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Billy Blanco: Hoje marca o centenário do eterno compositor paraense

Falecido em 2011, Billy Blanco foi um dos nomes da Bossa Nova e do samba brasileiro. FOTO: ACERVO PESSOAL
Falecido em 2011, Billy Blanco foi um dos nomes da Bossa Nova e do samba brasileiro. FOTO: ACERVO PESSOAL

Um dos nomes que marcaram a Bossa Nova e a música popular brasileira, o paraense Billy Blanco deixou mais de 500 composições, ao lado de parceiros como Tom Jobim, Baden Powell e Sebastião Tapajós. Canções gravadas por nomes como João Gilberto, Dolores Duran, Elis Regina, com sucessos como “Tereza na Praia”, “A Banca do Destino”, “Viva Meu Samba” e “Sinfonia Paulistana”. Neste dia 8 de maio de 2024, celebra-se o centenário do nascimento do compositor, abrindo caminho para alguns projetos comemorativos ao artista.

Um deles é um documentário sobre a vida e a obra de Billy. Quem está à frente da iniciativa é o filho dele, o cantor e músico Billynho Blanco, que conta estar há um ano buscando patrocínios através de editais para a produção.

“Estamos desenhando um projeto de documentário sobre os 100 anos dele. É um projeto com a direção da Luciana Savaget, minha irmã de coração e uma grande jornalista, que foi editora-chefe do ‘Arquivo N’, na GloboNews, e do Paulo Mendonça, que foi diretor do canal Brasil. O pai dela, Leopoldo Teixeira Leite, foi o maior amigo do meu pai desde os tempos de faculdade. Eles tinham um escritório de arquitetura juntos. Nós estamos entrando em diversos editais porque precisamos de um aporte financeiro para levar o projeto para frente”, conta ele, acrescentando que estão fazendo entrevistas com vários amigos e pessoas do meio na esperança de conseguir financiamento para o documentário e um show.

“Esta é uma data muito importante porque ele continua fazendo parte da nossa vida. Não ficou distante, porque sempre que faço shows, nas músicas e na minha família, entre filhos e netos, ele está presente. Eu acabei de fazer uma série de shows com a minha filha Lua [a atriz e cantora Lua Blanco], e o último foi em homenagem a ele, com a participação de mais dois filhos, o Pedro Sol e a Ana Terra, que também cantaram músicas do avô. Então, esses 100 anos, a gente vai lembrar com o mesmo carinho que tivemos com ele. É uma comemoração muito especial”, diz.

Nascido em Belém, onde foi batizado como William Blanco Abrunhosa Trindade, Billy Blanco compôs canções de sucesso em que expressou seu amor pelo Rio de Janeiro, lugar que adotou como casa, e traduziu de forma leve o carinho por São Paulo em músicas como “Sinfonia Paulistana”. Sua forma de compor, como uma crônica musical, descrevendo cenas do cotidiano com humor, fizeram com que fosse comparado com Noel Rosa.

Também arquiteto e escritor, Billy Blanco morreu no dia 8 de julho de 2011, aos 87 anos, no Rio de Janeiro. Notabilizou-se como um grande letrista e melodista, destaca o filho. “Ele começou fazendo as músicas sozinho, mas quando se encontrou com Tom Jobim, ainda na época da faculdade, passou a fazer letras também para as músicas do Tom. Ele dava umas ideias de melodias também, mas eles compunham fazendo letra. Com Baden Powell, a mesma coisa; com Sebastião Tapajós também. Meu pai foi um cronista. As músicas dele são dos anos 1950 e 1960, eram crônicas do Rio de Janeiro, dos costumes cariocas, dos personagens. E a mesma coisa ele fez para São Paulo. Ele escreveu a ‘Sinfonia Paulistana’ em 1974 e virou quase um hino em São Paulo, nos anos 1970, e até nos anos 2000, que tem os versos ‘Vambora, vambora, olha a hora, vambora’, que tocava na rádio de manhã”, cita ele. “Ele amava o Rio e São Paulo, esse amor fez dele um grande cronista e um grande compositor. ‘A Paulistana’, ele escreveu em homenagem à minha mãe, que é paulista. E a ‘Sinfonia do Rio de Janeiro’, ele escreveu para o Tom, em homenagem à cidade que adotou de coração”, lembra Billynho.

Isso tudo, diz o filho, sem nunca esquecer Belém, terra que ele amava. “Todos os anos ele ia ao Círio, carregava a gente e estava prestes a levar ao Círio o meu filho mais velho, Pedro, pela primeira vez quando, duas semanas antes, teve um AVC [Acidente Vascular Cerebral] e não foi”, lembra Billynho.

Veja o vídeo: