“Jesus continuava viajando para Jerusalém e passou entre as regiões da Samaria e da Galileia. Quando estava entrando num povoado, dez leprosos foram se encontrar com ele. Eles pararam de longe e gritaram: — Jesus, Mestre, tenha pena de nós! Jesus os viu e disse: – Vão e peçam aos sacerdotes que examinem vocês. Quando iam pelo caminho, eles foram curados. E, quando um deles, que era samaritano, viu que estava curado, voltou louvando a Deus em voz alta. Ajoelhou-se aos pés de Jesus e lhe agradeceu. Jesus disse: — Os homens que foram curados eram dez. Onde estão os outros nove? Por que somente este estrangeiro voltou para louvar a Deus (Lucas 17:11-18).
Jesus estava viajando a caminho de Jerusalém, mas escolhe uma rota não usual, passando pela região da Samaria, cujo povo era mal visto pelos judeus. Encontra então com dez leprosos que viviam também excluídos da sociedade. Por ordem das autoridades religiosas eles viviam longe das cidades, normalmente em cavernas, para evitar o contágio. Por isso, após curá-los, Jesus manda que se apresentem ao sacerdote; afim de que possam ser reintegrados à sociedade.
Dez leprosos foram curados, porém apenas um voltou para agradecer a Jesus por tão grande bênção. Aqueles homens obtiveram muito mais do que a cura de uma doença física; eles puderam voltar ao convívio da família e da sociedade. Era como se tivessem deixado a condição de mortos para o mundo e voltado à vida. E o único que voltou para agradecer, não era um seguidor da Lei, mas um estrangeiro. Os outros nove ingratos seguiram suas vidas, talvez até agradecendo pela bênção recebida, mas esquecendo-se do abençoador. “Onde estão os outros nove, perguntou Jesus?”
Assim ocorre muitas vezes! Onde estão os abençoados que um dia em desespero, procuraram a Deus e pediram ajuda de alguém, da mesma maneira como aqueles homens pediram a ajuda de Jesus. Onde estão aqueles que conheceram a Palavra de Vida; foram ajudados pela terra e pelos céus, quando imploraram por socorro? Onde estão os que clamaram e obtiveram suas vitórias, mas esqueceram-se do Grande Abençoador como se fosse uma ajuda descartável?
Ingratos! Diria Jesus. Ingratos, são aqueles que buscam a Deus somente quando precisam. Ingratos são os que não reconhecem o valor da amizade daqueles que te estenderam a mão na terra e também não percebem o tesouro que abandonam ao voltarem as costas para Deus, quando não mais precisam de um milagre.
Jesus, como todos nós, aprecia a amizade e faz a diferença entre os que lhe são caros e os que não são. São caros os nossos amores da terra quando desenvolvemos um relacionamento de amor, confiança e fidelidade. Mas pouco valem os amigos passageiros, com os quais passamos apenas um momento, enquanto forem comuns os interesses; aqueles que logo seguem rota diferente, sem jamais voltarem os olhos. Esses, são rapidamente esquecidos e certamente não poderão obter a mesma atenção, se novamente precisarem.