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Batidas do tecnobrega e tecnomelody embalam “boom” da cena brega

No Top 50 Global do Spotify, Pabllo Vittar emplacou seu disco mais recente, recheado de hits de tecnobrega paraense, como a viral “São Amores”. A cantora é headliner do Festival Psica 2024. FOTO: DIVULGAÇÃO
No Top 50 Global do Spotify, Pabllo Vittar emplacou seu disco mais recente, recheado de hits de tecnobrega paraense, como a viral “São Amores”. A cantora é headliner do Festival Psica 2024. FOTO: DIVULGAÇÃO

Não é exagero dizer que está para nascer paraense que não saiba cantarolar as marcantes. Surgido da criatividade da periferia da Amazônia, o brega superou preconceitos, foi alçado a Patrimônio Cultural e Imaterial do Pará e ganhou uma data especial só para ele. Nesta sexta-feira (26), o Dia da Música Brega é celebrado no Estado e aponta que o futuro do pop nacional vem do Norte.

“O tecnobrega é o novo pop do Brasil”, declara Gerson Dias, produtor cultural que desponta na cena nacional à frente do Festival Psica, voltado ao protagonismo da cultura preta e periférica da Amazônia. Ele destaca o “boom” da cena brega, que tem se fortalecido com a premiação da Gaby Amarantos no Grammy Latino, o estouro nacional de Manu Bahtidão e figuras como Pabllo Vittar levando o ritmo a toda América Latina.

“Isso deveria ter acontecido faz tempo. Agora eu percebo que estamos mais maduros e o movimento de ascensão do brega e do tecnobrega está mais orquestrado, mais organizado”, diz. “O tecnobrega é a nossa cultura. Quem cresceu na periferia do Pará, então, sabe que era a música que mais tocava. Então não tem como pensar cultura o Norte sem considerar essa cena, que precisa ser valorizada e tem potencial para se tornar música popular do Brasil”.

“Eu acho o tecnobrega e ritmos paraenses algo muito internacional. Então tem que ser exportado para outras regiões do Brasil e também do mundo”, declara Pabllo Vittar, artista que tem conquistado o continente com seu mais recente disco “Batidão Tropical – Vol 2”, repleto de versões de hits do Pará. A artista se prepara para trazer pela primeira vez ao Pará a turnê do novo disco, em dezembro, no Festival Psica. “É claro que eu teria que levar esse show para Belém. Vai ser babado, uma honra poder apresentar esse disco na terra que tanto inspirou esse trabalho!”, celebra.

Entre as drags mais populares do mundo, Pabllo Vittar é estrela da música pop. Nascida no Maranhão e criada até os 14 anos em Santa Isabel, na Grande Belém, Pabllo traz da infância o amor por bandas como Tecnoshow, Ravelly, Calypso e as famosas aparelhagens, com sua estética apoteótica: luzes de led, pirotecnia e DJs que se tornam celebridades nos bailes dos subúrbios do Pará. “Eu amo. Eu era criança, adolescente, não podia ir aos shows, mas eu ouvia muito o som”, relembra.

Uma das mais populares artistas do Brasil, a cantora acaba de entrar para a história da música mundial ao conquistar uma posição no Top 50 Global do Spotify, tornando-se a primeira drag queen a alcançar esse feito. A artista já foi reconhecida pela revista norte-americana “Time” como uma das principais líderes influentes da nova geração. Este ano, se apresentou ao lado de Madonna no maior show de toda carreira da rainha do pop, que reuniu 1,6 milhão de fãs em Copacabana.

No auge, Pabllo declara seu amor à cultura do Norte. Além do novo disco, que traz a participação de artistas como Gaby Amarantos, Maderito e Will Love, Pabllo acaba de lançar “Quem manda em mim”, um feat com Zaynara, a mais nova revelação da cena paraense com o beat melody, vertente do tecnobrega. A música, que fez sucesso nas redes sociais e projetou Zaynara nacionalmente com uma performance no Festival Psica, em 2023, ganha nova versão ao lado da drag queen.

“Eu acompanho a carreira da Zaynara há um tempo já e fiquei fã de primeira! Lembro de falar com meus amigos e equipe sobre ela e botar todo mundo pra ouvir! Fiquei muito feliz pelo convite para participar de ‘Quem Manda Em Mim’, porque amo a Zay e já era viciadíssima nessa música”, revela Pabllo.