LEMBRANÇAS

Edgar Augusto lança livro “Assina Embaixo”

Edgar Augusto lança “Assina Embaixo”, no qual resgata memórias pessoais e da Cidade das Mangueiras

Meu avô era contador de histórias, ele escrevia peças de teatro e novelas de rádio. O meu pai era um cronista de jornal, depois escreveu ainda dois livros e eu estou seguindo uma tradição: sou um contador de histórias”
Meu avô era contador de histórias, ele escrevia peças de teatro e novelas de rádio. O meu pai era um cronista de jornal, depois escreveu ainda dois livros e eu estou seguindo uma tradição: sou um contador de histórias”

O radialista, crítico musical e colunista do jornal DIÁRIO DO PARÁ Edgar Augusto lança neste sábado, 31, às 11h, no Núcleo de Conexões Na Figueredo, o livro “Assino Embaixo”, uma coletânea de suas crônicas que será publicada pela Amo! Editora. O evento ocorre em clima de festa, com show da cantora Andréa Pinheiro, acompanhada do grupo Gema, formado por Bob Freitas (guitarra), Nego Nelson (violão) e Arlindo Dadadá Castro (percussão).

Este é o terceiro livro do autor, fruto de seu trabalho enquanto cronista do jornal, que traz ao público crônicas todas as quintas-feiras. “Como já tem um bom tempo e ninguém coleciona jornal, eu decidi reunir essas crônicas em um livro porque é uma parte do que acontece em Belém e futuramente, pretensiosamente ou não, eu suponho que os artigos podem funcionar como uma fonte de consulta. Como meu pai e meu avô escreviam, assim como meus irmãos escrevem, eu sigo a tradição da família procurando também contribuir da minha maneira”, afirma.

Com uma memória boa felizmente, Edgar conta que consegue lembrar de coisas diversas da vida e da arte, de aspectos de Belém, além de situações de um passado nem tão distante assim, mas que hoje em dia, se perderam com o tempo, como alguns certos costumes e que possuem ares de humor e nos levam a pensar numa outra época, daquelas sem telas e sem tecnologias, que chamaram a sua atenção e aguçaram ainda mais sua forma de ver o mundo, sobretudo, o paraense do século 20.

“Sou a terceira geração da família Proença do jornal. Meu avô era contador de histórias, ele escrevia peças de teatro e novelas de rádio. O meu pai era um cronista de jornal, depois escreveu ainda dois livros e eu estou seguindo uma tradição: sou um contador de histórias. Como tenho uma memória até bastante privilegiada e também sou detalhista, eu coloco tudo no livro”.

Assim várias histórias compõem o livro. “Eu falo sobre um boneco que ficava em frente à Igreja de Santana, numa loja que vendia tintas. Era um boneco que vestia toda semana uma das camisas do Remo, Paysandu ou da Tuna, o clube que ganhava era homenageado pelo boneco que vestia a camisa do time vencedor na semana inteira. Era um tempo em que não tinha competições diversas, mas só o campeonato paraense. Eu ia toda segunda-feira olhar aquele boneco e aquilo virou um chamariz na cidade, todos paravam para ver o boneco”, lembra-se.

“Eu conto histórias do tempo que eu era debatedor do programa ‘Sem Censura Pará’, além de uma outra do tempo do colégio que tinha um amigo que assobiava para dentro e ninguém sabia que era ele. Era realmente uma coisa fantástica. Conto também a história de alguns ex-jogadores de futebol. Conto sobre meu avô que tem muitas histórias e coisas pessoais que acabam se misturando com aspectos da cidade de Belém. Ele é muito pessoal”, reitera.

Construindo histórias cercado de amigos

O livro tem prefácios de Edyr Augusto e José Otávio Figueiredo, fotos de Max Reis, arte gráfica de Andréa Pinheiro e capa de Paulo Emílio Campos de Melo.

“O meu irmão Edyr me acompanha há muito tempo. Nós conversamos sobre livros, publicações e ele se tornou um escritor e também pelo fato de ser um irmão bem íntimo, quando eu escrevo qualquer artigo, eu envio para ele e para os meus outros irmãos porque nós entendemos que o nosso nome Proença é forte nessa área jornalística e sempre um responde pelo outro. Diante disso, o Edyr sabe tudo o que eu publico e como ele tem intimidade com o que eu escrevo porque ele lê sempre, achei que ele escrevendo o prefácio seria ótimo. O meu concunhado José Otávio Figueiredo é outro que gosta também de literatura, me lê toda semana e eu envio a ele uma cópia dos meus artigos para ele dar a impressão dele”.

Cercado de carinho e de parceria, Edgar comenta que também já convidou o jornalista Gerson Nogueira para prefaciar um de seus livros, além de Pedro Galvão de Lima, o Paulo André Barata, já falecido. “A escolha se dá porque são pessoas que sempre tiveram intimidade com as minhas conversas com aquilo que eu escrevo e conhecem o trabalho que eu desenvolvo, então achei que ficaria bem apropriado”.

O primeiro livro de Edgar Augusto, “Feira da Noite” faz referência aos bares da noite e a noite boêmia da cidade. “Como eu tinha a ‘Feira do Som’, que fez 50 anos, o programa de rádio, sendo a coluna do jornal um prolongamento dela, eu decidi que o nome apropriado seria ‘Feira da Noite’. Já no meu segundo livro ‘Leque de Estrelas’, como eu falava bastante sobre aspectos da cidade de Belém, imaginei a minha tia Dalcinda que escreveu os versos da música ‘Bom Dia, Belém’, então para mim, o que escrevia era um leque de estrelas para Belém do Pará. ‘Assino Embaixo’ são crônicas mais pessoais, que eu venho escrevendo e manifestam bastante as minhas opiniões”.

Na programação de lançamento, o show de Andréa Pinheiro promete encantar o público, homenageando Edgar Augusto. “A Andréa Pinheiro fez a editoração deste livro e me ofereceu o show. Quando ela falou sobre isso, eu fiquei lisonjeado, por ela ser a maior cantora do Pará fazendo um show no lançamento do meu livro, eu não podia querer outra coisa melhor. Ela sobe ao palco ladeada pelo grupo Gema, formado por três amigos meus íntimos: o Nego Nelson, no violão, o Bob Freitas, na guitarra e Arlindo Dadadá Castro, na percussão. Eles vão fazer uma festa para as pessoas, mas eu vejo egoisticamente que será para mim, eu gosto muito deles todos”, diz.

Uma festa só entre amigos. É assim que Edgar Augusto define esse momento do evento. “Eu tenho uma Confraria do Chapéu Panamá, que me acompanha há aproximadamente 20 anos, que agora se encontra no Na Figueredo e todo sábado, a gente se reúne entre meio-dia até 14h30 para conversar, achar muita graça, tomar chopp e ouvir música instrumental. Vou aproveitar para fazer o lançamento

lá nesse clima festivo”.

Há dez anos, Edgar Augusto foi convidado para escrever suas crônicas no DIÁRIO. “Acho que quem escreve sobre coisas que aconteceram tem que ter boa memória. Lembro de coisas que as pessoas não lembram mais e não quero perder, então escrevo. Acho que o meu livro pode ser útil para alguém, acredito que ele tem essa função, de alimentar lembranças das pessoas. É sempre bom quem vive bastante se lembrar das coisas que aconteceram que fazem bem. São memórias diversas. Eu sigo o que o Gerson Nogueira me falou há muitos anos quando me convidou para escrever uma crônica por semana no Diário: ‘Escreve sobre o que tu quiseres e der na cabeça’. Então escrevo o que dá na cabeça, desde que aquilo seja interessante para alguém”.


PRESTIGIE

Edgar Augusto lança “Assino Embaixo”

Quando: 31/08 (sábado), às 11h;

Onde: Núcleo de Conexões Na Figueredo (Av. Gentil Bittencourt, 449, Nazaré).

Quanto: Gratuito.

Livro: R$50