CULTURA

Da Amazônia ao Cerrado: poetas do Pará e Minas se encontram em Belo Horizonte

A poeta paraense Antonia Nayane, autora do livro de poemas “Abraço sua Crina”, artista-pesquisadora e produtora cultural, é a idealizadora do projeto “Encontro de Poetas.

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A poeta paraense Antonia Nayane, autora do livro de poemas “Abraço sua Crina”, artista-pesquisadora e produtora cultural, é a idealizadora do projeto “Encontro de Poetas: Da Amazônia paraense e Minas Gerais”. O evento literário tem como objetivo promover o compartilhamento da poesia produzida no Pará e em Minas Gerais, conectando tradições e vozes de duas regiões brasileiras em Belo Horizonte.

O projeto foi aprovado no Edital Multilinguagens da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte e contará com uma programação diversificada, reunindo atividades que exploram a poesia como gênero literário em destaque.

O encontro será nos dias 4 e 5 de outubro em dois importantes espaços culturais da cidade mineira: o Quintal do Treze e a Casa Circo Gamarra. O Quintal do Treze integra o Reinado Treze de Maio, sede da Guarda de Moçambique e Congo Treze de Maio de Nossa Senhora do Rosário, e do Centro Espírita São Sebastião. Localizado no bairro Concórdia, conhecido como a Pequena África de Belo Horizonte, o espaço é símbolo de resistência cultural. A Casa Circo Gamarra, criada em 2017 pelo artista circense Diego Gamarra, é um espaço que acolhe artistas de rua e imigrantes, promovendo residências e trocas culturais.

A programação do encontro contará com nomes renomados das regiões envolvidas. Entre as atividades estão a palestra-performance do poeta mineiro Ricardo Aleixo, rodas de conversa com poetas como Roberta Tavares, Thiago Kazu e Júlia Elisa (do Pará) e Renato Negrão (de Minas Gerais), lançamento de livros de poesia, oficinas de “Poesia e Carimbó” e “Poesia, Stencil e Intervenção Urbana”, além de uma feira de publicações com editoras como Mezanino Editorial e 1⁄4 Edições (PA), Alecrim Edições e Impressões de Minas Editora (MG).

O evento será encerrado com uma grande roda de declamação de poesia e uma roda de carimbó com os Tambores do Pacoval, conjunto de Soure, no Marajó, reforçando a ligação entre Amazônia e Cerrado, tradição e contemporaneidade.

Para Antonia Nayane, idealizadora e produtora do projeto, o encontro simboliza a união de territórios e culturas: “Os sotaques das águas da Amazônia se encontrarão com os das montanhas do Cerrado. Dois territórios poéticos se encontrarão em dias de lua cheia. Os Tambores do Pacoval pedem licença para ressoar os curimbós e as maracás no quintal ancestral do Reinado da Guarda de Moçambique e Congo Treze de Maio. Nas vozes os ventos de muito tempo e espaço. Serão dois dias para celebrar a beleza dos Encontros.”

O projeto reforça a importância da literatura como ferramenta de resistência, memória e diálogo entre regiões do Brasil, consolidando Belo Horizonte como palco de manifestações culturais que atravessam fronteiras e conectam poetas e público em experiências literárias únicas.