PROGRAMAÇÃO

“Águas da Amazônia” é apresentado nos dias 8 e 9 no Theatro da Paz

O espetáculo, composto pela Orquestra Sinfônica do Theatro da Paz, conta com as participações de artistas indígenas, como a amazonense Djuena Tikuna, além do paraense Trio Manari.

O espetáculo, composto pela Orquestra Sinfônica do Theatro da Paz, conta com as participações de artistas indígenas, como a amazonense Djuena Tikuna, além do paraense Trio Manari.
O espetáculo, composto pela Orquestra Sinfônica do Theatro da Paz, conta com as participações de artistas indígenas, como a amazonense Djuena Tikuna, além do paraense Trio Manari.


O concerto “Águas da Amazônia” une o erudito e o regional no palco do suntuoso Theatro da Paz, em Belém, nos dias 8 e 9, sempre às 20h. O espetáculo, composto pela Orquestra Sinfônica do Theatro da Paz, conta com as participações de artistas indígenas, como a amazonense Djuena Tikuna, além do paraense Trio Manari.

Conduzidas pelas obras do compositor Philip Glass, de origem estadunidense e que está entre os mais influentes do final do século 20, a apresentação terá momentos costurados pelo Trio Manari, que une concerto sinfônico, projeções audiovisuais e a força criativa de artistas indígenas e amazônicos.

Gravada originalmente em colaboração com o grupo mineiro Uakti, a releitura da obra “Águas da Amazônia” evoca a fluidez dos rios, a diversidade dos povos e a urgência da preservação desse ecossistema único, um encontro histórico entre tradições musicais. “A ideia dele era fazer um movimento de cada suíte que descrevesse um rio da região amazônica, por isso o nome “Águas da Amazônia”. A suíte é capitaneada por um movimento que ele, a priori, escreveu separadamente, mas depois nomeou Metamorfoses, podendo significar que as nossas águas assim como nosso meio ambiente estão mudando constantemente. Simbolizam as metamorfoses que acontecem com nosso meio ambiente”, explica o regente titular e diretor artístico da Orquestra Sinfônica do Theatro da Paz (OSTP), Miguel Campos Neto.

“O conceito do espetáculo é unir a visão exterior com a visão interior da Amazônia: trazendo um compositor que não é brasileiro escrevendo sobre a Amazônia é a exterior. E a performance de Djuena Tikuna, do povo originário Tikuna e também a participação do Trio Manari, com instrumentos típicos da região amazônica, fazendo sons da região amazônica, é a visão interna ou autóctone. É a visão das pessoas que vivem na Amazônia, com a orquestra, o teatro e o regente, eu no caso, sou de Belém”, relata Miguel Campos Neto.

A Experiência Multimídia de Águas da Amazônia

O espetáculo multimídia combina a música com imagens, intensificando a experiência sensorial do público. “Espetáculos multimídia são sempre de uma força muito grande porque eles atacam todos os sentidos da pessoa. Não só o seu auditivo é estimulado, como também o seu visual. Então, a mensagem é passada de uma maneira muito forte. É um espetáculo multimídia e é muito poderoso também por misturar o erudito com o regional”, destaca o regente titular da OSTP.

Philip Glass é um compositor muito importante, complementa o maestro. “Ele escreveu música de concerto, ópera, música de câmara, escreveu música para filme. Um que fez muito sucesso foi “The Hours”, que escreveu a trilha sonora. Ele é um dos nomes mais fortes de uma certa escola de composição específica, que se chama Minimalismo, baseado em figuras muito curtas que são repetidas muitas vezes com pequenas variações. Esse estilo acaba sendo perfeito para descrever um rio: a maneira como ele corre, a repetição que ele sugere. Uma onda maior aqui, uma menor ali, uma curva aqui, um furo ali. Então há variações, mas também é uma grande ideia de continuidade no rio. Acho que esse estilo coube perfeitamente numa suíte que descreve rios da Amazônia”, detalha o maestro.

“É muito representativo para nós termos sido convidados porque somos o grupo da região amazônica, fomentamos e falamos tanto das marés, das sonoridades da nossa região. Vamos abrir o espetáculo e fazer o que nós chamamos de sons da Amazônia. A cada movimento que termina da orquestra, nós temos quatro entradas entrelaçando os movimentos que terminam e os movimentos que vão iniciar. Vamos começar e terminamos com a sonoridade de água”, explica Kleber Benigno, do Trio Manari.

MULTIMÍDIA

Integração e Impacto Cultural

O concerto será marcado pela integração entre música clássica contemporânea, ritmos e sonoridades tradicionais da região, e projeções visuais criadas por dez artistas indígenas e amazônicos contemporâneos. Inspiradas em histórias e saberes de diferentes etnias, essas obras visuais ganham vida em projeções durante a apresentação, ampliando a experiência estética e cultural.

Para a diretora artística e idealizadora do projeto, Natália Duarte, a concepção do concerto nasceu do desejo de promover o encontro desta obra emblemática com o território que ela homenageia. “Este projeto amadureceu ao longo de anos, desde que percebi o potencial de trazer ‘Águas da Amazônia’ de Philip Glass ao território dos rios que a inspirou. Mas não queríamos apenas executar a música, queríamos mostrar a vida que pulsa nesses territórios: a fauna, a flora, mas principalmente os mitos, as histórias, a espiritualidade e a diversidade dos muitos povos que vivem junto com esses rios”, ressalta.

Natália Duarte lembra que cada rio é habitado por povos com saberes milenares que merecem ser celebrados. São universos de culturas que merecem ser celebradas. “Aproveitamos este momento em que os olhos do mundo estão voltados para a Amazônia, especialmente com a proximidade da COP 30, para promover encontros transformadores entre diferentes tradições musicais, artes visuais e narrativas territoriais, mostrando ao mundo a extraordinária riqueza das artes e culturas amazônicas“, destacou.

Informações Práticas

CHEGUE LÁ

Quando: 8/10 e 9/10, sempre às 20h;

Onde: Theatro da Paz – Avenida da Paz, Praça da República, S/N – Campina, Belém – PA.

Ingressos: retirada dos ingressos a partir de 18h na bilheteria do Theatro nos dias do espetáculo.

Classificação indicativa: Livre