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Dona Onete será homenageada no WME Awards

Ionete da Silveira Gama, Dona Onete, nasceu em Cachoeira do Arari, no arquipélago do Marajó, mas costumava passar os natais na casa da avó Raimunda, na Travessa Vileta, no bairro da Pedreira
Ionete da Silveira Gama, Dona Onete, nasceu em Cachoeira do Arari, no arquipélago do Marajó, mas costumava passar os natais na casa da avó Raimunda, na Travessa Vileta, no bairro da Pedreira

Wal Sarges

A cantora, compositora e poetisa Dona Onete será uma das homenageadas do WME Awards Powered Billboard BR, premiação que reconhece e celebra o talento e a importância das mulheres na música brasileira. Além da paraense, a cantora Rita Lee também será homenageada no evento que é realizado pela WME, agência de entretenimento global, e pela Billboard, revista e site especializados em música. O evento ocorrerá no dia 14 de dezembro, a partir das 21h, em São Paulo, e será transmitido ao vivo pelo portal Splash UOL, pelos seus canais no YouTube e redes sociais. Preta Gil e Larissa Luz comandam a apresentação do programa.

“Meus pretos, estou muito feliz em ser uma das homenageadas, ao lado da saudosa estrela do rock Rita Lee, na 7ª edição do WME Awards Powered By Billboard. Precisamos cada vez mais de eventos como este que valorizam a voz da mulher”, escreveu Dona Onete em seu Instagram. O WME é a abreviação de Women’s Music Event – em tradução lvire, evento de música feminina.

Esta é a sétima edição do evento que se dedica ao talento feminino. No palco, Dona Onete se une a Daniela Mercury, Fafá de Belém e Aíla para comemorar seus 84 anos de história. Rita Lee, lenda da música nacional que morreu em maio deste ano, terá suas canções interpretadas por Luísa Sonza, Paula Lima e Julia Mestre. Fernanda Abreu, Karol Conká, Carol Biazin e Uana também se apresentam no palco do WME Awards.

São 85 nomeações para 17 categorias da premiação. Entre as indicadas, estão Liniker, Marina Sena, Iza, Tulipa Ruiz, Luísa Sonza, Mahmundi, Ludmilla, Luedji Luna, KENYA20Hz, Carola, Shakira, Kali Uchis, Anitta e muitas outras.

O WME contará com a presença de diversas personalidades. A cantora Ana Cañas, por exemplo, anunciará a ganhadora da categoria “Álbum”; as parceiras e ex-VJs Mari Moon e Titi Müller apresentarão a categoria “Música Mainstream”; Eli Iwasa, grande destaque da música eletrônica, será responsável por sua categoria da vida, DJ; além de Marina Sena, Marcela Ceribelli, Dedé Teicher, Thelma Assis, Valentina Luz, entre outras mulheres que também anunciarão vencedoras.

Para a diretora-executiva da premiação, Fernanda Rocha, poder transmitir ao vivo a premiação a partir da internet é motivo de comemoração. ”É uma oportunidade incrível de levar a música das mulheres brasileiras para um público ainda maior.”

Ao comentar a homenagem do prêmio ao DIÁRIO, Dona Onete disse que a princípio ficou assustada. “Não pensei que já estivesse tão famosa para ser escolhida. Mas eu fiquei muito feliz, porque se é o empoderamento das mulheres, por que eu não estou lá? Tenho que ir, para engrossar esse caldo”, disse a cantora, que está em uma intensa fase criativa, preparando o quarto CD. “Será um CD com 12 músicas, que estamos gravando. Para o ano que vem a gente está querendo fazer muita coisa, uma turnê de lançamento pelos municípios do Pará, fora e quem sabe fora do Brasil”, adianta.

Batizada Ionete da Silveira Gama, Dona Onete passou a ter sua obra musical reconhecida com o “carimbó chamegado”. Nascida em Cachoeira do Arari, no Marajó, ela foi professora de história por 25 anos, mas o sonho dela sempre foi viver de música. Após se aposentar, Dona Onete seguiu a carreira artística. Em 2012, gravou e lançou o primeiro CD, “Rebujo”, com a maioria das faixas de boleros e carimbó, que virou sucesso. A partir daí despertou o interesse de produtoras estrangeiras.

O segundo álbum de estúdio da cantora, “Feitiço Caboclo”, foi lançado em 2013. Depois veio “Banzeiro”, de 2016, a partir das tradições e musicalidades paraenses, que marcou a ascensão definitiva da artista ao cenário da música nacional – a música-título, regravada por Daniela Mercury, virou hit carnavalesco.

Em setembro deste ano, a obra de Dona Onete se tornou patrimônio imaterial do Pará, a partir da Lei n° 54/2023. Dona Onete atrai diversos públicos por onde passa, com carisma aliado a uma combinação de referências indígenas, negras e caribenhas. Essa junção já resultou em mais de 300 composições da artista. A paraense já circulou em turnê pela Europa quatro vezes e passou por grandes festivais na Alemanha, Holanda e França.