Pela segunda vez, a Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes traz o Beco do Artista, espaço dedicado aos ilustradores, quadrinistas e outros artistas gráficos apresentarem seus trabalhos. Nesta 25ª edição, os estandes localizados em um corredor exclusivo no Hangar trazem um universo de produtos, como histórias em quadrinhos, livros, ecobags e cultura geek geral.
Matheus Souza, de 25 anos, é um dos artistas que participa pela primeira vez do evento. Ele expõe ilustrações que misturam temática regional à cultura pop. “Busco chamar a atenção das pessoas pela atração por Belém ou por diferentes animes, transformando em algo único”, conta.
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Embora o interesse pelas temáticas seja antigo, o ilustrador passou a trabalhar profissionalmente em 2020, no auge da pandemia, momento em que deixou de lado até mesmo o curso de oceanografia – em que conseguiu se formar ano passado. “Desde então, trabalho como ilustrador e sobrevivo disso”, conta. “Com a estreia aqui na Feira, estou muito feliz. Vinha para cá desde criança e sempre fui apaixonado por tudo. Estar aqui representa muito o que posso alcançar”, descreve.
Graduada em Direito, Gabriela Alves, de 28 anos, se considera artista desde 2018, quando começou a trabalhar com aquarela. Em seguida, migrou para as produções digitais. “Mudei por paixão mesmo e decidi arriscar na área artística”, conta. Ela participa de diversas exposições levando desenhos digitais, pinturas em tela, em tecido e modelagens, tudo feito artesanalmente. A temática também envolve a cultura pop, filmes, séries, jogos e referências regionais. “Trago adesivos, mini HQs, acessórios e ecobags. É importante estar aqui nesse espaço de valorização do artista local, da nossa cultura, para o público conhecer mais nosso trabalho”.
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Leonardo Dressant, de 45 anos, é escritor de HQs há 11 anos. Nesse tempo, já lançou três HQs e uma coleção de histórias amazônicas. No Beco do Artista, ele tem todas edições expostas e prontas para vender. “Meus quadrinhos falam sobre o regionalismo focado na conscientização ambiental. Meu alvo, além das crianças, é o resgate dessa oralidade, algo que é muito forte e repassado por gerações”, destaca.
As questões ambientais são abordadas de forma lúdica a fim de atingir as crianças, mas também com o objetivo maior. “É um trabalho bem direcionado, infantil, a fim de que a criança seja uma ferramenta modificadora na casa dela, mostre para família que aquele quadro pode ser mudado”, acrescenta ele, que participou do Beco do Artista em 2019.“Essa continuidade só mostra o sucesso que tem sido, a qualidade e a importância dessa arte que trazemos”, defende.
Os artistas que estão no Beco foram selecionados a partir de um edital lançado em julho deste ano pela Secretaria de Estado de Cultura (Secult). A seleção foi realizada em diversas etapas e se baseou no portfólio de cada artista, além dos trabalhos que cada um pretendia apresentar durante a Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes. Pelo menos onze trabalhos são compostos por artistas mulheres.