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Artistas paraenses marcam presença na Virada Cultural em SP

Artistas paraenses são presença marcante na Virada Cultural este fim de semana, com direito a palco temático
Artistas paraenses são presença marcante na Virada Cultural este fim de semana, com direito a palco temático

Aline Monteiro

EDITORA DO VOCÊ

O Brasil está de olhos e ouvidos atentos à força da música paraense. Neste fim de semana, um coletivo poderoso de sons invade a capital paulista e se espraia na programação da Virada Cultural, evento promovido pela Prefeitura de São Paulo e que reunirá mais de 500 apresentações em diferentes pontos da cidade durante o sábado, 27, e o domingo, 28, envolvendo música, mas também artes visuais, dança e teatro.

São pelo menos 16 artistas paraenses escalados, de acordo com a programação divulgada nesta terça-feira, 23. A maioria deles se apresenta no palco Norty – Ocupação Amazônica, um dos doze palcos que estarão espalhados pela cidade, montado na Praça das Artes, na avenida São João.

Por lá vão passar, no sábado, as Suraras do Tapajós, grupo inteiramente composto por mulheres indígenas de 13 etnias do Baixo Tapajós, com seu carimbó que ecoa a luta pelos seus territórios. Também o show inédito “Amazônia Pop”, em que a cantora Aíla convida o conterrâneo Felipe Cordeiro e o rapper manauara Victor Xamã para celebrar a diversidade dos ritmos amazônicos, indo do carimbó ao brega, do tecnobrega à guitarrada. O show inclui projeções de obras de artistas amazônicos, com direção da artista visual paraense Roberta Carvalho.

“Estou superfeliz em fazer esse show ao lado de Felipe Cordeiro e Victor Xamã. É lindo poder ver representantes das nossas Amazônias em um evento tão importante para música brasileira. A gente está preparando algo muito especial. Esse show é inédito, e mostra uma Amazônia contemporânea, moderna e plural”, avisa Aíla.

Ainda no sábado, Felipe Cordeiro também se apresenta no Sesc Bom Retiro, em show que reúne seus grandes sucessos, como “Ela é Tarja Preta”, ao lado do pernambucano Siba, um dos criadores do Mestre Ambrósio.

O rapper castanhalense Kratos chegará por lá em seu primeiro show fora do Pará ao lado de MC Ira e Sumano, artistas do selo Psica Gang, ecoando as letras fortes e as vivências da periferia.

Diversa, a programação também recebe a batida acelerada e pop da cantora Keila, que caminha para o lançamento do segundo disco solo.

O carimbó estará em destaque ainda no domingo, no Norty – Ocupação Amazônica, com o show conjunto do Coletivo Caboquice e Raízes do Carimbó, reverenciando os mestres populares e as batidas tradicionais da Amazônia. E em outro palco, na Casa de Cultura Freguesia do Ó, com o grupo Belezas do Pará.

Já o cantor Jeff Moraes apresenta o show do seu primeiro disco, “Tambor e Beat”, repleto de sonoridades afro-amazônicas, na Casa de Cultura Chico Science. “Estou muito feliz com o convite. Acho que a Virada é um marco da cidade de São Paulo, que é um polo muito poderoso de cultura e que acaba muitas vezes ditando cultura para o Brasil inteiro. Sair da Amazônia, de Belém, para levar um show do meu primeiro disco para a Virada, é sem dúvida um voo muito maravilhoso que eu estou dando na minha carreira”, diz o cantor. “É muito importante para mim como um artista preto, que começou a cantar nas batucadas, nas ocupações culturais da Amazônia, levar esse disco que fala justamente das minhas vivências para um outro público, outra cidade, outro contexto urbano”, completa.

Ao palco Norty – Ocupação Amazônica, ainda chegam os sons de MC Pokaroupas, compositora e intérprete que mistura estilos musicais como o rap e o funk com carimbó e tecnobrega, unidos a performances para empoderar corpos LGBTQI+.

E chega a outros nomes da nova geração da música paraense: Layse e Arthur Silva se apresentam juntos, e prometem embalar o público com sons do brega saudade, e clima de bolero. A “Purakê Tour” de Gaby Amarantos, com o repertório do mais recente álbum, também está na programação, mostrando que o Pará está com tudo e não está prosa.