O rap é compromisso, é instrumento de revolução. Bruno BO, um dos pioneiros do estilo na Amazônia e dos primeiros MCs brasileiros a conquistar o título de Doutor, apresenta ao público o EP “O Ato da Docência”, um manifesto sobre a força da educação como motor de resistência, cidadania e dignidade da juventude periférica. Aliando rimas e beats à experiência de Bruno como professor, o novo trabalho reúne parcerias com grandes nomes do rap nacional e surpreende ao trazer diversos elementos regionais. O EP chega ao streaming nesta sexta-feira, 12.
Com mais de 25 anos de carreira na música, Bruno BO atuou como arte-educador e professor de Sociologia nas unidades de internação de adolescentes infratores e atualmente é professor de Sociologia no Instituto Federal do Pará. “Neste EP, declaro meu amor a minha profissão de educador – que é minha vocação -, meu amor aos meus alunos. Mas falo também das mazelas, preconceitos, falta de valorização, respeito e reconhecimento, a falta da devida importância da educação para a sociedade. Pra mim, o rap tradicional foi a melhor trilha sonora que eu encontrei pra poder falar de questões tão sérias”, diz.
Além da roupagem anos 90, “O Ato da Docência” traz ainda a marca autoral de Bruno BO: um rap amazônico, com “sotaque paraense”. “São elementos regionais, gírias, temáticas, sentimentos e sonoridades nossas, um rap com um molho brega, caribenho”, conta. O EP é ainda resultado do projeto “Jornada Quinto Elemento de Oficinas de Economia Criativa e Produção Cultural”, que ele levou para diversos Centros de Referência de Assistência Social – CRAS de Castanhal, convidando artistas e produtores locais.
O EP reflete essas parceria, sendo gravado no estúdio Selo Kizomba, de Allan Selectah, e trazendo a participação de Laysa Santos, ex-aluna de Bruno BO; do rapper Kawan MC, do quilombo de Macapazinho; das guitarras de Ariel Casimiro, artista do metal na cena de Castanhal; e de Klaus MC, rapper trans e ativista do movimento hip hop; além do beatmaker paraense Navi Beatz.
Com quatro faixas, o EP, contemplado no edital de incentivo da Fundação Cultural do Pará 2023, traz ainda a produção executiva de Bruna Raiol e Edvaldo Souza, realização da Realizador Cultural, e as participações de Nobre Beats, parceiro de artistas como Emicida e Marcelo D2; Barba Negra, o “terrível ladrão de loops” e principal produtor de Drumless no país da atualidade; e DJ Caique, responsável pelo lançamento de álbuns de artistas como MV Bill, Dexter e Rashid.
*Com a assessoria.