Cine Cordão do Galo agrega documentários e shows em Belém

Texto: Aline Rodrigues

A exibição de três documentários sobre o Cordão do Galo, brincadeira popular que é realizada em Cachoeira do Arari, seguidos de bate-papo com os diretores dos filmes e um pocket show com Ronaldo Silva, Iris da Selva e Allan Carvalho, estão na programação do primeiro Cine Cordão do Galo, que acontece nesta sexta-feira, 5, às 19h, no Teatro Estação Gasômetro.

A mostra é realizada em parceria entre o Instituto Arraial do Pavulagem e a Irmandade do Glorioso São Sebastião, e a renda dos ingressos será revertida para o projeto Cordão do Galo.

“A ideia da mostra surge depois de perceber que os três documentários, embora versem sobre a mesma ação no cenário de Cachoeira do Arari, Marajó, onde acontece o Cordão do Galo, têm abordagens diferentes. Conectar numa mostra esses três olhares, em momentos históricos distintos, talvez seja a melhor maneira de compreender a complexidade e a singeleza dessa ação”, diz João Guilherme Ribeiro, coordenador de oficinas no Instituto Arraial do Pavulagem e produtor da mostra.

Segundo Ribeiro, embora o Instituto Arraial do Pavulagem seja conhecido do público paraense pelos arrastões culturais nos meses de junho e outubro, pouca gente na capital sabe dessa ação que ocorre em Cachoeira do Arari.

“O Cordão do Galo tem como público-alvo as crianças e adolescentes e promove inclusão cultural e social, através da formação cultural. Para este público mais vulnerável, é uma ação que, através da cultura popular, incentiva não só a formação de brincantes, mas também de cidadãos. Portanto a mostra desses documentários é um meio eficaz na ampliação desse olhar para ações com esse caráter de formação”, diz o produtor.

FILMES

Os documentários na programação são “Cordão do Galo – Folguedo Popular do Pará”, de Guto Nunes, “Cordão do Galo – 15 anos”, de Fabrício Coleny, e “Minidoc Cordão do Galo”, de Arthur Santos, oferecendo diferentes olhares sobre o projeto realizado em Cachoeira do Arari. Os realizadores falarão sobre identidade, oralidade, memória e perspectivas identitárias.

“Os documentários comportam, em sua composição, vários elementos de linguagem que propiciam uma compreensão em vários níveis do que ocorre no período da festividade. Assim, podem facilmente desencadear associações que levam aos sentidos e aos significados da importância do folguedo para manutenção da memória e afirmações identitárias”, destaca João Guilherme Ribeiro.