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Dez anos de Guerra: Novo livro do paraense Gabriel Chaim

Soldados armênios se despedem no Monastério de Dadivanki,

antes do Azerbaijão ocupar a região de Nagorno Karabakh

FOTO: gabriel chaim / reprodução
Soldados armênios se despedem no Monastério de Dadivanki, antes do Azerbaijão ocupar a região de Nagorno Karabakh FOTO: gabriel chaim / reprodução

Wal Sarges

O retrato de territórios em conflitos armados é apresentado no livro do fotógrafo paraense Gabriel Chaim intitulado “10 anos de guerras sem fim”, lançado pela Editora Vento Leste. Além da publicação, sua exposição homônima recebe destaque em exibição no Museu da Imagem e do Som (MIS) em São Paulo. Belém está em planejamento de circulação do livro e da exposição, ainda sem datas confirmadas.

A exposição faz parte de um projeto chamado “Maio Fotografia” no MIS, uma iniciativa da instituição que, este ano, volta a dedicar um espaço na agenda de programação para exposições exclusivamente de fotografia, com obras de artistas nacionais e internacionais, já consagrados e novos talentos, com o Maio Fotografia no MIS. A ação conta com a curadoria do diretor-geral do MIS, André Sturm.

Além de Gabriel Chaim, integram esta edição, séries individuais de Sebastião Salgado, Thereza Eugênia (BA), Sérgio Poroger e Bruno Mathias, fotógrafo selecionado pelo programa Nova Fotografia do MIS. Além dos fotógrafos mencionados, a exposição conta com uma seleção da Coleção Allan Porter, trazendo imagens icônicas da memória coletiva do século 20 e uma curadoria especial na coleção do próprio Acervo MIS, com quatro fotógrafas engajadas e com diferentes perspectivas por trás das lentes.

PRESTÍGIO

Gabriel Chaim é documentarista e fotógrafo dedicado a coberturas em áreas de conflito e crises humanitárias, sendo uma voz respeitada e influente na reportagem de conflitos em todo o mundo. Reconhecido com dois Emmy Awards, em 2018, foi laureado em sete edições no NY Film Festival, com três medalhas de ouro, além de outros prêmios de enorme prestígio. Chaim colabora regularmente com algumas emissoras, como a BBC, CNN e TV Globo.

Em Belém, ele diz que esteve em 2022 gravando cenas da série “Correndo entre Balas”, que irá ao ar em setembro deste ano. A produção conta a histórias de oito fotógrafos por trás da câmera, sendo três brasileiros, e cada um cobrindo um tipo de conflito. “Foram gravadas cenas na Ilha do Combu, no Ver-o-Peso. Eu sou apaixonado por Belém e voltar foi incrível. Eu nasci em Porto Trombetas, em Oriximiná, mas fui para Belém com três anos de idade. Adoro tudo: a cidade, a comida”.

Com fotografias impactantes, o livro traz ao público um conjunto de imagens que sintetizam a trajetória e as visões do premiado fotógrafo sobre conflitos recentes ou em curso na Síria, no Iêmen, na Líbia, na Armênia, no Iraque e na Ucrânia. “Uma boa parte do livro se dá em relação ao conflito entre o Estado Islâmico, onde fiz a cobertura desde o início, que remete aos mais importantes anos, envolvendo a ascensão e a queda do Estado Islâmico, assim como mostra os conflitos no Iraque e na Síria contra ele. Tem ainda fotos da revolução Síria contra o ditador Bashar al-Assad”.

Embora sejam ambientes em caos e o fotógrafo tivesse o papel de mostrar toda a ambientação do cenário em guerra, com um olhar jornalístico, ele diz que não tem como não se emocionar com tudo o que suas lentes captaram. “O propósito das imagens era realmente mostrar o que de fato acontece, por exemplo, mostrar os rebeldes que lutam contra a repressão; exércitos que lutam contra o grupo terrorista, como o Estado Islâmico. Acho que a minha posição sempre foi a de levar a informação, que dificilmente, o público assistiria na TV. São imagens do front de batalha. O meu intuito sempre foi pegar a primeira informação que sai daquela localidade e não por meio de terceiros”.