Aline Rodrigues/Diário do Pará
As obras apresentadas nesse concerto são tesouros da música ocidental e todas as pessoas têm direito a acessá-las. Quem vier ao Theatro da Paz desfrutará desse tesouro musical”. Assim o maestro Matheus Avlis fez o convite ao público para o concerto “Aventuras Sinfônicas”, que a Orquestra Sinfônica do Theatro da Paz apresenta esta noite, sob sua regência. A Orquestra interpretará obras de Nikolai Rimsky-Korsakov, Alexander Arutunian e Robert Schumann.
“São obras que compartilham duas características: a primeira é que têm orquestração exuberante, têm melodias muito belas e a forma como o compositor usa a orquestra, é de uma maneira sempre muito criativa e bela, um som muito caloroso, nas três obras. O outro motivo é que apresentam características de música programática, usam histórias, textos ou contextos culturais ou sentimentos, emoções para compor a música”, diz Avlis, que é maestro assistente da OSTP.
A primeira obra apresentada no concerto será “Scheherazade”, do compositor russo Rimsky-Korsakov, baseada nos contos populares de “As Mil e uma Noites”.
“Ela usa um programa poético, uma história para compor a música”, lembra o maestro. O mesmo caso do “Concerto para Trompete” (1950), do compositor armênio-soviético Alexander Arutunian. “Ele usa músicas folclóricas da Armênia para compor sua música, também um aspecto programático”, explica Avlis.
A terceira obra da noite será a “Quarta Sinfonia”, do compositor alemão Robert Schumann. “A música é sempre de sentimentos e emoções muito contraditórias. É muito bonita, muito expressiva”, destaca.
VIAGEM MUSICAL
O concerto navega por diferentes histórias, folclores, emoções e contextos sociais. Por isso o nome de “Aventuras Sinfônicas”.
“A primeira peça já vai deixar o público bastante admirado porque ‘Scheherazade’, de Korsakov, é uma peça que a orquestra ama tocar, todo mundo fica muito feliz em tocar e nem sempre a gente toca. E o público também, porque é uma música mui que tem esse gostinho de Oriente, tem uma sensualidade, a gente escuta ‘Scheherazade’ cantar, vê ela dançar, só através do som”, aposta o maestro.
“Depois a gente escuta um concerto de Arutunian, que é uma das peças mais difíceis para o trompetista. O solista precisa ser um virtuoso, ter bastante técnica. Nosso solista vai ser o Roger Brito, que atualmente é o primeiro trompetista da orquestra”, pontuou o maestro, que acredita que a performance do solista vai surpreender.
A “Quarta Sinfonia” de Schumann, que fecha a apresentação, é pouco tocada e, segundo o maestro, não se tem registro da última vez que foi apresentada em Belém. “Não é uma peça que é tocada com frequência, então o público não perde por esperar e ouvir essa música, a quarta sinfonia dele, a última publicada”, diz.
Matheus é natural de Brasília, foi fundador e diretor artístico da Orquestra para a Jovem Brasília e regente e preparador vocal do ensemble Da Capo – Coro e Orquestra de Câmara, além de atuar como diretor executivo e compositor-chefe do ‘Post Jam – Escritório de Produção Musical e Áudio. Laureado pela Academia Claude Brendel 2019 na categoria “Regente de Orquestra Destaque”, dentre 27 regentes brasileiros, foi premiado com bolsa de estudos em Direção de Orquestra no Conservatório de Rouen, na França.