O que o amor tem a ver com a vida profissional? Tudo — especialmente quando relações saudáveis impulsionam o crescimento e fortalecem a carreira, segundo Tiago Santos, VP da Sesame RH.
Falar sobre amor ainda é quase um tabu, quando se fala de mercado de trabalho. Mas Tiago Santos, vice-presidente da Sesame RH, propõe uma reflexão que desafia esse paradigma: a conexão entre vida amorosa e trajetória profissional. “Cuidar da própria carreira é um ato de amor-próprio — e também um gesto profundamente romântico”, afirma o executivo.
A fala de Tiago não vem do acaso. Com mais de 20 anos acompanhando trajetórias profissionais e transformações nas relações de trabalho, ele observa que os vínculos amorosos também moldam, silenciosamente, o modo como lidamos com a nossa autonomia, ambição e bem-estar no ambiente corporativo.
“Tem gente que acha que amar é manter o outro por perto a qualquer custo. Mas amar, de verdade, é ter coragem de ver o outro crescer — e até voar”, defende Tiago. Para ele, relacionamentos saudáveis não impõem limites ao crescimento profissional do outro. Pelo contrário: o amor verdadeiro é aquele que impulsiona.
Apoiar a carreira do parceiro é um ato de afeto maduro
A ideia de que a vida a dois precisa estar dissociada das ambições profissionais, segundo o VP da Sesame RH, está ultrapassada. Ele defende que respeito mútuo inclui dar espaço para que o outro invista em seus sonhos, mergulhe em projetos desafiadores e explore novos caminhos — mesmo que isso signifique lidar com ausências temporárias ou mudanças de rotina.
“Quantas histórias já ouvi de pessoas que abriram mão de oportunidades incríveis por medo de afetar a relação?”, questiona Tiago. “Em tempos em que o discurso do ‘tempo de qualidade’ muitas vezes vira desculpa para exigir exclusividade emocional, esquecemos que qualidade também é respeitar o tempo do outro”.
Pode parecer provocativo, mas Tiago garante: “Quando falamos de cultura organizacional, falamos de relações humanas. Quando falamos de propósito, falamos de algo que se parece muito com o que nos move em uma relação. E quando falamos de engajamento, estamos falando de paixão — aquela vontade de dar o melhor de si”.
Na visão dele, o papel do RH moderno vai muito além de planilhas, metas ou políticas de benefícios. Ele está diretamente ligado à promoção de vínculos mais saudáveis — inclusive fora da esfera profissional. Incentivar que colaboradores cuidem de suas carreiras é, no fundo, um incentivo para que cuidem de si mesmos. E isso, claro, se reflete também nas suas relações afetivas.
Amor que apoia, amor que soma
Para Tiago, o convite é simples, mas poderoso: “Ame alguém que torce pelo seu sucesso. E seja essa pessoa também. Ame alguém que vibra com suas conquistas, não que as diminui. Ame alguém que entende que a sua realização pessoal é parte do caminho do ‘nós’”.
No fim, o que vale — no amor e no trabalho — é a soma. Quando duas pessoas se impulsionam mutuamente, os resultados extrapolam o mundo corporativo. É sobre construir juntos um lugar mais forte, mais seguro e mais inspirador. Para os dois.
“Porque no final das contas”, conclui Tiago, “o amor que soma, que apoia, que celebra — esse é o que mais vale a pena”.