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Baco Exu do Blues e MC Naninha confirmados no Psica. Festival também traz retorno de banda de sucesso paraense

O baiano Baco Exu do Blues é uma das grandes atrações  FOTO: Roncca/DIVULGAÇÃO
O baiano Baco Exu do Blues é uma das grandes atrações FOTO: Roncca/DIVULGAÇÃO

As sonoridades de comunidades pretas e marginalizadas do país e a valorização dos ritmos amazônicos voltam a dar o tom da 10ª edição do festival Psica. Nesta terça-feira (11), o evento anunciou os primeiros nomes que vão se apresentar em Belém, entre os dias 16 e 18 de dezembro. Mesclando estilos como rap e blues, a potência baiana de Baco Exu do Blues será uma das grandes atrações do festival.

Conheça o festival Psica

Baco deu a largada para o anúncio da edição comemorativa de 10 anos do evento. Ao longo do dia, outros dois nomes foram divulgados: o retorno do Madame Saatan, ícone do grupo de rock paraense dos anos 2000, e a MC Naninha, sensação do funk carioca.
O evento é um dos festivais pretos mais influentes do país, e acontece tradicionalmente no final do ano, em dezembro. Em 2022, depois de dois festivais gratuitos – do Dia do Meio Ambiente (5/5) e Dia da Amazônia (4/9)-, reuniram mais de 40 mil pessoas.
Inspirados no movimento neo-cabano, o Psica vem dialogando sobre decolonialidade há vários anos. Nesta edição comemorativa, as profundezas de rios, matas e estradas abrem caminhos para celebrar a cultura amazônica a partir das cidades do interior e de suas manifestações culturais de resistência secular.

Festival leva em consideração música periférica e preta

O sincretismo religioso e a tradição cultural de indígenas e negros expressos na Marujada (Bragança-PA), o Çairé (Santarém-PA) e a festividade de São Sebastião (na região do Marajó-PA) são temas que pautam esta décima edição. Jeft Dias, um dos criadores do evento, comenta que o Psica, além de fazer parte de um movimento cultural na região amazônica, se posiciona como resistência política e social em Belém. “Dentro do festival discutimos temas para fazer com que as pessoas, cada vez mais, se identifiquem com esse movimento. Desde 2018 a gente vem fazendo isso e se olhar para trás, a gente sempre fala de pautas decoloniais”, afirma.
Gerson Junior, que cuida do evento ao lado de Dias, comenta a importância dele na autoestima do público paraense. “A gente fala muito com o público local para ele se olhar, se enxergar, se ver em lugares de protagonismo e ocupar os espaços, mostrando nossa forma de pensar cultura, pensar o mundo, a humanidade, que essa forma de pensar chegue em outras pessoas. É um movimento de dentro para fora”, conclui.
O Psica, muito além de um festival multicultural, é um movimento artístico preto e periférico nascido na Amazônia que vem alcançando influência em todo o Brasil. A Psica Produções também é responsável por um selo, a Psica Gang, que reúne 17 artistas da música e das artes visuais e que este ano assinou contrato de distribuição musical com a Warner Music Brasil.

FIQUE DE OLHO
PSICA
Quando: 16 a 18 de dezembo
Preço: R$140,00 contemplam os três dias de evento

 

(Texto: JAIRO MALTA- FOLHAPRESS/SP)