A música popular do Pará perdeu nesta quinta-feira (17) uma de suas vozes mais marcantes. Faleceu em Fortaleza (CE), aos 83 anos, o cantor Pim, irmão do também renomado músico Pinduca. A informação foi confirmada pela família do artista. O sepultamento está previsto para acontecer na capital cearense, onde ele residia com a esposa, dona Benvinda Gonçalves.
Em seu perfil oficial no Instagram, Pinduca prestou uma homenagem ao irmão. “Nosso adeus é temporário. Até nos reencontrarmos, sentiremos sua falta meu irmão”, postou.
De acordo com familiares, Pim — cujo nome de batismo era Paulo Gonçalves — enfrentava problemas de saúde há algum tempo e estava em estado vegetativo após sofrer um Acidente Vascular Cerebral (AVC) agudo. Ele vivia de um Benefício de Prestação Continuada (BPC) e do apoio de alguns amigos próximos.
Nascido em 29 de junho de 1942, no município de Igarapé-Miri, no nordeste do Pará, Pim integrou uma das famílias mais tradicionais da música regional paraense. Iniciou sua trajetória artística como vocalista do Grupo da Pesada, banda de baile que se destacava nos grandes eventos de Belém. Foi com esse grupo que ele gravou, em 1975, o disco Explosão do Carimbó, pela gravadora Continental — um marco na história do ritmo amazônico.
Carreira e Reconhecimento de Pim
Entre 1977 e 1979, Pim também fez parte da banda do irmão Pinduca, até iniciar carreira solo. A partir de então, formou sua própria banda e lançou mais de 10 discos em vinil, alcançando reconhecimento nacional com participações em programas como Chacrinha, Thel Marques, Carlos Aguiar, Sr. Brasil (com Rolando Boldrin), entre outros. Um dos momentos de maior destaque foi o show no Estádio Vivaldo Lima, em Manaus, onde cantou para mais de 20 mil pessoas, arrancando aplausos com o hit “Melô do Padilha”.
Além de fazer sucesso em território brasileiro, Pim também levou o carimbó para palcos internacionais, como na Bolívia e na Colômbia.
Legado Musical
Entre suas canções mais conhecidas estão O Xote do Papagaio (regravada por Lucinha Bastos), Chupa-Chupa, Fábrica de Sabão, 25 Bichos, Dança Original, A Moda Já Pegou e Melô do Padilha. O cantor também teve parcerias com a professora e cantora Ionete da Silveira Gama, conhecida como Dona Onete, como na música Banho de Cheiro.
Despedida e Homenagens
O velório teve início às 15h desta quinta-feira na Funerária Henrique Jorge, localizada na Avenida Senador Fernandes Távora, nº 960, no bairro Henrique Jorge, em Fortaleza. O sepultamento está marcado para esta sexta-feira (18), a partir das 14h.