Entre os dias 18 e 27 de novembro, a capital paraense recebe a décima edição do Amazônia (FI)DOC – Festival Pan-Amazônico de Cinema. Nesta quinta, 23, às 19h, ocorre o evento de lançamento do edital de convocatória das inscrições, no Cine Líbero Luxardo, para convidados, com a exibição do longa documentário “A Invenção do Outro”, do cineasta Bruno Jorge. O filme mostra a última expedição do indigenista Bruno Pereira na Amazônia, em 2019. Lançado o edital, os candidatos poderão se inscrever através da plataforma Filmfreeway, até 15 de setembro.
“Este é o edital de convocatória internacional, para as inscrições de filmes de ficção e documentários nos formatos de curtas, médias e longas-metragens produzidos nos 8 países + Guiana Francesa a partir de 01 de janeiro de 2022. Este ano vamos ter quatro meses de convocatória, queremos ampliar nosso alcance de inscrições junto aos países pan-amazônicos, expandir nossa rede, nosso intercâmbio com as cinematografias das diversas Amazônias”, falou a cineasta Zienhe Castro, fundadora, diretora Geral, produtora executiva e curadora do festival.
Segundo Felipe Pamplona, curador, diretor artístico e coordenador de programação, a programação da 10ª edição do festival Amazônia FiDoc está na etapa de pré-produção. “Estamos construindo para, ao mesmo tempo, seguir como espaço de debate e reflexão do território panamazônico e uma contribuição efetiva para a profissionalização do audiovisual produzido no Pará e na Amazônia brasileira. Nesse contexto, destaco, além das mostras competitivas, masterclasses e oficinas”, disse ele.
O festival terá várias ações, com itinerâncias pelo Marajó (exibições e oficinas), até a realização das mostras competitivas, com mesas de debates e o fórum de cinema da Amazônia, de 18 a 27 de novembro. Ainda segundo o diretor artístico, acontecerão duas ações inéditas na edição deste ano: a primeira é a homenagem à cultura e à filmografia contemporâneas de um país da região pan-amazônica e a segunda será um Lab de aperfeiçoamento de projetos de longa e série.
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“Nessa primeira experiência vamos receber uma programação especial da Colômbia, com a presença de uma mostra de filmes, realizadores e outros convidados. O formato de Lab é cada vez mais frequente em eventos do universo audiovisual e consiste em um acompanhamento individual feito por um profissional reconhecido na área, para que o projeto ganhe consistência técnica e poética para alcançar a melhor forma de ser viabilizado”, contou Felipe Pamplona.
O Festival Pan-Amazônico de Cinema – Amazônia FiDoc teve sua 1ª edição em 2009, debuta este ano com 15 anos de trajetória. “É motivo de muita alegria celebrarmos esse marco simbólico. Posso estar enganada, mas acredito que somos o primeiro festival internacional de cinema que consegue emplacar 10 edições aqui no Pará. Nesses 15 anos de existência temos um balanço muito positivo: foram mais de 400 filmes exibidos, mais de 100 cineastas, críticos e teóricos de diversos lugares do Brasil e das Amazônias, tanto brasileira como internacional, que estiveram em Belém para contribuir com a curadoria, júri, oficinas e debates sobre o cinema produzido na Pan-Amazônia”, destacou Zienhe.
Em janeiro de 2023, a organização do festival realizou ainda sua 9ª edição no Rio de Janeiro, em parceria com o Vibe Estação Net Botafogo. “Foi uma programação intensa, que apresentou um recorte da cinematografia potente realizada nas diversas Amazônias. A edição foi muito prestigiada pelo público carioca. Foram oito dias com todas as sessões lotadas. Vamos voltar com o Festival ao Rio em 2025”, prometeu Zienhe.
O festival é um projeto cultural com recorte único no Brasil, focado na difusão, produção e formação do audiovisual de todas as Amazônias. Ao longo dessas 10 edições, o público impactado pelo festival soma cerca de 50 mil pessoas. “Muitos projetos de festivais e mostras de cinema antecederam o Festival Amazônia FiDoc, inclusive são colegas produtores culturais que honro e admiro muito, como a Flávia Alfinito, Márcia Macedo, Afonso Galindo, Eliana Pires, Emanoel Freitas. É importante ressaltar que outros tentaram, mas acabaram desistindo por falta de incentivo e recursos”, lamentou Zienhe. O 10º Amazônia (FI)Doc tem financiamento do Edital Mostras e Festivais da Lei Paulo Gustavo e patrocínio oficial do Instituto Cultural Vale através da Lei Rouanet.
