A temporada junina em Belém ganha vida com os tradicionais Arrastões do Arraial do Pavulagem, que acontecem nos dias 15, 22 e 29 de junho e 6 de julho, com concentração na Praça da República. Este ano, o evento chega com novidades: o tema “Arraial da Floresta” e um número recorde de 1.200 brincantes no Batalhão da Estrela, reforçando a conexão entre cultura popular e consciência ambiental.
Fundado há 38 anos, o Arraial do Pavulagem é um dos maiores eventos culturais do Norte do país e segue renovando sua proposta de celebrar as tradições juninas com foco na inclusão, sustentabilidade e valorização dos saberes tradicionais.
Sustentabilidade e cultura de mãos dadas
Inspirado pelo debate global em torno das mudanças climáticas e pela realização da COP-30 em Belém, o tema deste ano busca integrar práticas sustentáveis às ações culturais. Além dos cortejos, a programação inclui oficinas, rodas de conversa e parcerias com escolas e comunidades, todas guiadas pela proposta de imaginar um futuro mais verde e inclusivo.
Segundo Ronaldo Silva, presidente do Instituto Arraial do Pavulagem e cofundador do projeto, o evento é um espaço de resistência, esperança e transformação. “Acreditamos na cultura como um caminho potente para um país mais justo e consciente. Nossa meta é seguir sensibilizando as autoridades e a sociedade sobre o papel transformador da cultura e da consciência ambiental”, afirmou.
Cortejos com o coração da Amazônia
O tradicional passeio fluvial, que marca a abertura da quadra junina, acontece no dia 12 de junho, trazendo os mastros de São João pelas águas até a escadinha da Praça da República. A chegada é recebida com festa pelo Batalhão e grupos de carimbó, em uma celebração que une terra e rio, memória e renovação.
Para Júnior Soares, músico e também cofundador do Arraial, a dimensão do evento cresce a cada ano. “Em 2025, atingimos um número histórico de brincantes. Serão 1.200 pessoas no cortejo, além das 40 mil que acompanham pelas ruas. É o resultado de muito trabalho coletivo com nossos 30 oficineiros, parceiros e apoiadores.”
Oficinas como ponto de partida
As oficinas formativas, que começaram no dia 8 de maio, reúnem cerca de 400 participantes, sob a orientação de 12 instrutores e 20 auxiliares. São esses brincantes que se tornam o corpo do cortejo, promovendo cultura, pertencimento e identidade amazônica. Ao longo de 27 anos, mais de 10 mil pessoas já passaram pelas oficinas.
Entre elas está Helena Berbário, que participa há quatro anos como dançarina no Batalhão. “O Pavulagem é minha segunda casa. Esse momento da quadra junina é de renovação. É como se fosse uma família. Chova ou faça sol, a gente está aqui, movido pelo amor ao que fazemos”, contou.
Apoiadores e estrutura inclusiva
O evento conta, pelo sétimo ano consecutivo, com o apoio da Equatorial Pará, que colabora na criação de espaços acessíveis e inclusivos. “Oferecemos estrutura para pessoas com deficiência, espaço de empreendedorismo, pontos de hidratação gratuita e incentivo à sustentabilidade”, explicou Michelle Miranda, analista de Responsabilidade Social da empresa.
Júnior Soares reforça: “O Arraial é para todo mundo. Basta trazer seu copo reutilizável e viver essa experiência que respeita a diversidade, valoriza a cultura e promove a consciência ecológica”.
SE LIGA:
📅 Arrastões: 15, 22 e 29 de junho e 6 de julho
📍 Concentração: Praça da República
📍 Trajeto: Av. Presidente Vargas → Rua Municipalidade → Praça Waldemar Henrique
🎟️ Gratuito