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Dez anos de Discosaoleo terão shows e muita nostalgia

Foi num 08 de junho, em 2014, que a Discosaoleo abriu as portas, como loja e selo fonográfico. E tudo começou da ideia de Léo Bitar, Foto Celso Rodrigues/ Diário do Pará.
Foi num 08 de junho, em 2014, que a Discosaoleo abriu as portas, como loja e selo fonográfico. E tudo começou da ideia de Léo Bitar, Foto Celso Rodrigues/ Diário do Pará.

Aline Rodrigues

Foi num 08 de junho, em 2014, que a Discosaoleo abriu as portas, como loja e selo fonográfico. E tudo começou da ideia de Léo Bitar, audiófilo, designer de som, colecionador apaixonado por música desde a adolescência e que sempre convidava os amigos para ir em sua casa ouvir discos. Foi desse prazer de reunir as pessoas para ouvir o som analógico que veio a vontade de abrir um espaço em Belém voltado exclusivamente para o disco de vinil, para apresentações dos artistas locais e para promover esses encontros musicais.

“Naquela época, há 10 anos, estavam surgindo os selos independentes, o vinil voltou a ser fabricado no Brasil com a abertura da Polysom, aí também resolvi, junto com a loja, lançar o selo fonográfico para ter um selo no Norte que fizesse lançamentos exclusivamente no formato analógico. Falei sobre esse sonho de abrir a loja e o selo com o meu sócio, Sérgio Barbagelata, que topou na hora essa empreitada comigo”, falou Léo Bitar, idealizador da Discosaoleo.

Ao logo dessa década, vários projetos artísticos, com teatro, exposições, poesia e, principalmente, música passaram pelo local.

“Nesses 10 anos já passaram muitos artistas por aqui, tanto locais quanto de outros estados, artistas importantes e artistas que estavam começando a carreira, além de clientes que chegam para trocar ideias sobre prensagem, represagens, som do disco, como é que ele é feito, e também para trocar ideias sobre a história da música. Esses encontros rolam diariamente aqui na loja. É muito bacana e a gente curte muito, faz a gente ter esse fôlego de estar aberto há 10 anos”, disse Léo, que começou a colecionar vinil ainda criança, quando tinha uma vitrola portátil e ficava encantado com o som saindo daquela caixinha.

“Na adolescência, continuei comprando discos, e aí no final dos anos 1980, mais ou menos 1987, comecei a trabalhar com teatro, especificamente com desenho de som para teatro, e isso me levou a pesquisar sobre a história da música mundial, além da minha predileção pelo rock. Daí a coleção só aumentou”, contou Léo, confidenciando em seguida que muita gente chega na loja perguntando se são os discos dele que estão à venda. “Digo que não, que todos os discos são da loja, e que a minha coleção nunca diminui, só aumenta”, acrescentou ele.

MERCADO

A venda de vitrolas e a produção de discos de vinil, no Brasil, vêm crescendo nos últimos anos. Apresentada ao público por Thomas Edison há exatos 137 anos, essa tecnologia se adaptou bem à era da internet, e vem ganhando cada vez mais fãs.

“As pessoas se interessam muito pelo vinil hoje, pelo simples fato de que o disco, até hoje, é o melhor meio de se ouvir música. Desde que foi criado, no final dos anos 1940, até hoje, não tem tecnologia que tenha substituído o vinil com propriedade. Além da melhor sonoridade, sabemos da longevidade do disco, já que o CD fabricado nos anos 1980, início dos anos 1990, alguns já não funcionam mais, e as plataformas digitais, se alguém puxar a tomada, acabou tudo”, destacou Léo, que no início dos anos 1990 estudou muito sobre som, tecnologia, som analógico e som digital, e quais as diferenças.

“Até hoje é constatado que o vinil soa melhor do que qualquer meio digital. Mas é o que sempre digo: o importante é ouvir música. Então, por esses fatores de longevidade e por ser ainda o melhor meio de se ouvir música, é que cresceu o mercado do vinil. O disco é muito bonito, a capa, o tamanho”, destacou Léo.

O desenho do espaço da loja Discosaoleo foi feito pelo cenógrafo e performer Nando Lima. O espaço tem um miniestúdio “analógico – digital”, que faz digitalizações em altíssima qualidade de LPs, fitas cassete, fitas de rolo, fitas de cartucho e outras. Além de gravação de locuções, offs, faz produção e captação de ruídos, edição de áudio digital, montagem sonora e outros serviços.

Parabéns

10 anos Discosaoleo

Quando: 08/06, : a partir das 10h, com shows a partir das 16h.

Onde: Travessa Campos Sales, 628, porão.

Quanto: R$ 15, para os shows.