Entretenimento

Canal Bis vai destacar a música paraense

Com participação de vários artistas, série abordará o samba, o carimbó, o boi bumbá e as influências caribenhas. Foto: Divulgação
Com participação de vários artistas, série abordará o samba, o carimbó, o boi bumbá e as influências caribenhas. Foto: Divulgação

Aline Rodrigues

O Teatro Experimental Waldemar Henrique, em Belém, é palco da gravação da série “Pará Musical”, que será exibida pelo Canal Bis, do grupo Globo, e tem direção e produção de Marco André, cantor, compositor e cineasta paraense, radicado no Rio de Janeiro.

A série terá quatro episódios: Carimbó, Boi Bumbá, as influências do Caribe na música paraense e o samba do Pará. “No episódio Carimbó, vamos ter Dona Onete, Iris da Selva, Almirzinho Gabriel e Allan Carvalho. Vamos falar sobre o ritmo, de onde vem, para onde vai, onde ele tem de ir, a visibilidade do carimbó de hoje em dia, as formas diversas que o ritmo é tocado no Pará. Já no Boi Bumbá, vamos fazer com Arraial do Pavulagen, mostrar a forma do boi que eles fazem, contar como começou, o que sempre pretenderam com o Arraial através da arte, programas sociais, a questão da ecologia”, adianta Marco André.

No episódio “Influências latinas”, o guitarrista Manoel Cordeiro e a cantora Keila são os convidados. Manoel contará um pouco sobre a a influência das rádios de fora que acabou culminando com a trajetória da música paraense muito próxima aos ritmos caribenhos.

“No Samba do Pará, teremos uma roda de samba comandada pelo Arthur Espíndola, com vários componentes de escola de samba e pessoas que trabalham com samba no Pará. Será uma mesa formada por 25 pessoas, e o Arthur vai cantar cinco sambas, sendo um do Rancho, do Garcia, um samba meu, um do Paulo Oliveira, que é um supercampeão de samba enredo do Rancho e também já ganhou na Unidos da Tijuca, na Viradouro, no Rio, e Alcyr Guimarães, que é uma pérola do nosso cancioneiro”, conta Marco André, que produziu em 2018 o filme “Amazônia Groove”, onde também mostrou a música do Pará. o trabalho foi indicado ao grande Prêmio do Cinema Brasileiro e ganhou prêmios de fotografia no Festival SXSW – South by Southwest.

HOMEM DE SAMBA

“O pessoal do Bis tinha visto o ‘Amazônia Groove’ e queria fazer alguma coisa sobre a música do Pará. Dei essa sugestão e eles me chamaram para dirigir”, diz Marco André, que tem ligação com o samba paraense desde 1980, quando, aos 15 anos de idade, teve um samba enredo composto junto com seu pai, Alfredo Oliveira, campeão no festival de sambas do Quem São Eles.

“Depois tive samba na Mocidade Olariense de Icoaraci, também já tive samba no Acadêmicos de Samba da Pedreira. O papai é um dos principais vencedores de samba enredo aqui do Pará, tanto no Quem São Eles como na Acadêmicos da Pedreira. O meu irmão Paulo é hoje um dos principais vencedores de samba do Rancho, já ganhou quatro vezes lá, um cara que tem samba na Viradouro, na Unidos da Tijuca no Rio. Meu irmão Sérgio também fez enredo para escolas de samba. Ou seja, a minha família sempre teve relação muito grande com as escolas de samba e a gente sempre gostou muito do ritmo. Então, eu sugeri ao pessoal, porque nunca se fala de samba daqui. Resolvemos colocar num episódio para mostrar o quanto o samba do Norte do País, especialmente do Pará, é bom”, pontua.

As gravações da série acontecem até este domingo e depois o artista permanece em Belém para fazer a pré-produção, buscar locações e conversar com pessoas para filmar, em junho deste ano, o filme documentário “Porto Caribe”.

“É um docudrama, que mistura documentário com encenação, com ficção, com reencenações no caso, que vai contar a história de uma das músicas do Paulo André Barata e Ruy Barata, mais conhecida em Belém, vai contar a história da influência caribenha na música do Pará. Vamos gravar em Cuba, na República Dominicana e no Pará. O filme vai ter reencenações das rádios antigas de Belém, com depoimento de pessoas importantes, de historiadores”, adianta.

O filme terá a participação do guitarrista Manoel Cordeiro, Pde induca e vai ter reencenação de programas como o de Aroldo Caraciolo, que foi quem deu nome à lambada; de Almir Filho, outro radialista paraense importante. Uma coprodução com a Globo Filmes e Globo News, o filme deve ser lançado no primeiro semestre de 2024.

“No filme vamos colocar também um trecho do show que a gente fará no Theatro da Paz com a Amazônia Jazz Band junto com um artista cubano que a gente está definido ainda o nome, um artista da República Dominicana, Pinduca e Manoel Cordeiro”, finaliza Marco André.