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Colunista do DIÁRIO lançará biografia de Pierre Beltrand

Pioneiro do colunismo social paraense faleceu na quarta-feira, aos 93 anos FOTO: DIVULGAÇÃO
Pioneiro do colunismo social paraense faleceu na quarta-feira, aos 93 anos FOTO: DIVULGAÇÃO

O Pierre não morre, é uma figura da nossa cidade que não morre”, diz o comunicólogo e colunista social do Diário do Pará, Marcelo Pinheiro, sobre a partida do colunista social mais longevo do Brasil, Ubiratan Aguiar, mais conhecido como Pierre Beltrand, que faleceu na madrugada de ontem, 25, aos 93 anos, sendo 75 deles dedicado ao colunismo social paraense. O corpo de Ubiratan está sendo velado na Capela Max Domini e sai para sepultamento hoje, 26, às 9h30, no cemitério de Santa Izabel.

O colunista, que nasceu Ubiratan Aguiar, optou pelo pseudônimo Pierre Beltrand com dez anos de carreira. “Não era somente um pseudônimo ou um eu lírico, porque numa linguagem literária ele se enquadrava, mas ele foi adiante e se apropriou dessa identidade que é o Pierre. Ele não se restringe à literária, ele salta para fora do jornal, para a sua vida. Ele se apropriou dessa identidade para além das páginas do jornal, levou para a vida, a ponto de corrigir as pessoas quando se referiam a ele como Ubiratan”, disse Marcelo, que deve defender em breve sua dissertação de mestrado que tem o colunista como objeto de estudo.

Após defender a tese, o colunista transformará o material em livro. “Vai ser defendida agora quando eu tiver condições emocionais. Tão logo defenda, vou cumprir o que prometi para ele, que era fazer disso um livro, esse é o meu compromisso com o Pierre. E como ele vai continuar vivo, esse compromisso será cumprido”, contou Marcelo, destando ainda que, após a sua escolha profissional, Ubiratan passou a ter uma função de colega, métier e um grande incentivador de sua carreira.

“Ele foi um grande incentivador para que eu me permitisse essa vida de colunista. Foi um curador da minha carreira, se eu escrevesse uma linha que ele não gostasse, me ligava e cobrava. E nessa nossa relação, ele me deu o privilégio de exercer o papel do Pierre, nos últimos baquetes que ele fez e eu que passei apresentar”, contou Marcelo.

Elegância e simpatia eram duas das características do jornalista, que assinava o caderno Grand Monde, do “Amazônia Jornal”. Mas engana-se quem pensa que Ubiratan ficou apenas no colunismo social, ele transitou por outras editorias e chegou até a TV.

“Ele foi do impresso, da TV, quando criou o ‘Pierre Show’, levando o colunismo social para a televisão. Ele entrava no jornal para comentar o colunismo social. Editou o caderno de automóveis, que igualmente fez muito sucesso, é uma perda para a imprensa no modo geral”, destacou Marcelo.

Pierre atuou em diversos veículos de comunicação, como TV Marajoara, TV Liberal, jornal “O Estado do Pará”, “A Província do Pará”, “O Liberal” e “Amazônia Jornal”. O colunista também era advogado e um imortal da Academia Paraense de Letras, além de ter sido um dos fundadores do Sindicato dos Jornalistas no Pará.