Com pouco mais de uma semana desde o lançamento, o projeto Linguagem Espacial, idealizado pelo rapper AC OP, nome artístico de Flávio Nunes, já demonstra resultados expressivos. Contemplado pela Lei Paulo Gustavo, o álbum multimídia tem como principal objetivo transformar a relação da comunidade surda com a música, alcançando mais de 32 mil pessoas nas redes sociais e registrando quase 10 mil visualizações no YouTube até esta segunda-feira (30).
Inclusão como foco principal
O projeto Linguagem Espacial foi desenvolvido para incluir pessoas surdas no universo musical de maneira ampla e acessível. A iniciativa traduz o rap de forma inovadora, com faixas interpretadas em Libras, incorporando elementos como letra, melodia e ritmo. Intérpretes utilizam linguagem corporal e expressões faciais para transmitir as emoções de cada canção, proporcionando uma experiência única e imersiva para a comunidade surda.
O álbum aborda temas relevantes, como superação, combate ao suicídio e quebra de paradigmas. “Esse álbum significa muito para mim, desde a mensagem de inclusão até as letras, que foram criadas de forma sincera, buscando emoção em cada verso”, ressalta o artista, que também participou ativamente do processo de produção musical ao lado de Tião Mamb4.
Inspiração e impacto
A ideia para o projeto surgiu enquanto AC OP ouvia o álbum Slime Season, do rapper americano Young Thug, cuja capa apresenta o título em linguagem de sinais. Intrigado com a relação da comunidade surda com a música, o artista realizou pesquisas aprofundadas e constatou que, apesar de existirem adaptações em Libras, a acessibilidade ainda é limitada devido à falta de materiais adaptados.
“Mais do que números e visualizações, quero mostrar minha arte ao mundo e contribuir de forma sólida e inclusiva para a música brasileira e para a sociedade”, declara AC OP.
Acessibilidade gratuita
Disponível gratuitamente em plataformas como Spotify e YouTube, o álbum reforça o compromisso do artista com a inclusão. Ao combinar tecnologia, criatividade e inclusão, o projeto já se destaca como um marco no cenário musical brasileiro, oferecendo representatividade e oportunidades para que a comunidade surda também consuma e vivencie a música de forma plena.
Com a repercussão positiva e o impacto gerado em tão pouco tempo, AC OP acredita que está apenas no começo de sua jornada: “Esse resultado é um incentivo para continuar expandindo a acessibilidade e mostrando que a música pode conectar a todos.”