Com uma média de mais de 10 mil visitantes por noite, a primeira semana do XIX Concurso Estadual de Quadrilhas apresentou mais de 90 grupos juninos, adultos e mirins. O evento está sendo realizado no Centur, sede da Fundação Cultural do Pará (FCP), a partir das 18h, com entrada gratuita. Além da quadra, o evento ainda conta com apresentações musicais e folguedos.
Desde a abertura do concurso, as quadrilhas chamaram a atenção do público que circula pelas praças do Centur. É um dos momentos mais aguardados do Arraial, promovido pela Fundação Cultural do Pará (FCP), e reúne grupos culturais de mais de 50 municípios do Estado.
A Quadrilha Inclusiva foi a primeira a se apresentar e mostrou o resultado das oficinas ministradas no Curro Velho no primeiro semestre deste ano. A ação faz parte da Cia Do Nosso Jeito, projeto integrante do Núcleo de Oficinas da FCP, e é voltada para Pessoas com Deficiência (PcD). Dentre os alunos, estavam presentes usuários de cadeiras de rodas e com Transtorno do Espectro Autista (TEA).
Espectadora do festejo, Lorena Nunes compartilha do sentimento e conta do encanto pelas apresentações. “Eu achei tudo maravilhoso, principalmente a primeira quadrilha, da inclusão. Nunca tinha visto algo assim, foi ótimo”, contou.
A coordenadora do projeto, Thays Reis, ressalta que as oficinas são para todos os públicos. “Qualquer um pode participar. São cursos voltados para jovens e crianças da comunidade com qualquer tipo de deficiência. É só ir até o Curro Velho e se inscrever gratuitamente”, explicou.
Praça do Povo – A participação dos demais quadrilheiros foi regulamentada pelo edital do XIX Concurso Estadual de Quadrilhas Juninas, que contou com 141 inscrições. Para fins de competição, apenas 10 grupos vão ser premiados no dia primeiro de julho. Além dos coletivos, serão premiadas também 18 misses, sendo três em cada categoria (Caipira, Morena Cheirosa e Simpatia), entre adultos e mirins.
Participante do quarto dia do evento, Patrick Cardoso faz parte da quadrilha Encanto da Juventude, do bairro do Guamá. Ele afirmou estar com grande expectativa para o concurso e destacou o tema de seu grupo para 2023. “Nós viemos com o tema, esse ano, ‘Encanto de Cordel’. É uma homenagem à cultura nordestina. Foram seis meses de ensaio e a gente se esforçou muito para estar aqui, dando um espetáculo para todos que vieram assistir”, revelou.
Também da capital, o Rainha da Juventude mostrou ser um dos favoritos pelo público, que torcia na arquibancada. A quadrilha foi a vencedora do concurso em 2022. Outro grupo que atraiu a atenção dos espectadores foi o Paraíso Junino, cuja apresentação arrancou aplausos exaltados de quem estava assistindo.
Além da capital, apresentaram-se na Praça do Povo quadrilhas de diversos municípios do Estado, como Abaetetuba, Cametá, Tracuateua, Quatipuru, Curuçá, entre outros. Ainda estão previstas as apresentações de cerca de 50 coletivos juninos até o fim do concurso.
Praça do Artista – Muito além da quadra junina, o Arraial de Todos os Santos contou com mais de 30 espetáculos musicais, parafolclóricos e culturais. A programação na Praça do Artista foi inaugurada pelo Choro do Pará, criado pelo coordenador de Artes Sonoras Paulo Moura, da Casa das Artes.
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O projeto existe há 16 anos e tem o objetivo de manter viva a tradição do gênero musical no nosso Estado. O concerto foi resultado do segundo módulo de aulas ministradas na Casa das Artes,.espaço da Fundação Cultural do Pará, localizada ao lado da Basílica de Nazaré.
Além do Choro, apresentaram-se também grupos de Toada e de Bois de Máscara vindos do interior. Os coletivos performaram danças típicas com sons regionais para o público que não estava acompanhando as quadrilhas.
As Toadas são uma expressão cultural rica e tradicional, enraizada nas comunidades ribeirinhas e indígenas da região Norte. É um estilo musical que está associado a uma forma de dança típica. A influência indígena está presente nas melodias, ritmos e nas letras que, muitas vezes, retratam histórias e lendas da cultura nativa da região amazônica.
A dança é realizada em pares, com movimentos suaves, elegantes e harmoniosos. Os dançarinos geralmente seguram as mãos ou mantêm uma proximidade física enquanto realizam passos e movimentos coreografados. Ao todo, 10 grupos de Toada se apresentaram no Centur.
Já o Boi de Máscaras é uma variante do Boi-Bumbá e tem sua origem datada em mais de 90 anos. A manifestação cultural começou em São Caetano de Odivelas, no Pará. As tradicionais máscaras eras utilizadas pelos pescadores que não queriam ser reconhecidos pelo público. Na primeira semana de espetáculos, cerca de oito “Bois de Máscara” e sete “Bois-Bumbás” passaram pela Praça do Artista.
O espaço também foi palco da banda Fruto Sensual e do rei do Carimbó Pinduca. Até o dia 30 de junho, estão previstas mais 40 performances culturais, entre folguedos e bandas.
Dançarina da Banda Santa Peia, Tanara Garcia ressaltou a importância do festejo junino para sua vida pessoal e profissional. O grupo se apresentou no Centur no dia 22 de junho. “Nesse momento nós conseguimos acompanhar várias linguagens e manifestações culturais, que fortalecem a nossa cultura popular paraense”, disse.
A artista revelou, ainda, que dança Carimbó desde a infância e que ama exaltar o patrimônio imaterial do Estado. “Está sendo maravilhoso, é um momento muito festivo, o qual esperamos muito para manifestar essa tradição. Eu já me apresento há muitos anos e, todo ano, dançar Carimbó é uma renovação”, finalizou Tanara.
O Arraial de Todos os Santos segue até o dia 02 de julho com o Concurso Estadual de Quadrilhas Juninas e as apresentações culturais na Praça do Artista. No Teatro Waldemar Henrique, a apresentação dos Pássaros e Cordões de Pássaros e outros Bichos ocorre até domingo (25). Para mais informações sobre o evento, acesse o site wwwr.arraial2023.com.
