Sucesso de público no ano passado, “O Profeta” retorna a Belém com apresentações nesta sexta-feira, 24, e amanhã, 25, no Theatro da Paz. No mesmo local, a autora da adaptação da obra de Khalil Gibran para o teatro, a professora e filósofa Lúcia Helena Galvão irá ministrar a palestra “O que precisamos saber sobre a felicidade”, às 10h, neste sábado. A programação dupla é organizada pela escola de filosofia Nova Acrópole em Belém.
Parceria de Lúcia Helena com o encenador Luiz Antônio Rocha, o espetáculo retrata a obra do ensaísta, prosador, poeta, conferencista e pintor de origem libanesa Khalil Gibran, de forma bonita e reflexiva, por meio do monólogo do músico e cantor de origem libanesa Sami Bordokan.
A narrativa convida o espectador a passear pela história de Kahlil Gibran, com imagens e música, que no palco é conduzida por Sami Bordokan e também pelo músico William Bordokan. Junto com a música, a performance visual se utiliza da luz e projeções para gerar a atmosfera de reflexão e encantamento que o texto conduz.
“‘O Profeta’ é o meu livro de cabeceira. Tive o primeiro contato com a obra na minha infância e fui tocado profundamente. Mais tarde, na minha adolescência, revisitei a obra e o impacto foi ainda maior. E o mesmo aconteceu durante todas as fases da minha vida onde o entendimento da mensagem de Gibran foi ficando cada vez profundo”, diz Sami Bordokan, afirmando que recebeu com felicidade o convite para atuar na peça, vindo de Lúcia Helena e do diretor Luiz Antônio, mas também com sentido de responsabilidade pelo peso da obra de Gibran.
“Então novamente voltei me aprofundar no estudo dessa obra aparentemente simples, mas na verdade extremamente complexa e profunda, pois fala daquilo que temos de mais precioso dentro de nós”, conta o ator e músico.
Pesquisador de música árabe clássica e folclórica, Sami Bordokan faz releituras de temas tradicionais num trabalho de resgate de peças ancestrais. Seu estilo de tocar o alaúde e de cantar é único, reunindo influências diversas, desde a música clássica árabe, o canto bizantino, o Sufismo, o flamenco e a música popular brasileira.
Ao lado de William Bordokan, na peça ele apresenta uma variedade de sons e ritmos, utilizando instrumentos musicais ancestrais, como o alaúde, a flauta nay, a rabab e a derbak, numa trilha original. “Para compor a trilha musical da peça, eu e o William fomos até as raízes da ancestral música do oriente, trazendo a riqueza do ornamento melódico, a rítmica e o canto sagrado oriental”, diz o músico, que toca alaúde desde os seis anos e na adolescência mudou-se para o Líbano para aprofundar seus estudos. “Descobri que no século X a música era um ramo da medicina assim como a filosofia”, conta.
Toda essa tradição se reflete na integração da música e dos textos nesta adaptação de “O Profeta” para os palcos. “A peça é permeada por deliciosas frases musicais executadas por William Bordokan na flauta nay, no bouzuki e na derbak, que intensificam nossa imersão nas mensagens do profeta”, avalia.
Para o diretor Luiz Antônio Rocha, a peça é uma história de rara beleza. “A força de suas parábolas, a poética musicalidade e a profundeza de seus conceitos são um bálsamo nos dias de hoje. O amor é o fio condutor da história e nos faz redescobrir o papel do coração”, diz ele.
Palestra explora o tema sobre a felicidade
Este ano, a obra “O Profeta” completa 100 anos. Escrito em forma de poema em prosa, discorre, ao longo de 21 capítulos, sobre os assuntos mais práticos da vida.
A autora da adaptação da obra de Khalil Gibran para o teatro é a professora e filósofa Lúcia Helena Galvão, que é escritora, poeta e palestrante. Ela é voluntária há mais de 30 anos na escola de filosofia Nova Acrópole. Além da palestra de sábado, Lúcia vai acompanhar as apresentações, pontuando informações ao público.
“‘O Profeta’ está enraizado na própria experiência do autor como um imigrante e serve de inspiração para qualquer um que se sinta à deriva em um mundo em fluxo. A vida e os pensamentos de Khalil Gibran se entrelaçam com as nossas vidas e compõem parte importante do que somos”, considera a professora, autora de seis livros de caráter filosófico e de mais de 900 palestras disponíveis no canal da Nova Acrópole no YouTube.
Em sua palestra, a autora explora o conceito de felicidade sob a perspectiva de grandes filósofos ao longo da história, ajudando a compreender como diferentes pensadores abordaram essa questão e como podemos aplicar essas ideias em nossas próprias vidas.
*Com reportagem de Wal Sarges.
TEATRO
“O Profeta”
Quando: Hoje, 24, e amanhã, 25, às 20h.
Onde: Theatro da Paz (Praça da República – Rua da Paz, s/n – Campina)
Ingressos: De R$ 30 a R$ 160, à venda na bilheteria do teatro e pelo site Ticket Fácil (com acréscimo de taxa administrativa)
Palestra “O que precisamos saber sobre a Felicidade”, com Lúcia Helena Galvão.
Onde: Theatro da Paz -Rua da Paz S/N – Centro – Belém-PA.
Quando: Sábado, 25, às 10h.
Ingressos: De R$ 25 a R$ 130, na bilheteria do teatro e pelo site Ticket Fácil (com acréscimo de taxa administrativa)
Mais informações: acropole.org.br/belem