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Banda de rock paraense Aeroplano quebra hiato de novas canções com “Clara”

Banda planeja lançar novo álbum em 2023 FOTO: JOÃO VICTOR ESTÁCIO/DIVULGAÇÃO
Banda planeja lançar novo álbum em 2023 FOTO: JOÃO VICTOR ESTÁCIO/DIVULGAÇÃO

A banda Aeroplano figura na cena rock paraense desde 2005 e já vivia um hiato de seis anos sem lançar novas músicas. Hoje, com nova formação e instrumento novo em mãos, eles lançam “Clara”, single que marca todo esse recomeço e que promete mais – novos singles e um novo álbum ainda em 2023. Quem quiser conferir a novidade, ela já está disponível em todas as plataformas de música.

O Você conversou com Eric Alvarenga, que está desde a primeira formação da banda, iniciada ao lado de Diego Fadul (guitarra), Felipe Dantas (bateria) e Bruno Almeida (baixo) e que, a partir dos discos “Ditadura da Felicidade” (2014) e “Animal Sensacional” (2017), conta também com Erik Lopes (guitarra).

Ele conta que a música teve sua composição iniciada em 2017. “Falo que comecei porque considero que é uma composição de toda a banda. Eu enviei voz e uma base no violão, a banda ouviu e aprovou. Em seguida, cada um vai pensando seus arranjos. Eu tento ao máximo não direcionar o que os outros vão fazer, pois gosto que eles tenham liberdade para compor em seus próprios instrumentos”, conta.

Atualmente, a banda conta com Raniery Pontes na bateria, Alessandro Bacchini na guitarra e Raoni Joseph no baixo, criando uma mistura de indie rock, MPB e jazz. “Cada um vai montando seus arranjos, vamos para os ensaios com todo mundo junto, ajustando detalhes e, quando estamos satisfeitos com o que temos, partimos para o estúdio”, continua Eric, explicando sobre o processo de composição durante “Clara”.

A letra foi inspirada nas vivências da afilhada de Eric, que dá nome ao single. “A letra descreve coisas que ela vivencia enquanto uma adolescente que está descobrindo o mundo e se descobrindo. Fala dela, mas, ao mesmo tempo, sei que acaba tocando várias pessoas que estão vivendo este momento de descobertas. Depois que a música ganha o mundo, já não tem mais nada a ver comigo ou com a Clara. Tem a ver com cada pessoa que escuta. Essa é mágica da subjetividade de cada canção”.

Mas não é só na adolescência que as descobertas estão presentes. O próprio Eric, que iniciou no Aeroplano assumindo guitarra e vocal, estreia com “Clara” a sua persistência em aprender a tocar o banjo de carimbó e usá-lo como instrumento de rock.

“Isso vem do meu impulso de querer fazer algo diferente. Acabei cansando um pouco de tocar e compor com guitarra. Um dia me veio à cabeça: ‘e se eu fizesse rock com banjo de carimbó?’ Foi um processo um tanto doloroso. Comprei um banjo mais simples para aprender a tocar e ver se daria certo. Digo que foi doloroso porque, por ser guitarrista, sempre acabo tentando transformar o banjo numa guitarra. É um conflito constante! Também ficava inseguro de trazer isso para a banda, mas o pessoal curtiu e o resultado tem sido bom”, considera.

Outro bom desdobramento, segundo ele, tem sido escutar e valorizar cada vez mais os banjoístas de carimbó. “As minhas maiores influências são o Mestre Curica e o Luizinho. Esse último, então, me fez perceber que é possível botar um captador de guitarra no banjo e usar pedais de guitarra. É o que eu tenho feito no Aeroplano”, revela.

Além de “Clara”, o lançamento desta terça-feira, a banda revela também que já tem muitas músicas escritas e uma das vantagens dessa nova formação é que todos os novos integrantes são compositores. “Todos trazem músicas para o repertório. Então, a gente já tem várias músicas para trabalhar. Em março, vai sair mais uma e a gente espera até o final do ano estar com um disco todo pronto. O Aeroplano é uma banda de discos. A gente se organiza assim”, destaca Eric.

Aos fãs que acompanham a trajetória da banda desde 2005, passando por festivais do Norte e Nordeste, como Quebramar (Amapá), Amazonas Rock (Amazonas), DoSol (Rio Grande do Norte), além de momentos históricos como turnês e videoclipe na antiga MTV, ainda em sinal aberto de TV, Eric garante que as músicas já consagradas permanecerão no repertório.

“A gente vem tentando manter os arranjos originais delas, mas com pequenas variações que vêm do jeito de cada um tocar. Até incentivo muito que Raniery, Alessandro e Raoni fiquem à vontade para colocar um pouco deles nas músicas antigas também. O desafio maior é fazer isso sem que as músicas percam a sua essência”, comenta Eric. E fica o convite aos ouvintes, para conferir os novos rumos que o Aeroplano está tomando.