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Álbum tributo destacou parceria de Paulo André Barata com o pai, Ruy Barata

A parceria de vida e na música entre pai e filho é celebrada com o lançamento do álbum “A música de Paulo André e Ruy Barata”.
A parceria de vida e na música entre pai e filho é celebrada com o lançamento do álbum “A música de Paulo André e Ruy Barata”.

A parceria de vida e na música entre pai e filho foi celebrada com o lançamento do álbum “A música de Paulo André e Ruy Barata”, que chegou às plataformas digitais na última quinta-feira, 21. O disco reúne as vozes de 25 intérpretes que dão vida às canções de Ruy Barata (1920-1990) e Paulo André.

Entre os principais nomes estão: Fafá de Belém, Dona Onete, Jane Duboc, Lia Sophia, Mônica Salmaso, Maria Rita, Zeca Baleiro e Zeca Pagodinho. O projeto apresentará ainda, em breve, uma edição física em CD duplo produzido pela gravadora Biscoito Fino.

O Brasil conheceu a produção de Paulo André e Ruy Barata na década de 1970, em função de trilhas sonoras marcadas pela voz de Fafá de Belém, com músicas como “Foi Assim” e a “Pauapixuna”, ambas incluídas em trilhas de novelas e séries de sucesso da TV Globo.

Cuidadosamente planejado para reverenciar o centenário de nascimento de Ruy Barata, em 2020, o projeto foi criado pelo jornalista Tito Barata, irmão de Paulo e filho de Ruy, que assina a direção geral. Contou com a consultoria do próprio Paulo André, que morreu nesta segunda–feira, 25, aos 77 anos, e foi produzido por José Milton, nome que produziu outros grandes artistas, como Nana Caymmi e Emílio Santiago.

O álbum revisita a obra musical de Ruy Barata passeando por composições que marcaram o trabalho genial de Ruy e seu filho, incluindo boleros, merengues, MPB, sambas e carimbós.

“O álbum é maravilhoso. Os arranjos e orquestrações das músicas são um espetáculo à parte, com performances de Cristóvão Bastos, Jacinto Kahwage, Luiz Pardal e Rildo Hora que caíram como luvas nas vozes dos intérpretes. Isso sem falar no talento do produtor José Milton, que já produziu todas as grandes estrelas da MPB e tem dois Grammy no currículo. Nosso pensamento estava voltado e focado na obra de Paulo e Ruy, que vi nascer em nossa casa da Generalíssimo, em Belém, e o apoio da Universidade Federal do Pará, via o reitor Emmanuel Tourinho, o vice Gilmar Pereira e o pró-reitor Nelson Souza foi fundamental para a realização deste trabalho”, afirma Tito ao DIÁRIO, em reportagem publicada na última semana.

O trabalho musical é composto por 24 faixas, entre as populares “Foi Assim”, “Porto Caribe”, “Esse rio é minha rua” e “Pauapixuna”. O disco, além dos já citados, traz na lista de intérpretes convidados: Leila Pinheiro, Vital Lima, Pinduca, Arthur Espíndola, Alba Mariah, Andréa Pinheiro, Lucinnha Bastos, Eudes Fraga, Natália Matos, Zé Renato, Joyce Moreno, Áurea Martins, Sandra Duailibe, Marcos Lessa, a dupla Alexandre Góis e Joaquim Pessoa, o Quarteto do Rio, Doriene Luna e Padre Fábio de Melo.

Maria Rita é quem dá vida à clássica “Foi Assim”, enquanto que Fafá de Belém surge em dois momentos: na caribenha “Porto Caribe” e em “Tronco Submerso”. Pinduca e Dona Onete vão de carimbó em “Esse rio é minha rua”; “Mesa de Bar” aparece na voz de Leila Pinheiro e “Pauapixuna” na de Mônica Salmaso. “Moldura Antiga” é uma bossa que ganhou ainda mais suingue na versão de Joyce Moreno e o Quarteto do Rio.

A cantora Lia Sophia, que gravou “Baiuca’s Bar”, diz que ficou muito feliz por integrar o projeto. “Essa música é um marco. Ela conta um pouco da nossa história e da influência que nós tivemos da música caribenha. ‘Baiuca’s Bar’ fala também de um lugar chamado Palácio dos Bares, onde se dançava o merengue. Era ainda onde os barcos aportavam com marinheiros que traziam discos e essa música do Caribe. Eu amei também porque tem a ver com o meu trabalho, dessa influência da música caribenha, do merengue, da lambada e o suingue caribenho que está presente na minha música”, disse a artista.

“Eu fiquei ainda muito honrada pelo convite para participar do álbum tributo à música de Ruy e Paulo André Barata, que são dois grandes mestres da música amazônida. Esses dois poetas conseguiram colocar nas suas letras, em seus poemas, o nosso sotaque, a nossa história, os nossos lugares, sobre o nosso tempo, nossa dança, nosso jeito de ser desse país que se chama Pará. Então, para mim foi uma honra, são dois mestres para mim e eu fiquei muito feliz e também por causa desse elenco fantástico que faz parte do álbum tributo”, destaca Lia Sophia.

Como citado pela cantora, a melhor tradução da obra genial do multifacetado poeta Ruy Barata talvez esteja em um dos versos de “Porto Caribe”, em parceria com Paulo André, em que ele canta: “Eu sou de um país que se chama Pará”.