Nesta sexta-feira, 22, chega às plataformas de audiovisual e streaming o “Disco-Vivo”, primeiro projeto em audiovisual do músico e cantautor Bruno Benitez. Contemplado com o Prêmio FCP de Incentivo à Arte e Cultura, o álbum traz tanto músicas inéditas quanto releituras de músicas que integram seus três discos anteriores. O título do projeto faz alusão ao formato “ao vivo”, pois foi gravado à moda antiga: como num show, com a banda tocando e gravando junto.
Em entrevista ao Você, o músico conta que este foi um projeto desafiador, mas também muito feliz em seu processo. “Para ter um efeito legal, a gente tinha que ter um formato ao vivo, a banda tinha que tocar toda junta, diferente de um disco convencional que, às vezes, a gente grava cada um a sua parte, separadamente, muito atento aos detalhes, muito em cima de uma direção”, comenta. “O formato ao vivo dá, inclusive, mais liberdade, a gente não tem como controlar tanta coisa assim, então fica mais espontâneo, mais orgânico. Eu acho que esse é o grande diferencial da sonoridade [deste álbum]”, aponta.
O formato também foi pensado para se adaptar à realidade das telas. “A gente vive nessa imersão do digital, do audiovisual, da imagem, então é muito importante a gente conseguir agregar nossa arte nesse contexto, para poder alcançar o máximo possível de pessoas que se interessem por ela”, diz Benitez.
Diante dessa possibilidade de alcançar novos públicos, se pensou nas releituras pinçadas de seus três álbuns anteriores: “Coração Tambor” (2014), “Miscigenado” (2018) e “Tropicodélico” (2021), buscando dar visibilidade a músicas que, na época de seu lançamento original, não foram divulgadas com videoclipe ou tiveram pouca inserção nas rádios. Além destas, Benitez apresenta ao público duas músicas inéditas, a salsa “Amor Bandido” e a cumbia “Vive la Canción”, ambas de sua autoria.
O artista comenta que todos os seus álbuns eram de músicas inéditas e neste, a ideia era trazer o elemento do audiovisual, mas que sentiu também ser importante apresentar algo novo. “Até porque a obra está sempre em construção e a gente sempre quer buscar o novo, então disse ‘vamos colocar pelo menos duas músicas inéditas’, o que já vai puxando um próximo álbum inédito”, revela.
Sobre “Vive la Canción”, trata-se de uma cumbia cantada completamente em espanhol e com uma mensagem muito interessante, diz Benitez. “É como a gente tentar ter uma vida, uma relação tranquila, como se fosse uma música. Então ‘viver a canção’ seria uma forma de tentar esquecer os problemas, tentar realmente levar a vida de forma mais leve. E é uma música bem melodiosa, com solos de guitarra, então ela se parece muito com as coisas produzidas aqui no Pará, essa coisa misturada da latinidade amazônica”, descreve o artista.
Já a salsa “Amor Bandido”, diz Benitez, tem uma história curiosa. “Não dá nem para dizer que ela é 100% inédita porque, em 2002, eu montei uma banda chamada Mundo Mambo, só para tocar música latina, tocava muito nos bares da cidade, e lá por 2004, meu pai já até fazia parte da banda, ajudou a produzir e a gente gravou um disco de músicas inéditas. E ‘Amor Bandido’ constava nesse disco”.
Mesmo assim, “Amor Bandido” passou incólume. “Era antes das redes sociais e das plataformas digitais, então, o que a gente fez com esse disco? Só prensou fisicamente umas poucas cópias. E é um disco assim, raríssimo. A gente tirou uma foto, fez a capa e vendeu. Então, essa música fazia parte do repertório desse disco, que não foi divulgado. Mas as pessoas que tinham esse disco em mãos, gostavam muito. Então, a gente fez mais esse resgate [para o ‘Disco-Vivo’]”, explica Benitez.
Gravado e produzido no Pupuña Estúdio, em Belém, o álbum envolveu uma equipe de 13 profissionais das áreas de audiovisual, música, comunicação e produção cultural. A expectativa é passar para o público o que Benitez e sua banda são capazes de fazer ao vivo, especialmente no Baile Latino, festa que ele comanda na cidade. “A melhor forma de mostrar isso seria um projeto audiovisual, tentar passar um pouco da energia do show que a gente faz olho no olho com o público. Acho que essa é a grande expectativa, a gente poder ir além apenas de apresentar o áudio”, reforça.
Com o lançamento já nesta reta final do ano, a intenção agora é levar este mesmo show para os palcos. “A ideia, em 2024, é a gente conseguir circular com esse trabalho autoral, para vários públicos, e juntar isso com o que a gente já faz, tanto no Baile Latino quanto em outros trabalhos, em festivais”.
LANÇAMENTO
Álbum e projeto audiovisual “Disco-Vivo”
Assista: Youtube.com/@bbenitez