CINEMA NACIONAL

6 filmes finalistas para representar o Brasil no Oscar 2026

Esses filmes não apenas capturam a essência da realidade brasileira, mas também abordam temas de resistência, luta e a complexidade das relações humanas.

A paraense Jamilli Correa, estreante na atuação, é a atriz principal de “Manas”,

que também tem Dira

Paes no elenco. FOTO: DIVULGAÇÃO
A paraense Jamilli Correa, estreante na atuação, é a atriz principal de “Manas”, que também tem Dira Paes no elenco. FOTO: DIVULGAÇÃO

O cinema brasileiro continua a se destacar no cenário internacional, especialmente após o sucesso estrondoso de “Ainda Estou Aqui”, que conquistou o Oscar de Melhor Filme Internacional em 2025. Para o Oscar de 2026, seis longas-metragens foram selecionados para representar o Brasil, refletindo a diversidade e a riqueza das narrativas nacionais. Esses filmes não apenas capturam a essência da realidade brasileira, mas também abordam temas de resistência, luta e a complexidade das relações humanas. A seguir, apresentamos uma análise detalhada de cada um dos finalistas, que prometem emocionar e provocar reflexões profundas.

A relevância desses filmes é inegável, pois eles não apenas competem por prêmios, mas também trazem à tona questões sociais e culturais que permeiam a sociedade brasileira. Cada obra é um retrato sensível das lutas e conquistas do povo brasileiro, mostrando como o cinema pode ser uma poderosa ferramenta de transformação e conscientização. Vamos explorar, então, os seis longas que têm a chance de brilhar no Oscar de 2026.

O agente secreto

O thriller político “O Agente Secreto”, lançado em 2025, é uma obra que mergulha no contexto do Recife de 1977, durante o regime militar. A trama gira em torno de Marcelo, interpretado por Wagner Moura, um professor de tecnologia que deixa São Paulo em busca de tranquilidade, mas acaba se envolvendo em uma teia de segredos e tensões políticas. O filme retrata um ambiente de vigilância constante, onde Marcelo precisa tomar decisões arriscadas para proteger sua vida e a de seus entes queridos.

O longa foi aclamado no Festival de Cannes, onde recebeu prêmios de Melhor Diretor e Melhor Ator, destacando-se pela sua narrativa intensa e pela atuação marcante de Moura. A crítica internacional elogiou a forma como o filme aborda questões éticas e morais em tempos de repressão, fazendo com que o público reflita sobre a importância da liberdade e da resistência.

O último azul

Em “O Último Azul”, o Brasil é apresentado sob uma perspectiva distópica, onde o governo implementa uma política que força os idosos a se mudarem para colônias afastadas. A protagonista, Tereza, interpretada por Denise Weinberg, é uma mulher de 77 anos que, ao receber a notificação de mudança, decide realizar um último desejo antes de partir. Sua jornada pelos rios amazônicos não é apenas uma travessia física, mas uma busca por significado e conexão com suas raízes.

O filme conquistou o Urso de Prata no Festival Internacional de Cinema de Berlim em 2025, sendo reconhecido por sua sensibilidade e pela forma como aborda a questão do envelhecimento e da marginalização dos idosos na sociedade. A narrativa provoca uma reflexão sobre a dignidade e o valor da vida em todas as suas fases, tornando-se uma obra essencial para o entendimento das dinâmicas sociais contemporâneas.

Oeste outra vez

“Oeste Outra Vez” é um drama que combina elementos do faroeste com uma profunda reflexão sobre masculinidade e suas complexidades. Ambientado no sertão de Goiás, o filme acompanha a vida de Totó, interpretado por Ângelo Antônio, e Durval, vivido por Babu Santana, dois homens que enfrentam suas emoções reprimidas e as consequências disso em suas relações pessoais. A dificuldade de expressar sentimentos leva a tensões e conflitos, refletindo a luta interna de muitos homens na sociedade.

O filme foi premiado com o Kikito de Melhor Longa-Metragem no Festival de Gramado em 2024, além de receber prêmios por Melhor Fotografia e Melhor Ator Coadjuvante. A obra provoca uma discussão necessária sobre a masculinidade tóxica e a importância de se permitir sentir e expressar emoções, tornando-se um importante marco na cinematografia brasileira.

Kasa branca

Inspirado em fatos reais, “Kasa Branca” narra a história de Dé, um jovem que vive na comunidade da Chatuba, no Rio de Janeiro. Quando sua avó, Dona Almerinda, interpretada por Teca Pereira, é diagnosticada com Alzheimer, Dé decide transformar os últimos dias dela em momentos de alegria e carinho. Sem o apoio da família, ele conta com a ajuda de seus amigos, formando uma rede de solidariedade que destaca a importância da amizade e do amor familiar.

O filme foi reconhecido no Festival Internacional do Rio de Janeiro em 2024, onde conquistou prêmios por Melhor Direção de Ficção, Melhor Ator Coadjuvante, Melhor Fotografia e Melhor Trilha Sonora. A narrativa sensível e tocante aborda temas como a solidão, a doença e a importância de cuidar dos nossos, fazendo com que o público se conecte emocionalmente com a história.

Manas

“Manas” é um drama que segue a vida de Marcielle, uma menina de 13 anos que vive na Ilha de Marajó, no Pará. A história começa quando sua irmã mais velha, Alana, foge com um homem que conheceu nos barcos da região. Marcielle, então, começa a questionar o papel das mulheres em sua comunidade e a realidade da opressão que as cerca. A jovem decide enfrentar essas situações e lutar para romper o ciclo de sofrimento que afeta sua família e outras mulheres ao seu redor.

Estreado no Festival de Veneza, o filme recebeu o prêmio Giornate degli Autori de Melhor Direção e o Women In Motion Emerging Talent no Festival de Cannes. A obra é uma poderosa representação da luta feminina e da busca por autonomia, abordando questões de gênero e violência de forma impactante e necessária.

Baby

Por fim, “Baby” acompanha Wellington, um jovem de 18 anos que acaba de sair de um centro de detenção juvenil. Sem referências familiares ou suporte, ele enfrenta a dura realidade das ruas de São Paulo. Sua vida muda ao conhecer Ronaldo, um homem mais velho que atua como garoto de programa e que apresenta a Wellington novas formas de sobrevivência. A relação entre os dois é marcada por proteção, ciúmes e paixão, criando um vínculo intenso que reflete as complexidades das relações humanas em situações adversas.

O filme destaca a luta pela sobrevivência e as dificuldades enfrentadas por jovens em situação de vulnerabilidade, trazendo à tona questões sociais urgentes. A atuação de Ricardo Teodoro, que recebeu o prêmio de Melhor Ator, é um dos pontos altos da produção, que promete emocionar e provocar reflexões sobre a juventude e suas lutas.

Fontes:

Débora Costa

Coordenadora do site Diário do Pará

Graduada em Comunicação Social - Jornalismo pela UNAMA (Universidade da Amazônia). Especialista em Comunicação Corporativa e Marketing Empresarial com ênfase em mídias e redes sociais. Coordena o site Diário do Pará, parte do Grupo RBA, desde 2010. Ao longo da carreira, atuou na cobertura de diversas editorias, além de ter experiência no veículo de TV e na Coordenação do Núcleo de Mídias Digitais. 📍 Nascida em Belém-PA 📌 Redes Sociais: 📷 Instagram: @debboracosta 🐦 X: @debboracosta 💼 LinkedIn

Graduada em Comunicação Social - Jornalismo pela UNAMA (Universidade da Amazônia). Especialista em Comunicação Corporativa e Marketing Empresarial com ênfase em mídias e redes sociais. Coordena o site Diário do Pará, parte do Grupo RBA, desde 2010. Ao longo da carreira, atuou na cobertura de diversas editorias, além de ter experiência no veículo de TV e na Coordenação do Núcleo de Mídias Digitais. 📍 Nascida em Belém-PA 📌 Redes Sociais: 📷 Instagram: @debboracosta 🐦 X: @debboracosta 💼 LinkedIn