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Escolas do Grupo Especial de Belém apresentam seus enredos para 2025

A Aldeia Cabana Davi Miguel, em Belém, recebe neste sábado, 01º de junho, às 19h, o lançamento oficial dos enredos das escolas de samba
A Aldeia Cabana Davi Miguel, em Belém, recebe neste sábado, 01º de junho, às 19h, o lançamento oficial dos enredos das escolas de samba

Wal Sarges

A Aldeia Cabana Davi Miguel, em Belém, recebe neste sábado, 01º de junho, às 19h, o lançamento oficial dos enredos das escolas de samba do grupo especial da capital paraense para 2025. Já os sambas serão lançados apenas no segundo semestre deste ano. O cantor carioca Emerson Dias, que já passou por escolas como o Salgueiro e a Grande Rio, é o grande convidado para fazer a festa na programação, cantando grandes clássicos do samba. A noite contará ainda com a participação do grupo Batuque Cabano, além de apresentações das escolas de samba vinculadas à ESA-Escolas de Samba Associadas.

Esta é a primeira vez que o carnaval de Belém terá um tema unificado: a Amazônia. Todas as escolas terão que criar uma história que esteja ligada ao tema e convencer os jurados da escolha, explica Fernando Gomes, o Guga, presidente da ESA.

“A gente decidiu que a Amazônia é o único tema para as escolas de samba. E a partir desse tema, cada escola desenvolve o seu enredo. Por exemplo, tem escolas que vão falar sobre as lendas amazônicas; outras vão falar sobre as mazelas da Amazônia; outras sobre as nossas belezas. Então, dentro desse tema, pode tudo”, define o presidente, para quem isso também se aplica ao Rancho Não Posso Me Amofiná, que decidiu homenagear o empresário Oscar Rodrigues, fundador do grupo supermercadista Líder.

Guga diz que, nesse caso, a agremiação é que deverá convencer o júri de que está dentro do tema geral escolhido. “Quem vai fazer essa avaliação é o jurado. A princípio, desvia, sim, do tema, mas obviamente que o Rancho vai criar um elo [com a Amazônia]. Pelo que li sobre o enredo, o seu Oscar Rodrigues foi um desbravador da Amazônia que começou lá no interior do estado. Como o Rancho vai desenvolver isso aí, realmente é um julgamento do jurado. Então, seja o que for, se conseguir fazer um elo com a Amazônia, deve convencer o jurado que esse elo é coerente”, destaca Guga. A reportagem tentou contato com carnavalescos e diversas lideranças ligadas ao Rancho, para comentar o “desvio” do tema principal, mas não teve retorno.

Para os não versados em carnaval, Guga explica que o enredo é a parte teórica do desfile. “O enredo é a literatura, vamos chamar assim, é o texto que o carnavalesco faz para defender aquele tema. Depois de escrito, é o enredo que vai embasar o compositor para fazer o samba-enredo. A partir disso, o compositor se inspira, vai conhecer a história do que a escola quer defender e, em seguida, faz o samba. E aí, no segundo semestre, quando esses sambas estiverem prontos, a gente vai lançar os sambas-enredos”, informa.

ANTECIPAÇÃO

A festa para apresentar os enredos de 2025 com essa antecipação faz parte da nova estratégia da ESA, em busca da profissionalização e da sustentabilidade do carnaval, o que inclui investir em uma agenda de eventos ao longo do ano.

“Nós, nunca, na história do carnaval de Belém, lançamos esse tipo de ação ainda no primeiro semestre. É uma responsabilidade e um compromisso que eu assumi quando assumi a ESA, de ter um calendário anual, de fazer festa o ano todo, porque carnaval é muito mais do que uma noite de desfile. Carnaval é uma construção anual que envolve muita gente e tantas linguagens artísticas, como a literatura, a música, a dança e o artesanato. A gente está feliz com a aceitação do público. Já tem umas 60 mesas vendidas, com a expectativa de receber duas mil pessoas no evento”, detalha Guga, informando as vendas feitas até a manhã de quarta-feira, 29.

O cantor Emerson Dias é a grande atração do lançamento. “O Emerson é um cara muito conhecido no carnaval do Rio de Janeiro, ele é bem versátil. Foi cantor da Grande Rio, do Salgueiro, e mais do que isso, ele tem um repertório que não é só de samba de enredo. Então, é um showman, bem legal e vibrante”, descreve.

Quem abre a programação é o grupo Batuque Cabano. “É um grupo fabuloso aqui de Belém porque faz uma viagem nos grandes sambas de enredo da história do nosso carnaval, desde o início da década de 1970, com todos aqueles sambas históricos do Rancho, do Arco-Íris, do Acadêmicos, do Quem São Eles, que são as escolas mais antigas daqui, inclusive as que já não existem mais, desde a Xavantes, Vila Farah, que fizeram um sucesso grandioso na década de 1980”, relata Guga.

Em seguida, ocorre a apresentação das nove escolas que fazem parte do Grupo Especial, com seus respectivos enredos. “A gente gravou um vídeo bem breve com o carnavalesco de cada agremiação, que será divulgado antes da apresentação de cada escola. Em seguida, a escola se apresenta com os sambas antigos e o do último carnaval, apresentando seu casal de mestre-sala, porta-bandeira e estandarte”.