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Dia Mundial de Combate ao AVC alerta sobre os perigos da doença

Uma em cada quatro pessoas com mais de 35 anos vai sofrer um acidente vascular cerebral (AVC), popularmente conhecido como derrame
Uma em cada quatro pessoas com mais de 35 anos vai sofrer um acidente vascular cerebral (AVC), popularmente conhecido como derrame

O Dia Mundial de Combate ao AVC (Acidente Vascular Cerebral) é neste domingo, 29, data que chama a atenção para a grande incidência de casos da doença, o que vem preocupando autoridades de saúde no mundo todo. Um estudo publicado recentemente na renomada revista científica Lancet Neurology, em parceria com a World Stroke Organization (WSO), faz o alerta: até 2050, o AVC pode causar a morte de aproximadamente 10 milhões de pessoas no planeta.

Para se ter uma ideia do problema, nos últimos 30 anos, o número de pessoas vítimas de AVC quase duplicou, causando a morte ou incapacidade física, segundo a pesquisadora Sheila Martins, presidente da WSO, associação médica sem fins lucrativos, fundada em 2006, que atua para aumentar a conscientização sobre a prevenção e o tratamento do AVC.

Nesse contexto, é mesmo fundamental que a população em geral, principalmente as dos países de média e baixa renda (que são os mais afetados pelo mal, segundo o estudo citado acima) tenha consciência de que ter informações sobre prevenção, causas e como identificar um episódio de AVC pode salvar muitas vidas.

Tipos de AVC

Primeiramente, é importante saber que há dois tipos de AVC, o isquêmico e o hemorrágico, que se diferenciam na ocorrência e gravidade.

O AVC isquêmico ocorre quando há obstrução de uma artéria, impedindo a passagem de oxigênio para células cerebrais, que acabam morrendo. Essa obstrução pode acontecer devido a um trombo (trombose) ou a um êmbolo (embolia). O AVC isquêmico é o mais comum e representa 85% de todos os casos.

O AVC hemorrágico ocorre quando há rompimento de um vaso cerebral, provocando hemorragia. Esta hemorragia pode acontecer dentro do tecido cerebral ou na superfície entre o cérebro e a meninge. É responsável por 15% de todos os casos de AVC, mas pode causar a morte com mais frequência do que o AVC isquêmico.

Fatores de Risco

Entre os principais fatores de risco para a ocorrência de AVC estão: hipertensão; diabetes tipo 2; colesterol alto; sobrepeso; obesidade; tabagismo; uso excessivo de álcool; sedentarismo; uso de drogas ilícitas e histórico familiar.

Segundo especialistas, é uma doença que atinge mais pessoas do sexo masculino e com idade avançada, a partir dos 60 anos. Porém, casos de AVC em pessoas abaixo de 45 anos vêm aumentando a cada ano. Uma das hipóteses para esse quadro é a mudança do estilo de vida, causada por um cotidiano atribulado, onde prevalece casos de diabetes, obesidade, sedentarismo, estresse, ansiedade etc.

Sinais do AVC

Segundo o neurocirurgião Thiago Dantas, especialista no tratamento das doenças vasculares do sistema nervoso central, na neurologia há a sigla SAMU, que representa a união de sinais sugestivos de um Acidente Vascular Cerebral (AVC).

Ele explica que, em caso de suspeita, o acompanhante deve pedir ao paciente para sorrir – o “S”. Se ele apresentar um sorriso com deformidade da rima labial, pode ser um desvio causado pelo AVC.

O “A” é de abraço. Quando o paciente não consegue abraçar, mostra que ele está sem forças para levantar os braços.
O “M” é de música. Se o paciente não consegue cantar ou assobiar é sinal de alerta.

Já o “U” representa urgência. É quando devemos acionar o SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) ou levar a pessoa imediatamente para o hospital.

Tratamentos

O neurocirurgião ressalta que é fundamental que o tratamento inicie o mais rápido possível. “Quando mais cedo as medidas forem instituídas, maiores são as chances de recuperação e menores os riscos de complicações.”, destaca.

Dependendo do tipo de AVC, o tratamento pode ser realizado por diferentes métodos. Um deles é a trombólise, que injeta o medicamento na veia para dissolver o coágulo que obstrui o vaso do cérebro.

Também há o cateterismo cerebral, indicado para certos casos de AVC isquêmico, com oclusão de vasos maiores, onde é inserido um tubo flexível através de uma artéria na virilha para chegar até o vaso obstruído do cérebro e remover o coágulo.

Em casos mais graves de AVC hemorrágico, a cirurgia cerebral é o procedimento indicado para remover o hematoma formado pelo sangramento volumoso, resultando no tratamento da hipertensão intracraniana.

Prevenção

O AVC pode ser prevenido tomando uma série de medidas que evitam os principais riscos, como as seguintes:

– Não fumar; não consumir álcool em excesso; não fazer uso de drogas ilícitas; manter alimentação saudável; manter o peso ideal; beber bastante água; praticar atividades físicas regularmente e manter a pressão e a glicose sob controle. (Fonte: Ministério da Saúde).