2ª Edição Fli Ananin celebra autores locais neste final de semana

Autora Monique Malcher lançou ‘Flor de gume’ em 2020 e ganhou em 2021 o prêmio Jabuti de Literatura.
Autora Monique Malcher lançou ‘Flor de gume’ em 2020 e ganhou em 2021 o prêmio Jabuti de Literatura.

De hoje, 7, até domingo, 9, das 10h às 22h, no Shopping Metrópole Ananindeua, acontece a “2ª Fli Ananin: Festa Literária de Ananindeua”, este ano com o tema “Entre rios e livros, múltiplas histórias e uma só voz”. O evento vai homenagear os escritores paraenses Jetro Fagundes e Rejani Aguiar. A expectativa é que 9 mil pessoas participem da programação.

A Fli Ananin busca valorizar a literatura regional de forma inclusiva e participativa, promovendo a troca de ideias, aprendizado, assim como o acesso à diversidade de livros e estímulo à leitura entre habitantes de Ananindeua e adjacências.

Rodas de conversa com escritores mirins, oficinas de criação de personagens e de colagens, palestras, contação de histórias, mesa redonda, peça teatral, teatro de fantoches, coral infantil, sessão de autógrafo com o escritor convidado Ayrton Souza, apresentação de carimbó, shows musicais, roda de capoeira, recitais de teclado e violão estão na programação.

“Ananindeua, um município em constante crescimento, sediou em 2023 sua primeira Festa Literária, um marco para a cidade e para a cultura local. O evento, que reuniu escritores, artistas, leitores e amantes da literatura, demonstrou a importância de investir em projetos que promovam a leitura e a produção literária, despertando o interesse pela palavra e fomentando o acesso à informação. A primeira edição foi um sucesso absoluto, com palestras, oficinas, apresentações musicais e exposições que encantaram o público”, falou Álvaro Andrade, idealizador e produtor da Fli Ananin.

Álvaro Andrade (Idealizador e produtor da Fli Ananin)

Para a segunda edição, a expectativa é ainda maior, pois segundo o idealizador, o eventose consolida como ação de democratização do acesso à cultura. “Proporcionando um espaço de diálogo e interação entre escritores, artistas e público. Com um programa ainda mais completo e atraente, a segunda edição reafirma o compromisso dcom a cultura e a educação”.

Hoje, de 11 às 12h, acontece a mesa redonda “História do movimento literário de Ananindeua”, com o escritor convidado Cincinato Azevedo, além de Elizabeth Santos e Anne Cavalcante, com mediação de Rejani Aguiar.

No dia 08, às 10h, tem contação de histórias com o Grupo Poiesis: Poesia, Conto e Encantamento da Amazônia – Coletivo Maciste Costa. Já às 18h, tem mesa-redonda com o tema: “História das mulheres na Amazônia”, com a participação de Eliana Ramos Ferreira, Anna Maria Linhares, Edivânia Santos Alves, Ieda Palheta Moraes e Sandra Teixeira, com mediação de Jamilly Soares. Também no dia 08, às 10h, tem a mesa literária sobre a obra “Flor de Gume”, vencedora do Prêmio Jabuti em 2021, com a autora Monique Malcher, com a mediação de Franci Rocha.

“Estou muito feliz com esse convite, pois além de paraense, fui moradora de Ananindeua por boa parte da minha vida. Vamos conversar sobre o processo de criação e pesquisa para escrever ficção. Além dos temas que o livro traz, como violência doméstica, alienação parental e parte da realidade do cotidiano das mulheres do Norte”, falou Monique.

“A maior importância da feira, ao meu ver, são os encontros, tanto dos autores com os leitores como dos leitores com as obras. Para além de uma literatura produzida ao Norte, somos também literatura brasileira”, acrescentou ela, que é a segunda mulher do Norte a ganhar um Jabuti no eixo Literatura, em 65 anos da premiação. Em 2023, “Flor de Gume” foi homenageado em Boston, nos eventos das bibliotecas Cambridge Public Library e Boston Public Library, além de ser tema de estudos de gênero em Harvard. Em breve, será publicado em espanhol pela Fondo de Cultura Economica.

No dia 09, além de rodas de conversas e bate-papos sobre a produção de livros independentes, representatividade feminina nos quadrinhos e quadrinhos como arte e pertencimento, tem ainda concurso de K-pop, oficinas, concurso de cosplay e apresentações.

Entre os destaques do último dia, está a participação do autor premiado Gidalti Jr., em um bate-papo sobre o novo cenário dos quadrinhos na Amazônia. Sua graphic novel “Castanha do Pará”, premiada com o Jabuti, também será tema de conversa.

Para Álvaro, a Fli Ananin segue com a missão de envolver a comunidade local em torno da literatura, “realizando painéis, mesas-redondas e debates que abordam temas relevantes para a literatura regional, proporcionando reflexões sobre a identidade cultural e social da região”. Desta forma, diz ele, contribui para incentivar o surgimento de novos talentos e estimular a produção literária local.