Auto do Círio busca força feminina para pedir por proteção ao planeta

Nesta sexta-feira, 11, o Auto do Círio vai ocupar mais uma vez as ruas do Centro Histórico de Belém com um grande cortejo artístico e cultural. Composto como um espetáculo que inclui números de teatro, canto, dança e música, o evento traz a pauta ambiental à apresentação deste ano, com o tema “Bendita és tu, Mãe Terra: Nossa Senhora de Todas as Lutas”. A 30ª edição do Auto do Círio tem saída prevista para as 19h, da Praça do Carmo, e percurso até o Museu do Estado do Pará, na Cidade Velha, onde ocorre a sua apoteose.

Após a Praça do Carmo, o espetáculo terá paradas em duas estações: a primeira na Igreja da Sé, e a segunda em frente ao Instituto Histórico e Geográfico do Pará (IHGP), antes de chegar ao Museu do Estado, no Palácio Lauro Sodré. O tema deste ano veio da reflexão sobre a emergência climática, partindo da percepção de que tudo está vinculado à natureza – a vida, a sociedade e os seres humanos.

“A gente quer congregar todos os artistas da cidade, do teatro, da dança e da música nesta luta pela pauta da COP-30. O Auto do Círio sempre teve um ponto para lutar, inicialmente, a partir do nosso patrimônio histórico, a Cidade Velha, e os nossos prédios. Este ano, estamos com uma novidade que é o convite para a doação de sangue. Outro ponto é a terra, o sol, a flora, os povos quilombolas, ribeirinhos e indígenas”, disse a coordenadora geral do Auto, Inês Ribeiro, durante o ato de lançamento do cortejo deste ano.

Junto ao tema, a novidade deste ano é que o Auto, nos bastidores, vem especialmente feminino, com uma equipe de mulheres na coordenação de toda a performance, vinculadas à Escola de Teatro e Dança da UFPA e ao Instituto de Ciências da Arte-ICA/UFPA.

Além de Inês – atriz, professora e pesquisadora de teatro, e primeira mulher a coordenar o Auto -, a equipe traz a atriz, dramaturga e encenadora Andrea Flores; a artista visual e professora Micheline Penafort; a atriz, professora e doutoranda em Artes Marluce Oliveira; a artista e professora Mayrla Andrade, especialista em estudos contemporâneos do corpo e doutora em Educação; a doutora em Artes Cênicas e pós-doutora em Estudos Culturais, Larissa Latif; a artista, professora e pesquisadora Ana Flávia Mendes; a artista-pesquisadora Cláudia Gomes; a professora e pesquisadora de Moda e Design, Grazi Ribeiro; a arquiteta, figurinista e cenógrafa Ézia Neves; a pesquisadora e escritora Lúcia Uchôa, com vasta experiência em teatro e música; a artista, pesquisadora e professora de dança Luiza Monteiro.

Segundo Ana Flávia Mendes, que há 21 anos participa do Auto, a equipe totalmente feminina é um reflexo do aumento da participação das mulheres desde a criação do cortejo cultural. “Sempre estivemos juntas na organização do espetáculo, mas neste ano, em especial, a Inês Ribeiro optou por dar mais visibilidade ao nosso protagonismo.”