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Çairé movimenta Alter do Chão com Festival dos Botos

Os botos Cor de Rosa e Tucuxi se apresentam nesta sexta e sábado, com transmissão ao vivo pela TV e Portal Cultura FOTOS: MARCO SANTOS/AG. PARÁ
Os botos Cor de Rosa e Tucuxi se apresentam nesta sexta e sábado, com transmissão ao vivo pela TV e Portal Cultura FOTOS: MARCO SANTOS/AG. PARÁ

Texto: Agência Pará

Uma das mais tradicionais festas amazônicas da região oeste do do Pará, o Çairé, aberto no último dia 9, terá um dos seus momentos mais destacados nesta sexta-feira (15) e sábado (16), na Vila de Alter do Chão, em Santarém. As duas noites marcam a disputa entre os botos Cor de Rosa e Tucuxi, que serão transmitidas pela Cultura Rede de Comunicação, com exclusividade, pela TV, Portal e também aplicativo, a partir das 21h.

O tradicional evento folclórico, que combina elementos religiosos e da cultura local, possui mais de três séculos de história e, em 2023, celebra 50 anos de retomada, trazendo como tema “Tradição e Arte em Alter”. Este ano, novamente, as apresentações dos botos serão em dias diferentes.

Na noite desta sexta, o Boto Tucuxi vai defender o tema “Yandê, o Çairé”. “O Çairé sempre foi feito por nós. Yandê, em Borari, significa ‘nós’. Então, vamos levar para o Lago dos Botos os indígenas boraris, os ancestrais, a aldeia, a nossa tradição. São as mãos da coletividade, que juntas mostram que sempre será ‘Nós, o Çairé! Yandê, o Çairé’”, enfatizou o presidente da agremiação, Toninho Araújo.

Já na noite de sábado (16), será a vez do Boto Cor de Rosa, com a apresentação do tema “A Grande Festa”, em comemoração à retomada do Çairé, que em 2023 completa 50 anos. “Vamos levar muita alegria e mostrar ao público a importância de se manter nossa cultura. São 50 anos que a festa do Çairé foi retomada e a cada ano que passa recebemos mais visitantes que se apaixonam pela nossa história. É uma justa homenagem aos nossos antepassados”, destacou o presidente da agremiação, Miguel Wanghan.

HISTÓRIA

O Sairé, atualmente grafado “Çairé” por questões culturais, é a mais antiga manifestação de cultura popular da Amazônia. Acontece há mais de 300 anos na Vila de Alter do Chão, na cidade de Santarém, mantendo-se fiel à sua essência e ao seu simbolismo. A origem da festa remete às missões evangelizadoras feitas por padres jesuítas aos índios da Amazônia. Foi interrompido durante alguns anos e neste ano completa 50 anos da retomada.

O símbolo da festa é um semicírculo feito de cipó torcido, envolvido por algodão, flores e fitas coloridas. No centro do semicírculo, encontram-se três cruzes e, acima desse, outra cruz. Durante todo o período da festa, esse estandarte permanece fincado na areia da principal praia de Alter do Chão, certamente repetindo o que os índios faziam para saudar os portugueses.

Sobre a transmissão da festa a partir da Cultura, o titular da Rede de Comunicação, Miro Sanova, diz que será mais uma oportunidade de a emissora honrar o compromisso com os paraenses e a cultura estadual. “Uma festa dessa magnitude não poderia ficar de fora da nossa grade de transmissão, será também a chance dos paraenses que estão fora do Estado, principalmente os santarenos, matarem a saudade das suas raízes, pois estaremos ao vivo também pela internet através do nosso portal”, destaca.