O Theatro da Paz, em Belém, será palco do concerto em homenagem ao renomado compositor paraense Paulo André Barata, que faleceu aos 77 anos, no dia 25 de setembro de 2023. O concerto ocorrerá na noite desta terça-feira (03), com direção artística de Tito Barata, irmão de homenageado, e sob a regência do maestro titular da Amazônia Jazz Band (AJB), Elias Coutinho. O espetáculo reunirá um extraordinário elenco de artistas paraenses, que prometem encantar o público com interpretações brilhantes.
O show contará com a participação da Amazônia Jazz Band (AJB), que receberá artistas que tiveram o privilégio de trabalhar com Paulo André Barata ao longo de sua carreira. Pedrinho Callado, Edilson Moreno, Mahrco Monteiro, Andréa Pinheiro, Lia Sophia, Arthur Espíndola, Trio Warilou, Olivar Barreto, Alba Mariah, Maca Maneschy, Sandra Duailibe, Bia Dourado, Gigi Furtado e Elói Iglesias se unirão em um tributo musical para honrar o legado do compositor.
De acordo com Tito Barata, o concerto foi idealizado por Ursula Vidal, secretária de Estado da Cultura, que o convidou para fazer a direção artística do espetáculo. “Depois que combinamos o formato da apresentação, começamos a montar o repertório, ajustar as tonalidades para os intérpretes e os arranjos. E com qualidade da Amazônia Jazz Band, isso é muito fácil, então já ensaiamos um show lindo, com a participação de uma turma que está acostumada a cantar o repertório do Paulo André e do Ruy Barata”, afirmou o diretor artístico.
O repertório foi cuidadosamente selecionado e apresentará composições icônicas de Paulo André, que atravessaram gerações e se tornaram verdadeiros hinos da cultura paraense. Cada nota e cada palavra entrelaçadas nas melodias proporcionarão uma experiência única, envolvendo o público em uma atmosfera de nostalgia e gratidão. “Não tenho uma música específica do Paulo que eu goste mais ou goste menos. Eu acho todas maravilhosas, todas são prediletas”, continuou Tito Barata. “Nós teremos várias surpresas nesse show. Por exemplo, músicas de Paulo André com outros parceiros, como João Donato, J. Petronilo e Cláudio Barreto. Vamos, inclusive, mostrar a primeira canção dele gravada nos anos 60. Acho que o público vai gostar bastante”, finalizou.
Elias Coutinho, aclamado maestro, trouxe sua expertise para a regência da AJB no acompanhamento dos artistas e no protagonismo da orquestra. Sua interpretação magistral das partituras já nos ensaios vem revelando a profundidade e a riqueza das composições de Paulo André.
“É uma honra sem igual para a AJB, pois trata-se com certeza de um dos maiores nomes da música paraense, e se existe um compositor que retrata tão bem o nosso Estado de diversas formas, que retrata tantas emoções e realidades de tantos lugares, esse compositor é Paulo André Barata. Se nós, por exemplo, que moramos em Belém, não temos diretamente contato relacionado com o interior, através das músicas de Paulo André, pessoas de qualquer lugar do mundo conseguem, de uma maneira muito simples, conhecer o nosso folclore, a nossa fauna, nossas comidas, nossos costumes, nossos ditos populares. Então, Paulo André é tudo isso, e homenagear ele nesse espetáculo é um desafio para a AJB, porque nos traz um entendimento que temos que entregar muito mais, trazer ao palco aquilo que ele fez a vida inteira, que foi inovar, levar às pessoas múltiplas emoções”, disse o maestro.
Questionado sobre os planos para o futuro, Tito Barata se anima. “Nós estamos elaborando um plano de ações para fazer o legado do Paulo André chegar em todo o Pará e no Brasil. Paulo tem uma obra maravilhosa e sem dúvida nenhuma, é um dos artistas que percorreu por mais de 60 anos essa trilha”, finaliza emocionado. “Eu gostaria que se lembrassem do Paulo, como um homem simples que conversava com as musas da Amazônia”.
Descrição da Músicas – Assim como o repertório foi escolhido ainda em vida pelo próprio Paulo André e pelo Rui Barata, os artistas que integram esse espetáculo também fazem parte da carreira do Paulo André. O espetáculo começa com uma versão instrumental de ‘Indauê Tupã’, interpretada pela Amazônia Jazz Band com um arranjo feito exclusivamente para ser a estreia mundial feita nessa homenagem. O arranjador é o grande capixaba Rafael Rocha, abrindo esse show com chave de ouro em uma versão completamente repaginada.
Depois vem ‘Esse Rio é Minha Rua’, um hino do nosso Estado, com inserções dos metais da Amazônia Jazz Band e arranjos de Rafael Rocha, com interpretação de Pedrinho Callado. Em seguida temos a grande intérprete Andréa Pinheiro interpretando ‘Pauapixuna’, com arranjos do carioca Rafael Oliva, um especialista em arranjos para sopros e para big band’s, que traz uma versão que mistura desde tango ao jazz. E a improvisação, que é algo tão característico nessa formação da Amazônia Jazz Band, colocará seu tempero especial.
Na sequência teremos ‘Baiuca’s Bar’, com Lia Sophia, uma grande intérprete paraense. O próximo número será ‘Meu Pajé (Samba Pro Sting)’, interpretado por um dos maiores nomes do samba no Pará, Arthur Spindola. Nesta canção Paulo André, mais uma vez, traz uma inovação, um samba, que não era tão comum em suas composições.
Depois temos ‘Cantiga da Correnteza’, por Alba Mariah. Uma música que vai trazer algumas surpresas dentro da Jazz Band, com uma formação não usando todos os sopros, mas somente o naipe dos metais, trompetes e trombones, trazendo uma sonoridade única para esse espetáculo. O próximo número é ‘Nasci para Bailar’, um grande clássico de Paulo André com João Donato, que partiu também recentemente, interpretado pelo trio de cantores do Warilou, que terá como arranjo o grande violonista paraense Ziza Padilha.
Depois ‘Mesa de Bar’, interpretada pelo grande Olivar Barreto, com toda a sua sutileza, dando vida a esse grande clássico, com um arranjo também de Ziza Padilha, que promete trazer muita emoção nesse espetáculo. ‘Tronco Submerso’, com arranjo de Ziza Padilha, somente para o quinteto de saxofones da AJB, com interpretação de Maca Maneschy, vai surpreender o público, com uma sonoridade diferente no meio do espetáculo. Assim como em ‘Cantiga da Correnteza’, com adaptação do maestro Elias Coutinho para sopros dos metais da Big Band, no trompete e trombones.
A ‘Canção Mágica’ foi pensada também em uma mudança na escolha dos instrumentos para esse espetáculo. Ao invés de ter todos os sopros da AJB, teremos somente dois instrumentos, flugel e saxofone soprano, para que nessa música, com interpretação de Sandra Duailibe, tenha um momento de forte emoção,
Já se encaminhando para o final da apresentação, as duas últimas músicas serão ‘Foi Assim’, um grande hino da nossa música, com arranjo de Josiel Saldanha, interpretado por Gigi Furtado e Bia Dourado. Será uma música que, com certeza, já nos levará aos maiores ápices desse grande espetáculo. E ‘Porto Caribe’, interpretado pelo trio Warilou e Eloy Iglesias, trazendo muita irreverência a esse espetáculo, algo que era característico de Paulo André, e que não poderia ficar de fora desta noite tão especial.
Serviço – O espetáculo “Concerto para Paulo André Barata com Amazônia Jazz Band e grandes intérpretes”, acontece nesta terça-feira (03), às 20h, no Theatro da Paz. Os ingressos podem ser adquiridos na bilheteria do Da Paz e pelo site, no valor de R$ 2,00. São disponibilizados dois ingressos por pessoa.