
“Recordar” é o single da banda Clepsidra, que une os músicos Maurício Panzera e Renato Torres, que chega nesta sexta-feira, 26, às plataformas de música. A canção é descrita pelos compositores como “espécie de álbum de recortes mnemônicos desta trajetória cheia de ideias, poemas e música” que é a parceria da dupla. O lançamento inaugura uma nova fase do trabalho que completa 24 anos de uma existência fluida na cena cultural da cidade.
Isso porque o Clepsidra se mantém como uma proposta de banda como obra aberta. “Ou, diriam os contemporâneos, um relacionamento aberto, fluido, líquido” entre Torres e Panzera. Os dois se conheceram ainda adolescentes, no final da década de 1980, no bairro do Guamá, e em 2001 se propuseram um trabalho musical em duo com a pesquisa e a experimentação como motes – e o tempo da amizade como medida e método.
Lançamento chega após pausa sabática
O duo tinha passado por uma pausa sabática, após o terceiro álbum, “Independente”, lançado em 2015, e ressurge com “Recordar”, que chega ao público pelo selo carioca Labidad.
A canção surge de um tema instrumental de Panzera, chamado “Baião de Maré” (já lançado nas plataformas), em cuja melodia Renato dependurou os tais recortes:
“luas de papel, banhos de alecrim/ riso ao caminhar, rodas de cantar”.
O arranjo traz a bateria de Tiago Belém, teclados de Rodrigo Ferreira, além do baixo e voz de Panzera, e os violões, guitarras e voz de Renato. A faixa foi produzida no Guamundo Home Studio de Renato Torres.
Canção saúda memória da parceria entre os músicos
As postagens feitas por Renato Torres em suas redes sociais para apresentar o lançamento evocam o clima da canção: como por exemplo, surgem com registros do duo em diferentes épocas, como a apresentação no Fórum Social Mundial, o Festival Se Rasgum ou show no projeto Ensaio Aberto do espaço Na Figueredo.
De acordo com Renato, o aforismo “tempo grande, água pequena”, surgido no segundo álbum da banda, “Tempo Líquido”, de 2006, “parece agora ganhar uma nova camada de significado nessa retomada, que sugere a memória como um lago mítico onde se pode saciar a sede de ser o que somos, através de tudo o que vivemos e criamos através do tempo”.