
A cultura paraense acaba de ganhar um reconhecimento histórico: a obra do músico Mestre Laurentino foi oficialmente declarada patrimônio cultural de natureza imaterial do Estado do Pará. A lei foi sancionada nesta quinta-feira (15), pelo governador Helder Barbalho, e publicada no Diário Oficial do Estado.
Mestre Laurentino, falecido em dezembro de 2024 aos 98 anos, marcou gerações com seu estilo único e criativo. Autodidata, ele ficou conhecido como o “roqueiro mais velho do Brasil” e construiu uma sonoridade própria com gravações feitas no quintal de sua casa, misturando sons da natureza com sua inseparável gaita.
🎧 Uma obra fora dos padrões
Nascido em Ponta de Pedras, no Marajó, Laurentino cresceu em Belém e teve 27 filhos. No bairro da Sacramenta, onde viveu até seus últimos dias, produziu centenas de fitas cassete, que se tornaram parte de um legado artístico inconfundível.
Entre os sons de papagaios, galinhas, cachorros e rádios antigos, criou faixas que refletiam o cotidiano amazônico de forma irreverente e original. Sua canção mais famosa, “Lourinha Americana”, foi gravada por ninguém menos que Gilberto Gil.
🕯️ Homenagens e legado do Mestre Laurentino
O velório do artista foi realizado no dia 22 de dezembro e contou com homenagens emocionadas de admiradores e autoridades. O Governo do Estado do Pará decretou luto oficial pela morte de Mestre Laurentino.
Com a nova lei, a memória e a criação de Mestre Laurentino passam a ser protegidas e valorizadas como patrimônio imaterial, reforçando seu papel como símbolo de identidade cultural do povo paraense.