CULTURA

Elis vive! Espetáculo une dança e música para celebrar os 80 anos da Pimentinha em Belém

O público paraense vai poder conferir nos dias 5 e 6 de julho, às 19h, no Teatro Experimental Cláudio Barradas, um espetáculo de dança sensorial e poético que homenageia uma das maiores intérpretes do Brasil, Elis Regina

Elis vive! Espetáculo une dança e música para celebrar os 80 anos da Pimentinha em Belém Elis vive! Espetáculo une dança e música para celebrar os 80 anos da Pimentinha em Belém Elis vive! Espetáculo une dança e música para celebrar os 80 anos da Pimentinha em Belém Elis vive! Espetáculo une dança e música para celebrar os 80 anos da Pimentinha em Belém
Atores e bailarinos se deixam guiar pela voz de Elis Regina

FOTO: divulgação
Atores e bailarinos se deixam guiar pela voz de Elis Regina FOTO: divulgação

O público paraense vai poder conferir nos dias 5 e 6 de julho, às 19h, no Teatro Experimental Cláudio Barradas, um espetáculo de dança sensorial e poético que homenageia uma das maiores intérpretes do Brasil, Elis Regina. “Corpos Estelares e Falsos Brilhantes” foi criado pelo coreógrafo e pesquisador Diego Pizarro, com trilha sonora original a cargo do músico português João Lucas. Os ingressos, gratuitos, devem ser retirados na bilheteria do teatro uma hora antes do espetáculo.

Fruto de uma pesquisa de pós-doutorado do diretor, o espetáculo investiga a expressão vocal a partir de princípios somáticos dançantes, em que as movimentações cênicas nascem da resposta sensorial ao repertório de Elis.

“Esse projeto existe no meu campo de ação criativa desde os 14 anos de idade, quando estava começando a fazer cursos de teatro e conheci a Elis e fiquei comovido durante uma semana ouvindo sem parar um CD específico, que encontrei por acaso. E aí o projeto surgiu de uma pesquisa de pós-doutorado realizada na Universidade de Brasília de 2022 a 2023, que dá continuidade ao conceito de Anatomia Corpoética, que vinha pesquisando desde o doutorado”, disse o coreógrafo e pesquisador Diego Pizarro.

O projeto artístico nasceu na academia, mas que também foi apoiado pelo Fundo de Apoio à Cultura, teve uma minirresidência para selecionar seis dançarinas para estar em cena.

“É um projeto justamente que nasceu na academia, mas é um trabalho artístico profissional que envolve artistas da cidade de Brasília. A pesquisa é justamente investigar como que os corpos se afetam pela voz e pela música da Elis Regina. Não é um espetáculo biográfico, não é sobre a vida da Elis, mas também se atravessa pela trajetória profissional e pessoal dela. Contudo, o foco é no envolvimento, nas reações e na comoção que a sua voz, a sua música causa nos corpos dançantes em cena. Esse foi o mote da pesquisa”, disse o pesquisador.

O conceito de “Anatomia Corpoética”, criado por Diego, guia a proposta onde a dança emerge da escuta profunda dos sistemas corporais e suas camadas físicas, mentais, energéticas, emocionais e espirituais.

“A linguagem desse espetáculo é mais investida na dramaturgia corporal, é ela que guia as cenas ao som da trilha sonora que é criada somente com a voz da Elis e o restante da música é recriada pelo nosso criador musical, João Lucas, que cria toda uma atmosfera”, adiantou Diego.

A trilha sonora original é do músico português João Lucas, especialista em composição para dança. Ele isolou a voz de Elis para criar uma faixa inédita e sensível, em diálogo com coreografias criadas de forma coletiva.

“O público não especializado tende a se emocionar, eles falam com a gente, participam, vêm falar, querem saber como é que foi essa criação musical com a voz de Elis, como foi o processo. Então, o público tem se emocionado muito com essa obra desde 2023, assim como a gente se emociona muito. O público especializado, pessoas de estudantes ou profissionais de dança e teatro, sempre vem atentos para as técnicas da encenação, da linguagem, e também temos retornos interessantes. Mas o público, em geral, passa o tempo da apresentação, ligado, envolvido com a gente e com o que está sendo proposto em cena. A gente espera que, em Belém, o público também esteja com a gente, ligado na nossa proposta durante o tempo do espetáculo”, destacou Diego.

O espetáculo está na sua segunda temporada, a primeira aconteceu em agosto de 2023, sendo apresentado em quatro teatros diferentes em Brasília e com seis dançarinos.

“Nessa remontagem para a circulação nacional em quatro cidades, são cinco dançarinos, foi feita uma revisão das cenas, reorganizamos cenas, cortamos cenas, acrescentou cenas que não tinham antes, então demos uma reorganizada na dramaturgia da obra. Estreamos em Salvador, dia 11 de junho, e foi um sucesso, os dançarinos ganharam um gás maior ainda para estar se apresentando nessa segunda cidade, em Belém. O público de Belém pode esperar um espetáculo com muita energia, emoção, muito envolvimento corporal dos dançarinos, nessa navegação com a obra, com o universo musical da Elis Regina”, finalizou o coreógrafo e pesquisador.