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Cinema Olympia pode recuperar traços originais da primeira fachada

A primeira fachada é de estilo eclético, como todas as fachadas do início do século 20 em Belém, diz ela.

No alto, a primeira fachada do cinema. Acima, as linhas retas que ele ganhou nos anos 1960. Fotos: Reprodução
No alto, a primeira fachada do cinema. Acima, as linhas retas que ele ganhou nos anos 1960. Fotos: Reprodução

“Tudo isso é um trabalho muito grande, porque é ligado à estrutura. Além disso, estamos fazendo toda a parte de fundação para conseguir chegar a um cinema maravilhoso, o que é o nosso objetivo”, afirma Beth Almeida.

Aconstrução possuiu três fachadas. A primeira, de 1912; a segunda, de 1960; e a mais recente. “Ela era bem interessante também [de 1960], mas a gente achou muito pouco dela, que era uma pós-moderna. No caso da primeira, que é a mais antiga, a gente achou muita coisa. Então, a gente está usando isso como uma base para terminar esse projeto”, conta.

A primeira fachada é de estilo eclético, como todas as fachadas do início do século 20 em Belém, diz ela. “O ecletismo influenciou fortemente a arquitetura de Belém. Ela tem uma coisa de Art Nouveau – um movimento artístico que surgiu na Europa entre 1890 e 1910 – e tinha muitos efeitos, mas foram perdidos. Como por exemplo, estátuas, que foram tiradas depois, quando fizeram a fachada. Então, ela é mais eclética”, diz a arquiteta.

Quando as equipes de trabalho tiraram o capeamento da parede, foram “descobrindo” esses traços das fachadas. “Deu curiosidade para ver o resto, então, a gente foi abrindo para ver o que tinha ainda. Achamos algumas coisas, primeiro um arco lateral e depois fomos tirando o reboco e encontrando os outros dois laterais. Por isso que a gente teve que mudar o projeto, porque depois de achar tudo isso, não podíamos ignorar. Isso acontece muito nas obras de restauro. Às vezes a gente acha pisos, paredes, azulejos. É muito fácil para a gente perceber, porque os tijolos eram diferentes, o reboco era diferente. Por exemplo, o reboco tinha muito mais barro do que os que são usados hoje em dia, então é fácil a gente ver o que é parede antiga e o que é nova”, explica a arquiteta.

A prioridade, no momento, é a estrutura, relata Beth Almeida. “A gente tem um acompanhamento dos engenheiros estruturais, que é para a gente chegar a alguma conclusão depois. Então a gente ainda não pode dizer como vai ficar, embora a curiosidade seja grande. A gente está fazendo com muito cuidado para não ter nenhum problema na frente, porque às vezes a gente apressa a obra e depois lá na frente a gente tem que refazer alguma coisa. Então a gente está fazendo tudo com muito cuidado.”