Envelhecer com qualidade de vida é um objetivo compartilhado por muitos. Muitas vezes, associamos esse objetivo à saúde física, mas há outro aspecto igualmente importante: o enriquecimento intelectual e emocional. É nesse contexto que aparece a importância do aprendizado de idiomas na terceira idade.
À medida que avançamos em idade, a busca por novos desafios e experiências pode se tornar ainda mais vital. Aprender um novo idioma não apenas mantém nossas mentes ativas, mas também abre portas para um mundo de oportunidades culturais e sociais. O conceito lifelong learning fala sobre a importância de se manter o aprendizado de novos assuntos ao longo da vida. “A população mais velha está crescendo na maioria dos países desenvolvidos e em desenvolvimento, isso já é uma realidade e temos sempre que nos atualizar para atingir esse público com atividades enriquecedoras”, explica Raquel Parma, coordenadora do Centro de Línguas da Fundação Torino. O Centro de Línguas oferece o curso Età, voltado para o público da terceira idade, no qual o aluno pode ter uma experiência imersiva no idioma e na cultura italianos de uma forma especialmente criada para que cada aluno possa compreender e apreender o conteúdo.
“No contexto da língua italiana, aprender esse idioma na terceira idade pode ser extremamente estimulante. Muitos alunos nessa faixa etária enxergam na Itália um repositório comum de fatos e referências culturais dos quais não apenas foram contemporâneos, mas também testemunhas de importantes acontecimentos históricos daquele país”, contextualiza Raquel. Independentemente do motivo, a Itália ocupa um lugar único em nosso imaginário, entrelaçando-se com histórias de família e com a cultura brasileira. Além disso, ela representa uma fonte inesgotável de inspiração e conhecimento nos âmbitos político, econômico, artístico e cultural. “Tudo isso contribui para que o aprendizado dessa língua seja uma experiência prazerosa e proporcione um protagonismo especial a esse grupo de alunos, que possui tanto a contribuir com suas memórias e vivências pessoais”.
“Imagine poder se comunicar em um novo idioma, explorar diferentes culturas, ler obras literárias em sua forma original e interagir com pessoas de todo o mundo. Essas são algumas das recompensas que o aprendizado de idiomas oferece, independentemente da idade”, elucida Raquel.
A importância do aprendizado de idiomas na terceira idade vai além dos benefícios cognitivos, como o estímulo à memória e à função cerebral. Ele também promove a inclusão social e a participação ativa na comunidade. Os idosos que dominam um novo idioma podem se envolver em conversas mais ricas e diversificadas, participar de grupos de estudo e desfrutar de viagens mais enriquecedoras.
Além disso, o aprendizado de idiomas é uma oportunidade de desenvolver uma nova perspectiva sobre o mundo, enriquecendo a compreensão e a apreciação das diferenças culturais. É um lembrete de que nunca é tarde para continuar crescendo e aprendendo. “O aprendizado de idiomas na terceira idade pode ser uma jornada gratificante. No Centro de Línguas, adaptamos a metodologia de ensino para atender às necessidades desse público diversificado, promovendo uma abordagem inclusiva para garantir que todos tenham a chance de aproveitar ao máximo essa experiência enriquecedora”, conta Raquel.
A verdadeira riqueza do aprendizado na terceira idade é a possibilidade de redefinir o envelhecimento. Não se trata apenas de acumular anos, mas de enriquecer cada um deles com aprendizado contínuo, conexões sociais significativas e novas perspectivas. É uma jornada que oferece não apenas conhecimento, mas também uma renovação do espírito e a oportunidade de criar memórias preciosas.
O professor Graziano Mazzocchini, italiano que está no Brasil há sete anos, conta que ministrar as aulas do curso Età acontece em um ritmo menos acelerado. “É um ritmo que demanda mais atenção, e o entusiasmo dos alunos é maior que de outras faixas etárias, pois há uma genuína vontade de aprender um idioma, uma paixão pela língua, pela própria aprendizagem”, explica. Além do entusiasmo, os alunos do Età apresentam menos timidez nas horas de dialogar ou se expressar no italiano. “Eles são muito participativos e têm menos medo de se ‘jogarem’ nas conversações e nas atividades que propomos”, conta.
Aprender um novo idioma na terceira idade é mais do que adquirir uma nova habilidade; é um investimento no bem-estar, no enriquecimento cultural e na vitalidade. “Independente da idade ou da vivência de cada pessoa, para se apreender um novo conteúdo é necessário se emocionar. O curso do Centro de Línguas, além de ter o objetivo de fomentar a educação, tem o propósito de constituir uma cidadania ativa, preocupado com a comunidade onde está localizado, desempenhando um papel que atravessa o espaço da sala de aula”, reitera Raquel.
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Com informações da Marilia Salla Assessoria
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