AMAZÔNIA EM PÉ

Artistas se unem por Amazônia de Pé

Virada Cultural pela preservação da floresta segue até domingo com ações em diversos municípios paraenses

A mobilização nacional reúne ativistas de diferentes parte do estado em prol da “Amazônia de Pé”. FOTO: Bárbara Vale/Divulgação
A mobilização nacional reúne ativistas de diferentes parte do estado em prol da “Amazônia de Pé”. FOTO: Bárbara Vale/Divulgação

A Virada Cultural Amazônia de Pé 2024, iniciada na quinta-feira, 5, Dia da Amazônia, celebra a data com ações no Brasil inteiro através de saraus, rodas de conversas, palestras, bicicletada, mutirão de cultivos de hortas, entre outras atividades que seguem até o dia 8 de setembro. No Pará, as atividades ocorrem em diversas cidades, além da capital paraense, do sul do estado à Ilha do Marajó. Em Belém, um dos lugares participantes da Virada é o espaço Na Cuia, que recebe apresentações musicais como o show “Carimbó da Amazônia pela Amazônia”, neste domingo, 8, às 19h, na orla de Icoaraci, distrito de Belém.

Esta é a terceira edição da Virada Cultural, uma iniciativa do Movimento Amazônia de Pé. “O objetivo é fazer uma mobilização nacional para celebrar a importância da floresta amazônica e o papel que ela cumpre na regulação climática. Além disso, trazemos o debate sobre a importância da biodiversidade, das culturas amazônicas, mas também das pessoas que vivem na região”, explica Daniela Orofino, líder do Movimento Amazônia de Pé.

Segundo ela, são 350 atividades acontecendo em todo o país durante os quatro dias do evento, que começaram nesta quinta, 5, em todos os estados do Brasil. Ela detalha as cidades envolvidas no Pará: “São cidades da Ilha do Marajó, do oeste, do sul, do norte, além do litoral. É o estado que está mais mobilizado este ano na Virada Cultural, com 100 atividades inscritas. Tem atividades em Altamira, Alter do Chão, Santarém, Cametá, Igarapé-Miri, Tracuateua, Castanhal e na região metropolitana de Belém. A gente tem ações em escolas, praças públicas, universidades, aldeias, quilombolas, comunidades ribeirinhas, então é o Brasil inteiro levantando pela proteção da Amazônia e de seus povos”, diz Daniela Orofino.

O Pará vive um momento em que se prepara para a COP-30, a Convenção da ONU sobre Mudanças Climáticas, em Belém, em 2025. Este ano, no Rio de Janeiro, a expectativa é para o Encontro do G-20. “A gente tem todos os olhos voltados para o Brasil e é a oportunidade de nos posicionarmos como liderança climática em nível global e o que a gente está pedindo na Virada Cultural Amazônia de Pé 2024 é a proteção das florestas públicas da região amazônica. Hoje em dia, se tem 57 milhões de hectares de florestas públicas que não foram destinadas a nenhum tipo de proteção, que são um patrimônio do povo brasileiro. É justamente nessas áreas onde ocorrem os maiores índices de grilagem e desmatamento. Então, a gente precisa que o governo brasileiro proteja essas florestas e destine todas as florestas públicas da Amazônia para sua devida proteção, seja através das áreas de conservação, demarcação de territórios indígenas ou quilombolas, que são as mais eficientes formas de manter a floresta de pé”, comenta Daniela Orofino.

PROGRAMAÇÃO

A agenda paraense inclui desde eventos como o “Aquilombaí Juventudes: (Re)conectando saberes e confluindo estratégias na Amazônia”, realizado no Quilombo Oxalá de Jacunday, na cidade de Moju, com debates sobre reexistências nas Amazônias Quilombolas e intervenções artísticas. Como o 3º Festival de Cultura Marajoara, neste sábado, 7, no Parque de Exposição de Soure, com coleta de assinaturas para o Movimento Amazônia de Pé, e também apresentações culturais de carimbó e brega. Ou como o Dia da Independência Amazônida Kurimbar, programação que ocorre neste sábado, 7, em Belém, no bairro da Marambaia (Rua da Mata, 136) com feira criativa, sets de DJs, pocket shows, batalhas de rimas e homenagem ao Mestre de Carimbó Chico Braga.

O espaço Na Cuia, em Belém, promove um Circuito de Cripto Encontros pela Amazônia de Pé, neste sábado, 7, e terá ações até o dia 15. “As ações da Na Cuia que estão integradas no mapa da Virada Cultural são os Cripto Encontros, uma estratégia de mobilização do território e das populações periféricas para que possamos falar sobre Cidadania Digital e Educação Midiática, com o intuito de combater e incentivar a juventude a irem contra a ‘maré’ da desinformação, trazendo o debate da conscientização ambiental como fundamental para a nossa existência e, assim, a sustentabilidade do nosso território”, detalha Paula Emanuele, coordenadora de projetos do Coletivo Na Cuia.

Paula Emanuele complementa que os Cripto Encontros também fazem parte do projeto CriptoCuia, que se inicia este mês com mobilização, conteúdos e incidências e culminará em um evento gratuito em dezembro, aliando cultura, oficinas e debates sobre a internet e a tecnologia pela perspectiva amazônida. “O público do encontro é a juventude LGBTI+, negra, periférica, embora seja um debate para todas as idades. A ideia é sempre acolher todos, mas entender o poder de mobilização da juventude quanto a pautas tão importantes nos faz potencializar o convite a esse público”.

Programação – Belém

Virada Cultural Amazônia de Pé

l Confira os parceiros:

virada.amazoniadepe.org.br/

l Lambe Ação contra Desinformação

Oficina de Colagem e Lambes com Samara Cheetara e Riodunilo.

Quando: 07/09 a 15/09, das 19h às 21h;

Articulação: Na Cuia e Gueto Hub, Yelo Zone da coalizão COP das baixadas

Onde: Na Cuia (Tv. Estrela, 2417 – Marco, Belém)

l Circuito Cultural Amazônia de Pé – Grupo de Atividades Culturais Paranativo.

Aresentações musicais + exposição de artesanato de artistas do Bengui + feira da culinária típica.

Quando: Hoje, 6, às 17h.

Onde: Passagem Ferreira Filho, nº 18 – Bengui, Belém.

l Exposição Paisagens Mineradas

Performance “Evocação ao Rio”, com Lis Haddad + Exibição curta “Solastalgia”, de Lucas Bambozzi, e roda de conversa “A propaganda na era do Greenwashing”

Quando: 06/09 (sexta-feira), a partir das 18h30.

Onde: Associação Fotoativa (Praça Visconde do Rio Branco, 19 – Campina, Belém)

l Aula Aberta “Ure Petywu Ape I’lka’a Vozes e perspectivas da floresta”

Quando: 07/09 (sábado), a partir das 09:30.

Onde: Associação Fotoativa (Praça Visconde do Rio Branco, 19 – Campina)

* Ao longo do evento, os visitantes poderão colaborar com a campanha “Apoie o plantio e receba fruto da colheita” e assinar o abaixo-assinado pela Lei Amazônia de Pé, Projeto de Lei de Iniciativa Popular, além de doar roupas, alimentos e outros itens para a Casa Constelar Ancestral Janeraka Belém.

l Cineclube Pós-Virada Cultural Amazônia de Pé 2024

Sessão Especial Urexakawuma – Cineclube Janeraka Ancestral

Quando: 09/09, às 19h.

Onde: Cine Líbero Luxardo

(Av. Gentil Bitencourt, 650 – Nazaré, Belém )

Quanto: Gratuito