
Com orquestra ao vivo, uma adaptação do clássico da Disney “A Bela e a Fera” será apresentado nos dias 29 e 30 próximos, sempre às 19h, na Igreja de Santo Alexandre, em Belém.

A produção é do projeto “Ópera Estúdio”, em parceria com a “Liga do Teatro”, com dramaturgia e direção cênica de Bárbara Gibson e direção-geral e musical de Pedro Messias. O espetáculo é apresentado com a trilha sonora clássica de Alan Menken, tocada ao vivo pela Orquestra Sinfônica da Fundação Carlos Gomes.
A montagem chega à segunda temporada após o sucesso de público nas primeiras apresentações, que ocorreram em junho deste ano. Dessa vez, a clássica história da Disney será encenada dentro da programação da 8ª edição do Encontro de Canto da Amazônia, realizado pela Fundação Carlos Gomes, através do projeto de extensão Ópera Estúdio. O Encanta é voltado para a formação de cantores líricos e para a realização de concertos instrumentais, apresentação de óperas e montagem de teatro musical.
Encantador, o teatro musical revela-se por outro lado muito desafiador, dado todo processo que une teatro, canto e dança, diz Everton Santos, 31, que interpreta a “Fera”. “Participar de todo o processo, levando em conta que ele trabalha com vários nichos da arte canto, a dança, a atuação e tudo isso se torna ainda mais mágico com a presença da Orquestra Sinfônica Carlos Gomes, que faz a trilha sonora ao vivo do espetáculo. Então, é uma experiência sem dúvida desafiadora, mas ao mesmo tempo gratificante para a gente enquanto artista”, diz o ator.
O papel de “Fera” é o primeiro protagonista de Everton Santos no teatro. “Sem dúvida nenhuma, é o papel que mais me deixou fora da caixinha dentro da perspectiva do teatro. É uma mistura de emoções, porque a Fera é um personagem muito denso. A Fera/ Príncipe Adam, possui várias camadas, como a fúria que traz a questão dele não se entender mais como humano, de sempre estar irritado. Ele odeia a vida por causa do feitiço que lhe foi posto pra virar Fera. Tem a questão também dele se descobrir apaixonado pela Bela quando ele encontra a jovem. De início ele fica bastante irritado, ele tenta puni-la por ela ter entrado no castelo dele, e logo em seguida ele acaba se apaixonando por ela. O espetáculo traz uma mensagem importante: é possível a gente enxergar o lado bom da vida”, detalha.
À medida que vão se conhecendo, a Bela também vai se permitindo gostar e conversar com ele. “Então, sem dúvida, o principal desafio nesse personagem é trabalhar todas essas camadas e fazer o público perceber a mudança dele acontecendo aos poucos, que não pode ser uma mudança brusca, mas ela tem que fazer parte de um fio condutor que ligue a história também. Além disso, é um clássico da Disney, bastante conhecido pelo público. Então, de certa forma é mágico dar vida a um personagem que marcou tantas gerações”, descreve o ator.
“Eu gosto muito do teatro como um todo, mas o teatro musical realmente brilha um pouco mais para mim. Pelo fato de eu ser cantor também e já gostar do teatro, o teatro musical une duas coisas que eu gosto muito, que é a música e a atuação. Além disso, me faz aprender novas músicas, aprender como cantar no teatro musical porque é um canto muito diferente do canto popular. É algo que me engrandece e também me faz aprender muito enquanto artista. Sem dúvida nenhuma, o teatro musical é, no momento, a minha arte favorita”, afirma Everton Santos.
Glaucia Mesquita, 27, é médica e também adora teatro musical. Ela conta que, mesmo conciliando rotinas tão diferentes, almeja seguir na vida artística daqui pra frente. “O teatro musical se tornou a minha vida. A minha formação acadêmica não é dentro das artes, eu sou médica de formação. Fiz ballet clássico quase a minha vida toda e sempre gostei de teatro musical. Em 2019 eu comecei a fazer aula de canto e aí surgiu uma oportunidade de entrar numa escola de teatro musical. E aquilo que tinha começado como um hobby, ganhou mais espaço na minha vida, porque eu não queria fazer outra coisa que não fosse aquilo. Atuar, cantar, estar nesse ambiente, aprender coisas novas é algo que dá significado para minha vida. Me traz beleza, me traz momentos emocionantes, me traz reflexões muito profundas e me torna uma pessoa melhor”.
Todo ensaio, ela diz, é um momento de aprendizado novo. “A primeira temporada foi incrível, foi uma das melhores experiências artísticas que eu tive, foi a primeira vez que eu cantei com orquestra, que é completamente diferente de a gente cantar com playback, por exemplo. As emoções são muito diferentes. A segunda temporada, em vez de a gente repetir, eu achei muito legal isso da direção, que coisas foram acrescentadas e aprimoradas, por exemplo, vozes que não existiam foram incluídas, coreografias que não tinham ou podiam ter melhorado alguma coisa, o tempo todo estão buscando melhorar”, conta a atriz.
“Construí o personagem da Bela em cima de suas ações não só nas situações da peça, mas digamos como ela vai agir na vida. A partir do momento que está tudo ensaiado e que todo mundo já sabe as suas vezes, os seus lugares e as suas marcações, a gente cria uma memória muscular e aí a gente pode se permitir sair um pouco de dentro da nossa cabeça e estar totalmente presente no momento quase como se fosse uma experiência meditativa. A Bela e a Fera está com uma qualidade técnica tão boa que eu consigo fazer isso e lidar com todas as pessoas no palco porque está tudo muito bem coreografado e todo mundo em sincronia um com o outro”, considera Glaucia Mesquita.
NÃO PERCA
Quando: 29 e 30 de setembro, às 19h.
Onde: Igreja de Santo Alexandre- Praça Frei Brandão, s/n – Cidade Velha, Belém – PA.
Classificação : livre
Ingressos: entrada gratuita (sujeita à lotação).