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Clássicos de Babenco e filme paraense em plataforma gratuita

"Matinta" é estrelado por Adriano Barroso FOTO: DIVULGAÇÃO
"Matinta" é estrelado por Adriano Barroso FOTO: DIVULGAÇÃO

Esta sexta-feira, 27 de outubro, é Dia do Patrimônio Audiovisual. A data foi criada pela Unesco – o órgão das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura – e o Conselho Coordenador das Associações de Arquivos Audiovisuais (CCAAA) para celebrar profissionais e instituições que trabalham na preservação e tratamento das produções audiovisuais para as futuras gerações.  E para marcar a data, a plataforma gratuita Itaú Cultural Play disponibiliza em seu catálogo a partir de hoje dois clássicos do cinema brasileiro dirigidos por Hector Babenco (1946-2016), diretor de cinema, roteirista e produtor argentino, naturalizado brasileiro em 1977.

Acessando a plataforma a partir do site www.itauculturalplay.com.br e dispositivos móveis Android e IOS, será possível assistir gratuitamente a “Lúcio Flávio, o passageiro da agonia” (1977) e “Pixote: a lei do mais fraco (1980)”. Os dois filmes aliam um aspecto documental a um lirismo poético para expor problemas sociais em grandes metrópoles brasileiras. Inspirados em romances do roteirista e jornalista maranhense José Louzeiro (1932-2017), ambos marcaram o mercado cinematográfico nacional na segunda metade do século XX.

“Lúcio Flávio…” é inspirado em história real de criminoso 

Segundo longa-metragem da carreira do diretor, “Lúcio Flávio o passageiro da agonia” estreou em 1977. Premiado no mesmo ano na categoria de Melhor Filme na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, estabeleceu o diretor no cinema nacional e em toda a América Latina.

O filme conta a história verídica de Lúcio Flávio, criminoso que ficou famoso entre as décadas de 1960 e 1970 por suas fugas espetaculares de presídios do país. Com uma trajetória marcada pela prática de assaltos, homicídios, estelionatos, fugas e prisões, ele acabou sendo morto em 1975, quando estava preso. A exibição desta produção, na época, somou mais de cinco milhões de espectadores. Ainda, ajudou a desmantelar o Esquadrão da Morte, ao colocar na mídia a atuação desta organização formada por policiais corruptos, primeiro no Rio de Janeiro e, posteriormente, em outros estados.

“Pixote” concorreu ao Globo de Ouro

De 1980, “Pixote: a lei do mais fraco” também se tornou um clássico do cinema brasileiro. Ele reúne no elenco jovens moradores de comunidades paulistanas e foi considerado, no mesmo ano de sua estreia, o melhor filme estrangeiro pela Associação dos Críticos de Los Angeles e de Nova York. Dois anos depois, em 1982, a obra concorreu na mesma categoria ao Globo de Ouro.

O longa-metragem conta a história de Pixote, um menino analfabeto de 11 anos, que, ao lado de seus companheiros Dito, Lilica e Chico, vive em uma instituição para menores infratores. Ao se revoltarem com os abusos e injustiças cometidas contra eles, os garotos decidem voltar às ruas. Acabam se aprofundando ainda mais no mundo do crime.

“Pixote: a lei do mais fraco” é outro premiado filme de Hector Babenco FOTO: DIVULGAÇÃO

Paraense “Matinta” entra no catálogo no Dia das Bruxas

Na terça-feira, 31 de outubro, data que marca o “Dia das Bruxas”, a plataforma Itaú Cultural Play integra a seu catálogo títulos que vão agradar aos espectadores que apreciam os gêneros de terror e fantástico. Eles vão poder ver “O diabo mora aqui” (2015), de Dante Vescio e Rodrigo Gasparini; “A sombra do pai” (2018), de Gabriela Amaral Almeida, e ainda “Matinta” (2010), de Fernando Segtowick e Adriano Barroso, representante da cinematografia paraense contemporânea, que faz uma incursão ao cinema fantástico, revisitando a lenda amazônica da Matinta Perera.

Dirigido por Dante Vescio e Rodrigo Gasparini em 2015, o longa-metragem “O diabo mora aqui” traz no roteiro alguns clichês das produções de terror, colocando adolescentes no centro da narrativa. Além disso, a obra traz elementos da escravidão como ponto de conexão com o passado da história brasileira.

A obra, já exibida no Festival de Sitges, na Espanha, conta sobre dois casais que decidem passar uma noite em uma fazenda no interior. A propriedade guarda segredos de um passado sombrio, em que um sádico fazendeiro submetia uma família de escravizados à violência. A presença dos jovens traz de volta forças ancestrais e eles precisam lutar por suas vidas em meio a essa guerra presente no antigo casarão.

“A Sombra do pai” foi premiado no Festival de Brasília

“A sombra do pai”, de 2018, dirigido por Gabriela Amaral Almeida, trata da história de um angustiado pedreiro chamado Jorge, que tem dificuldade para se comunicar com sua filha Dalva, órfã de sua mãe. Após um colega de trabalho morrer no trabalho, ele desenvolve uma doença e um comportamento estranho igual ao de um zumbi. A menina, que acredita ter superpoderes, deseja trazer sua mãe de volta à vida. Considerada uma das principais vozes do novo cinema brasileiro, Gabriela busca expandir os sentidos dos filmes de terror. O filme foi premiado no Festival de Brasília em 2018.

“Matinta” é dirigido por Fernando Segtowick e Adriano Barroso

Inspirado na lenda de Matinta Perera, bruxa amazônica que se transforma em um pássaro agourento, o curta-metragem “Matinta”, de 2010, dirigido por Fernando Segtowick e Adriano Barroso, transporta para o cinema fantástico mitos populares do norte do Brasil.

O filme conta a história de Felício, um pescador interpretado por Adriano Barroso, que ao chegar em casa encontra sua esposa Antônia, interpretada por Nani Tavares, muito doente com sintomas de febre, tosse e uma perna que enegrece cada vez mais. Desesperado, ele busca a ajuda de sua mãe, conhecedora dos remédios da floresta. Porém, novas enfermidades surgem na comunidade deixando a situação ainda mais séria.

Os filmes ficam disponíveis por 18 meses, a partir da data de entrada na plataforma.