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Artistas paraenses participam de mostra de videoarte no Rio Grande do Sul

Cena do vídeo "Horizonte de Ferro", do artista Marcone Moreira REPRODUÇÃO
Cena do vídeo "Horizonte de Ferro", do artista Marcone Moreira REPRODUÇÃO

Texto: Aline Rodrigues

Até o final de novembro, um projeto com repertório vasto e plural sobre arte brasileira ocupa o Cine Farol Santander, em Porto Alegre, com mostras de videoarte, documentários e palestras sobre sobre artistas visuais, a linguagem do vídeo e suas relações com a arte. Trata-se do projeto “Extensões”, que traz a participação de quatro paraenses.

Os fotógrafos Alberto Bitar, editor do DIÁRIO DO PARÁ, Cláudia Leão e Guy Veloso, e o artista visual Marcone Moreira participam da mostra “Paisagens: Ritos e Desterros”. Bitar mostra o vídeo “Imêmores (docs)”, que traz imagens de uma plantação de eucalipto no Amapá.

“É uma referência ao início do ciclo que terá como possível fim documentos esquecidos em arquivos mortos ou abandonados por motivos diversos”, diz ele, que destaca a importância de participar do projeto no Rio Grande do Sul.

“Acho importante a oportunidade de mostrar o trabalho em um outro lugar que não o de origem, que mais pessoas possam ver e fazer suas próprias leituras sobre o que diz a obra. Também fico feliz por ter um vídeo exibido no Extensões, um projeto que tem mostrado autores importantes da videoarte, e inclusive de ter nessa mesma mostra que participo, autores que admiro”, pontua Bitar.

Frame de “Imêmores (docs)”, de Alberto Bitar REPRODUÇÃO

“HORIZONTE DE FERRO” EM CARAJÁS

Marcone Moreira participa da mostra com o vídeo chamado “Horizonte de ferro”, que retrata uma viagem pela ferrovia Carajás. “Achei legal o interesse pelo trabalho e poder expor no outro extremo do país. Quanto mais o trabalho circular, melhor”, diz ele, que iniciou suas experimentações artísticas no final dos anos 1990 e desde então vem participando de diversas exposições pelo país e no exterior. Sua obra abrange várias linguagens, como a produção de pinturas, esculturas, vídeos, objetos, fotografias e instalações, com um trabalho relacionado à memória de materiais gastos e impregnados de significados culturalmente construídos. Para isso, interessa a apropriação, o deslocamento e a troca simbólica de materiais.

Guy Veloso tem um trabalho reconhecido nacional e internacionalmente. Já participou, por exemplo, da 4th Biennial of the Americas (Denver-Estados Unidos) e foi curador-geral de fotografia contemporânea na 23ª Bienal Europalia, em Bruxelas, na Bélgica. Enquanto Cláudia Leão sempre atuou na confluência entre fotografia e video e em registros cheios de subjetividade. Fotógrafa, pesquisadora e professora dos cursos de Artes Visuais e do Programa de Pós-Graduação em Artes da UFPA, seu trabalho visual tem ênfase na fotografia e vídeo e põe em questão a teoria da imagem, antropologia da paisagem, apropriação, ética, afetação e uso de imagem.

O projeto “Extensões” ainda reúne nomes como o artista multimídia e curador independente, Muriel Paraboni, André Severo, Carla Borba, Daniel Escobar, Élida Tessler, Lucas Dupin, Rommulo Vieira Conceição e Walmor Correa.