que, na minha opinião, tiveram muita influência dela. Além disso tudo, as músicas, os clipes, os shows megaproduzidos, sua ajuda humanitária na África não tão divulgada, são centenas de motivos para ser fã dessa artista que abriu as portas da música pop mundial. São todas essas inovações e reinvenções na carreira que a fizeram ser a rainha da música pop e referência para o mundo todo”, elogia Edson, que tem como músicas preferidas “Hung Up” e “The Power of Good-bye”.
Edson sairá de Belo Horizonte, onde atualmente está radicado, rumo ao Rio de Janeiro, onde irá se juntar às primas paraenses, a jornalista Vanessa Vieira, que sairá de Belém, e a turismóloga Iraceli Vieira, radicada em Rio Quente, em Goiás. Os três estiveram juntos no último show de Maddona no Brasil e vão repetir o encontro ao som da artista preferida deles.
“Ainda estava na dúvida se iria ou não devido ao trabalho, afinal o aeroporto mais próximo para mim fica a 160km, no caso o de Goiânia. Acabo perdendo praticamente um dia viajando para ir e outro para voltar. Mas já decidi e as passagens estão compradas e vamos viver mais este momento ícone”, conta Iraceli Vieira, que é fã da Madonna desde os anos 1980 e passou a adolescência na frente da TV imitando as coreografias da cantora, época em que também fazia balé.
Iraceli conta que a ida até o Rio de Janeiro não teve muito planejamento, pois para ela o importante é não deixar as oportunidades passarem e viver todos os momentos. “Não houve muito planejamento financeiro não, a gente se joga e depois paga (risos). Nada que um parcelado de 10 vezes não resolva. No Rio, quando ela veio da última vez, me arrependi muito de não ter comprado também o show de São Paulo, para assistir os dois. Os shows dela são espetáculos para ver, performance dos bailarinos, e curtir dançando e cantando”, conta.
A turismóloga ainda deu uma dica para quem ainda não assistiu a um show da rainha do pop: “O ideal é você ir num [show] para dançar, cantar e curtir, e o outro para você assistir a todo o espetáculo”, explica ela, que promete curtir muito esse momento no próximo dia 4.
“Não deixe as oportunidades passarem, viva todos os momentos! Oportunidade não se perde, dinheiro recupera-se. Michael Jackson morreu antes de eu poder assistir a um show dele”, lamenta.
VIVER O SONHO
Outro paraense que vai viver essa aventura na Cidade Maravilhosa é o técnico de Planejamento e Programação de Manutenção, Romulo Danin, 39 anos, que já contabiliza 30 anos sendo fã da Madonna.
“Já conhecia as músicas da Madonna. Como uma pessoa nascida nos anos 1980, é meio que impossível não conhecer o trabalho dela. Porém minha admiração começou na passagem de sua primeira turnê mundial no Brasil, em 1993, a ‘The Girlie Show’. Eu tinha apenas 9 anos de idade e, nossa, fiquei encantado pelo que vi, seu empoderamento, feminismo, e ao mesmo tempo assustado pelo que vi na época, do tumulto e loucura que os fãs faziam por ela. Acho que todo fã é meio doido”, diz ele, que lembra ainda que a artista sempre atrelou sua carreira à influências artísticas muito importantes e muitas vezes ligadas a debates sobre sexualidade ou religião.
“Me ensinou a ser um pouco questionador do que são os padrões que a sociedade impõe em relação a tudo. Ela sempre falou, desde o início da carreira, que os sonhos precisam ser realizados, para que a gente corresse atrás. E foi uma das coisas que aprendi com a Madonna. Essa foi a virada de chave em que me tornei realmente fã”, conta ele, que depois assistiu à turnê “Stick & Sweet”, de 2008, 15 anos após a primeira vinda da cantora ao Brasil. “Sonhava, me imaginava lembrando daquela imagem que tive em 1993, e por isso fiz questão de assistir aos dois shows que ela fez no Rio de Janeiro, no estádio do Maracanã, dia 14 de dezemro de 2008. Lembro como se fosse hoje daquele domingo. Cheguei ao estádio por volta de 7h da manhã e já se aglomerava uma enorme fila de pessoas de todo o canto desse Brasil. Logo me entrosei com um pessoal e em pouco tempo já éramos um grupo”, relembra ele, que saiu de um show já quase de madrugada, cansado, e no outro dia já estava cedo na fila novamente para assistir a mais um.
Para ele, aquele era um dia diferente, às vezes fazia sol e de repente era a chuva, e nem mesmo a água que caiu foi suficiente para acabar com o espetáculo que ele aguardava.
“Estava aguardando, afinal, fazia 15 anos que ela não pisava no Brasil e não seria uma simples chuva que iria tirar o brilho dessa festa. Por volta das 17h, ela chega ao estádio para fazer a passagem de som, e às 18h, o acesso ao público é liberado. Já dentro do estádio, ia dançando muito ao som de muita música com o DJ Paul Oakenfold. Depois de horas em pé, o cansaço já estava tomando conta de mim. Por volta de 21h20, as luzes do estádio se apagam e começa uma gritaria ensurdecedora. O show começa. Fiquei em estado de êxtase, pois logo me dei conta que a artista que tanto amo estava ali na minha frente, a dois metros de distância, branca, baixinha, musculosa, muito talentosa. Foi a realização de um dos meus grandes sonhos”, conta ele, que deve reviver essa emoção 16 anos depois e está com as melhores expectativas para esse novo encontro.
“Sem dúvida as melhores possíveis, afinal são 40 anos de carreira onde uma das maiores artistas do mundo estará em solo brasileiro, e como diz o nome da turnê, será uma grande celebração e a maior pista de dança do mundo. Madonna nunca decepciona. E quem está ainda em dúvida, não perca essa chance de presenciar o maior espetáculo e gratuito da maior artista dos anos 1980 ainda em atividade no mundo”, convoca ele.